Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7
TÍTULO: O uso de imagens como recurso facilitador no estudo de temas ambientais
AUTORES: Trindade, J.O. (IFSMG-MUZ/EEPSAM)
RESUMO: Diante da necessidade de se formar e aprimorar a consciência ambiental nos alunos do Ensino Médio, este trabalho propõe-se, por meio de imagens, a desenvolver a percepção ambiental e fomentar a discussão da temática ambiental.
PALAVRAS CHAVES: Imagens; Vygotsky; CTSA
INTRODUÇÃO: Vygotsky defende o uso de signos (objeto, forma, fenômeno, gesto, figura ou som) como mediadores da relação do homem com o mundo e com outros homens e, é por meio deles que as funções psicológicas superiores, especificamente humanas, se desenvolvem (REGO, 2009; VYGOTSKY, 2008). Os signos são representações mentais que substituem objetos do mundo real. Quando o indivíduo consegue imaginar a representação mental de um objeto real sem a necessidade de vê-lo, diz-se que ocorreu a internalização do conhecimento, ou seja, a compreensão. Nesse contexto, as imagens podem ser um recurso auxiliar para o desenvolvimento de modelos explicativos e compreensão de determinado assunto.
De acordo com Mendes (2006), a ampliação da exploração da linguagem visual e o estabelecimento de novas relações entre as formas de comunicação visual e verbal, apontam para a necessidade de empreenderem-se estudos que visem desvendar as potencialidades pedagógicas das imagens, permitindo a exploração eficiente desse recurso educativo.
Segundo a teoria sociointeracionista de Vygotsky (2007) a aprendizagem ocorre por meio da interação e da troca de experiências com aqueles que sabem mais. Dessa forma, a integração dos alunos – em equipes mistas – com diferentes níveis de conhecimento para uma atividade em grupo é promissora.
Diante do quadro atual em que as questões ambientais devem ser tratadas, defendidas pela base legal – PCNs – dois temas foram escolhidos para discussão e estudo em sala de aula, são eles: chuva ácida e tratamento da água (BRASIL, 1999).
MATERIAL E MÉTODOS: Esse estudo foi desenvolvido com oito turmas de Ensino Médio da Escola Estadual Professor Salatiel de Almeida de Muzambinho, sul de Minas Gerais, durante o primeiro semestre de 2012. Os estudantes foram organizados da seguinte maneira: 1ª. séries expuseram trabalhos sobre processos de tratamento da água (seis turmas); 2ª. séries sobre chuva ácida (duas turmas).
Solicitou-se aos alunos que, em grupos, confeccionassem cartazes, os quais deveriam ser ricos em imagens mediadas por uma frase explicativa, sobre os temas em questão.
Assim, o objetivo desse estudo foi propiciar aos aprendizes condições para relacionarem significativamente, em seus cartazes, o símbolo verbal, expresso por meio da linguagem escrita, com o contexto da mensagem visual.
Após a apresentação dos cartazes à comunidade estudantil, cada grupo respondeu a um questionário, composto pelas seguintes perguntas:
1) Na opinião de vocês, as imagens contribuíram para o estudo e entendimento da questão ambiental?
2) Escreva três palavras-chaves que vêm à memória quando se fala em meio ambiente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Quando questionados sobre o valor das imagens para o entendimento da questão ambiental todos os alunos (100%) responderam que elas contribuíram de forma significativa para a assimilação da temática ambiental.
Os depoimentos, a seguir, são contundentes e ilustram essa afirmação:
“As imagens têm um esquema simples e de fácil entendimento do tratamento da água.”
“As imagens ajudaram a ter mais conhecimento, indicando os processos que a água passa e como funciona. Também mostrou como a água chega suja, barrenta e depois sai limpa para usarmos.”
“Contribuíram muito, pois só lendo sem ver como era o processo de limpeza da água não entenderíamos.”
“Através das imagens podemos observar o passo a passo do processo de tratamento da água.”
“As imagens criam impacto, fazendo com que chame atenção e auxilia na interpretação.”
“A imagem estava bem formulada explicando o ciclo da chuva ácida, como ela acontece e o que pode causar na natureza e em nós mesmos.”
“Através das imagens podemos entender e ao mesmo tempo ver sobre o que estamos falando.”
Com relação às palavras-chaves que retratam o meio ambiente elas estão dispostas, a seguir, na seguinte ordem: palavras-chaves e número de vezes que foram citadas pelos aprendizes, respectivamente. Preservação (21); poluição (20); água (19); animais, desmatamento (10); natureza (9); reciclagem (8); vida (7); plantas, ar, destruição, floresta, árvore (5); extinção (4); biodiversidade, cuidado (3); terra, reflorestamento (2); ambientalista, ingratidão, homem, dióxido de enxofre, efeito estufa, aquecimento global, agrotóxicos, energia, queimada, lixo (1).
CONCLUSÕES: Pode-se afirmar que o uso de imagens no estudo de questões ambientais é muito promissor, uma vez que todos os alunos, sem exceção, declararam que elas contribuíram para o entendimento dos temas abordados de forma significativa.
Ademais, o uso de imagens amparadas pelo recurso da palavra escrita foi decisivo para o estudo da questão ambiental e apreciado por todos os alunos, dessa forma pode-se sustentar que seu uso é propício para o desenvolvimento de outros temas.
Assim, conclui-se que o trabalho foi eficaz para aprimorar a consciência ambiental na comunidade estudantil.
AGRADECIMENTOS: Aos alunos das 1ª. e 2ª. séries do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Salatiel de Almeida de Muzambinho-MG, pela participação nesse estudo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Ministério da Educação – Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília, 1999.
MENDES, Jacqueline Ribeiro de Souza. O papel instrumental das imagens na formação de conceitos científicos. 2006. 177f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Brasília, Brasília. 2006.
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e linguagem. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008. 194p.
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. A formação social da mente. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 182p.
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 20. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2009. 139p.