Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7
TÍTULO: Explorando o lúdico na (Re)construção da prática pedagógica para contextualização do conteúdo eletroquímica
AUTORES: Silva, C.A.N. (INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE) ; Carregosa, I.S.C. (INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE) ; Barreto, A.S. (INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE)
RESUMO: Um dos maiores desafios do ensino de química é construir uma ponte entre o
conhecimento escolar e o mundo cotidiano dos alunos. Por esses motivos nos
propusemos a explorar conteúdos de química partindo do contexto social dos alunos
de Escolas Públicas da grande Aracaju, a fim de criar conceitos necessários para a
formação do cidadão crítico e consciente de seu papel na sociedade. Durante um
período de quatro meses foi elaborado um material didático contextualizado cujas
aulas foram organizadas utilizando recursos metodológicos diferentes daquele
aplicado normalmente pelos professores do ensino médio. Com os diferentes recursos
metodológicos utilizados em sala de aula, foi possível proporcionar uma
aprendizagem significativa e promover a mudança conceitual dos alunos.
PALAVRAS CHAVES: Contextualização; Eletroquímica; Metodologias de ensino
INTRODUÇÃO: Um dos maiores desafios do ensino de química é construir uma ponte entre o
conhecimento escolar e o mundo cotidiano dos alunos. Freqüentemente, a ausência
deste vínculo é responsável por apatia e distanciamento entre alunos e
professores. Não obstante, as diretrizes curriculares nacionais para o ensino
médio defendem a necessidade de se contextualizar os conteúdos de ensino na
realidade vivenciada pelos alunos, a fim de atribuir-lhes sentido e, assim,
contribuir para a aprendizagem (BENITE, 2009). Dentro desse contexto surge a
necessidade da realização de pesquisas em ensino de química, cujo foco está no
aperfeiçoamento do processo ensino-aprendizagem dos conteúdos com a utilização
de teorias da psicologia, sociologia, filosofia, etc. Nos últimos 30 anos, os
interesses da pesquisa em ensino de química foram dirigidos a temas diversos,
entre os quais é possível destacar: identificação das concepções prévias de
alunos e proposição de modelos de ensino que as levem em consideração, resolução
de problemas, ensino experimental, análise de material didático e relações entre
ciência, tecnologia e sociedade em processos de ensino aprendizagem (SCHNETZLER,
2002). Esta última abraçada nas Diretrizes Curriculares Nacionais,
principalmente no tocante aos conteúdos químicos. É por esses motivos nos
propusemos a explorar conteúdos de química partindo do contexto social dos
alunos de Escolas Públicas da grande Aracaju, a fim de criar conceitos
necessários para a formação do cidadão crítico e consciente de seu papel na
sociedade. Para isso, utilizamos o tema social Lixo Tecnológico com o propósitos
de contextualizar o conteúdo químico Eletroquímica, normalmente abordado em
turmas da 2ª Série do Ensino Médio.
MATERIAL E MÉTODOS: Durante um período de quatro meses foi elaborado um material didático
contextualizado cujas aulas foram organizadas utilizando recursos metodológicos
diferentes daquele aplicado normalmente pelos professores do ensino médio. Tal
material foi aplicado a partir do mês de setembro de 2012, na Escola Estadual
João Batista Nascimento, localizada na cidade de Nossa Senhora do Socorro-SE.
Foi um total de seis encontros, com duração média de três hora/aula. Os recursos
metodológicos adotados foram: questionários de identificação das concepções
prévias e dos conhecimentos adquiridos, vídeo, aulas expositivas, trabalhos com
textos, jogos, experimentos. O jogo foi elaborado a partir da adaptação do
tradicional jogo da velha, a divergência para o jogo comum é que cada espaço
destinado apenas à marcação do ‘X’ ou ‘O’ continha uma pergunta relacionada ao
conteúdo estudado. Para coleta de dados foram aplicados questionários pré ou pós
atividades, representados aqui como QICP (Questionários de Identificação das
Concepções Prévias), e QICA (Questionários de Identificação das Concepções
Adquiridas). Seguido de um questionário de satisfação da participação no
projeto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram aplicados dois questionários com o intuito de verificar os conhecimentos
prévios do alunado. Após a coleta dos dados de concepções prévias, foi percebido
que os alunos apresentavam algum conhecimento a respeito do tema social que
envolve o senso comum, mas não conheciam os conceitos químicos de oxirredução. E
ainda, foi observado que eles apresentam certa carência quando se é necessário
um raciocínio crítico em situações que envolvam a relação entre os dois temas.
Essa dificuldade pode estar vinculada à maneira como esses conteúdos são
trabalhados em sala de aula. Considerando as atividades experimentais e os
conceitos abordados sobre as reações de oxirredução, houve um aumento no
percentual de acertos dos alunos após participação nas práticas. A falta de
estrutura física da escola não foi um empecilho à realização dos experimentos,
tendo em vista que as atividades foram desenvolvidas com materiais alternativos
de fácil acesso (figura 1). Essas atividades atuam como forma alternativa de
despertar o interesse científico necessário para uma melhor assimilação de
conceitos por parte dos alunos. Após aula expositiva o conceito de Número de
Oxidação (NOX) foi trabalhado com os alunos utilizando um jogo didático “A Velha
Regra do NOX” (figura 2). Após aplicação dessa atividade todos os alunos
conseguiram acertar o conceito de NOX, enquanto no QICP apenas 6,25% havia
respondido corretamente. No final do projeto, foi aplicado um questionário de
satisfação (QS). Os alunos gostaram da maneira como a química foi apresentada,
podendo ser evidenciado na transcrição das respostas de um dos alunos: “Aprender
brincando é muito mais interessante, aprendi a calcular o NOx, uma coisa que é
tão complexa", “A prática além de ser divertida é explicativa,fácil e divertida
de aprender".
Figura 1:
Materiais utilizados nas atividades experimentais
Figura 02:
Jogo " A velha regra do NOx"
CONCLUSÕES: O processo de ensino-aprendizagem de qualidade requer a adoção de mudanças que se
passa com a atenção centrada no ser que aprende, portanto, requer o uso de
pedagogias centrada na própria aprendizagem. Com os diferentes recursos
metodológicos utilizados em sala de aula, priorizamos a todo momento a
participação ativa dos alunos. Assim, ao invés de privilegiar a transmissão de
conteúdos, incentivamos o espirito crítico, o cooperativismo, e dessa forma a
aprendizagem surgiu como a própria consequência da adoção dessas metodologias,
sendo uma proposta positiva no estudo do conteúdo eletroquímica.
AGRADECIMENTOS: A pró-reitoria de pesquisa e extensão (PROPEX) do Instituto Federal de Sergipe,
pela concessão da bolsa e auxílio financeiro ao projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BENITE, A. M. C.; BENITE, C. R. M.; O Laboratório didático no ensino de química: Uma experiência no ensino público brasileiro. Revista Iberoamericana de Educacion, nº 48/2 – 10 de enero de 2009. SCHNETZLER, R. P.; A pesquisa em ensino de química no Brasil: Conquistas e Perspectivas. Química Nova, Vol. 25, Supl. 1, 14-24, 2002.