TÍTULO: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE ITAPIPOCA QUANTO A FORMAÇÃO DOCENTE

AUTORES: Rocha, J.I. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA) ; Freire, F.D.B. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA) ; Oliveira, B.P. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA)

RESUMO: A grande carência de professores formados em Química é uma grande preocupação na Educação. O curso de Licenciatura em Química da Faculdade de Educação de Itapipoca – FACEDI contribui para sanar essa problemática formando profissionais que irão suprir as carências da cidade de Itapipoca e toda região. Neste contexto, buscamos através deste trabalho conhecer a percepção dos alunos do curso sobre a sua própria formação docente. Os resultados obtidos apontam que a grande maioria dos alunos pretende seguir o magistério e que já se sentem aptos a lecionarem, porém melhorias nas disciplinas pedagógicas, como maior acompanhamento dos estágios, e uma maior vivência pedagógica durante o curso irão contribuir para a formação mais efetiva do futuro licenciado em química.

PALAVRAS CHAVES: Formação Docente; Ensino; Vivência Pedagógica

INTRODUÇÃO: Os cursos de Licenciatura em Química ainda seguem quase a mesma grade curricular dos cursos de bacharelado, ou seja, privilegiam as disciplinas teóricas e somente no final do curso o aluno tem a experiência como professor através dos Estágios Supervisionados, que nem sempre compõem a experiência necessária para que o aluno de Licenciatura sinta-se preparado para o magistério.Historicamente, a formação para a docência no ensino brasileiro não tem recebido a devida atenção, tampouco tem sido objeto de pesquisa sistemática. Havia um consenso não refletido de que possuir um determinado conhecimento era suficiente para ensiná-lo, sendo a formação pedagógica dispensável [1].Em geral, os alunos formados nos cursos de licenciatura, não conhecem as teorias modernas da pedagogia, ou quando conhecem não fazem a ligação destas com os conhecimentos adquiridos durante o curso. O que vemos é que os alunos repetem a prática pedagógica dos seus professores [2]. Cunha e seus colaboradores [3] resumem a situação do despreparo de alguns professores com a seguinte afirmação “Dormi aluno(a) e acordei professor(a)”.Poucas pesquisas nesse sentido são realizadas e elas nos oferecem um panorama pouco animador quanto à realidade. Para muitos alunos, conhecer o conteúdo a ser ministrado é a principal necessidade do professor, e em segundo lugar saber preparar atividades que possam gerar o aprendizado [4].Diante deste quadro, buscamos conhecer a realidade do curso de Licenciatura em Química da Faculdade de Educação de Itapipoca. Saber se os alunos do curso pretendem seguir a profissão e já sentem preparados para tal ofício, as principais inseguranças em relação a profissão e através de seus relatos buscar formas de tornar o aluno apto e seguro a exercer a profissão desde o momento de sua formatura.

MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi realizado através de um instrumento de coleta de dados, neste caso questionários, com um total de 25 alunos entre o quinto e nono semestre do curso de Licenciatura em Química da Faculdade de Educação de Itapipoca – FACEDI. Os questionários eram objetivo-discursivos e buscavam averiguar se os referidos alunos: a) pretendem exercer a licenciatura e b) se os alunos sentem-se aptos a lecionar. Buscamos saber também se as disciplinas teóricas de química, Química Geral, Orgânicas, Inorgânicas e as disciplinas pedagógicas, Estágios Supervisionados, Didáticas, são suficientes para atender as necessidades dos alunos para o futuro exercício da profissão, além de deixar um espaço aberto a sugestões para melhoria na formação como licenciados bem como do curso como um todo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dos 25 alunos pesquisados, 72% (18 alunos) dizem que gostariam de seguir a carreira de professor, enquanto 28% (7 alunos) dizem que não pretendem seguir o magistério. E 13 alunos (52%) acreditam estar aptos a exercer o magistério atualmente enquanto 12 alunos (48%) ainda não se sentem preparados para exercer a profissão.Os motivos citados para essa aptidão foram a boa formação dada pelo curso ou porque alguns já atuam no magistério e apesar da falta de experiência acreditam que irão adquiri-la com a vivência da profissão. Os alunos que não pretendem exercer a profissão alegam não possuir a experiência suficiente, não se sentem seguros quanto ao conteúdo a ser repassado ou ainda não tem certeza sobre qual carreira preferem.Para a maioria dos alunos questionados as disciplinas teóricas, ou seja, Químicas, são efetivas para formação dos professores o que concorda com o que é afirmado por Feitosa[1] e Zanon[4]. E nas disciplinas como Estágio, Didática, os alunos não veem conexões entre elas, pois tem muita teoria e não cobram a prática de lecionar durante as disciplinas também confirmando o exposto por Feitosa[1].Os alunos sugeriram que a formação como licenciados em química passa por um melhor acompanhamento dos Estágios Supervisionados, ligação entre as disciplinas teóricas e didáticas, ou seja, aquilo que foi aprendido nas disciplinas teóricas seja aplicado nas disciplinas didáticas. A melhoria quanto à estrutura física da Faculdade, principalmente no que se refere à Biblioteca, numa melhora no acervo disponível, bem como a contratação de professores efetivos.Chamou-nos a atenção o relato de um aluno do nono semestre que deveria existir a maior parceria da Faculdade com as Escolas de Ensino Básico, onde os alunos do curso poderiam atuar nas Escolas com aulas de reforço.

CONCLUSÕES: A partir deste trabalho foi possível levantar reflexões sobre algumas questões que os alunos consideram indispensáveis ao ensino de Licenciatura em Química. A maioria dos alunos que foram pesquisados além de querer exercer a profissão já se sente preparado para lecionar, embora eles acreditem necessitar de uma maior vivência pedagógica ainda durante o curso, ou seja, através das disciplinas pedagógicas onde a pratica seja estimulada, além de um maior acompanhamento na disciplina de estagio supervisionado o que contribuirá para uma melhor formação do professor de química.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] Feitosa, J.P.A.; Construindo o Estágio de Docência da Pós-Graduação em Química; Quim. Nova, Vol. 25, No. 1, 153-158, 2002. [2] Anastasiou, L. G. C. Em Ensino Superior: Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente; Dalben, A.; Diniz, J.; Leal, L.; Santos, L., eds.; Ed. Autêntica: Belo Horizonte, 2010; Anastasiou, L. G. C.; Revista de Administração Educacional 1999, 1, 37; http://www.filologia.org.br/soletras/13/05.htm, acessada em Maio 2010; Pimentel, V.; Mota, D. D. C. F.; Kimura, M.; Rev. Esc. Enferm. USP 2007, 41, 161; Rapoport, A.; Silva, J. A.; Revista Eletrónica Internacional de la Unión Latinoamericano de Entidades de Psicologia 2006, 5, 1; Cunha, M. I. Em Ensino Superior: identidade, docência e formação; Morosini, M. C., ed.; Plano Editora: Brasília, 2001. [3] Cunha, A. M. O.; Brito, T. T. R.; Cicillini, G. A.; DORMI ALUNO (A)... ACORDEI PROFESSOR (A): INTERFACES DA FORMAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DO ENSINO SUPERIOR Resumos da 30ª Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, Brasil, 2007. [4] Zanon, D. A. V.; Oliveira, J. R. S.; Queiroz, S. L.; O “saber” e o “saber fazer” necessários à atividade docente no ensino superior: visões de alunos de Pós-Graduação em Química. Ensaio 2009, 11, 1.