TÍTULO: A UTILIZAÇÃO DE MODELOS PARA ILUSTRAR LIGAÇÕES QUÍMICAS, ESTRUTURAS E GEOMETRIA MOLECULAR

AUTORES: Frazão, A.M.B. (UFPI) ; Sucupira, A.C.C. (UFPI) ; Almeida, A.A.C. (UFPI) ; Carvalho, R.B.F. (UFPI)

RESUMO: O uso de modelos moleculares no ensino de química construídos a partir de materiais alternativos torna-se uma ferramenta didática simples, versátil, flexiva e de grande utilidade, desenvolvendo a habilidade manual e a criatividade, possibilitando a sua própria construção no processo de ensino-aprendizagem. O presente trabalho se propôs a identificar se a utilização de modelos moleculares construídos de materiais alternativos favorece uma aprendizagem mais significativa e efetiva nos alunos. Após a análise dos resultados observamos que a maioria dos alunos teve facilidade na montagem das estruturas e apresentaram uma melhor compreensão com conceitos sobre ligações covalentes, ligações metálicas, repulsão dos pares de elétrons e ângulos de ligações.

PALAVRAS CHAVES: Modelos Moleculares; Ensino de Química; Materiais Alternativos

INTRODUÇÃO: No ensino da química, a forma como alguns conteúdos são abordados leva o estudante a imaginar a química como uma ciência abstrata, apática e desmotivadora, transmitindo um conceito errôneo de que o estudo da química é meramente decorativo e restrito somente aos estudiosos e mentes brilhantes (LIMA; NETO, 1999; VIEIRA et al, 2010). Na maioria das escolas tem-se dado maior ênfase à transmissão de conteúdos e à memorização de fatos, símbolos, nomes, fórmulas, deixando de lado a construção do conhecimento científico dos alunos e a desvinculação entre o conhecimento químico e o cotidiano (MIRANDA; COSTA, 2007; PAZ et al, 2010). Nesse sentido, cabe aos profissionais do ensino da química buscar alternativas didáticas que promovam a melhoria do aprendizado. Nesse propósito, o uso de modelos moleculares construídos com materiais alternativos para o ensino de química é um instrumento simples, acessível e versátil com ampla e pronta aplicação, e de grande valia, além de auxiliar no aprendizado por meio de ilustrações moleculares, é útil para mostrar à química como uma ciência da natureza e não como uma abstração (LIMA; LIMA-NETO, 1999). Este ainda apóia a visualização das ligações químicas existentes entre os núcleos atômicos que compõem uma molécula, como também possibilita desenvolver no aluno a percepção do arranjo espacial. O presente trabalho se propôs a identificar se a utilização de modelos moleculares construidos de materiais alternativos favorecem uma aprendizagem mais significativa e efetiva nos alunos. Os alunos foram avaliados pela montagem das estruturas, pela resposta de geometria molecular apresentada, pelos os questionamentos realizados durante a atividade e pela participação em sala de aula.

MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho foi desenvolvido com 30 alunos, do 1º ano do ensino médio de uma escola da rede estadual de ensino da cidade de Teresina, Piauí. A atividade foi dividida em três etapas. A primeira etapa consistiu na realização da aula teórica, abordando o conteúdo “Geometria Molecular e Ligações Químicas Intermoleculares”. Na segunda etapa, apresentamos aos alunos materiais alternativos, tais como: bolas e cola de isopor, tintas e palitos de madeira, necessários para a construção e montagem de estruturas moleculares. Em seguida, a turma foi dividida em seis grupos. Na terceira etapa solicitamos que cada grupo apresentasse a estrutura e geometria molecular de duas moléculas a partir dos conceitos trabalhados em sala de aula, utilizando os materiais alternativos apresentados na segunda etapa. Os alunos foram avaliados pela montagem das estruturas, pela resposta de geometria molecular apresentada, pelos os questionamentos realizados durante a atividade e pela participação em sala de aula.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Inicialmente, observamos que 66,66% dos grupos encontraram facilidade com relação à montagem das estruturas moleculares, enquanto 16,66% ficaram com dúvida e 16,66% não souberam ou não quiseram participar. A partir da construção das estruturas, observamos que 83,33% apresentaram dificuldade em prever a geometria dos compostos construídos, no entanto todos os grupos relataram melhor compreensão sobre ligações covalentes, ligações metálicas, repulsão dos pares de elétrons e ângulos de ligações. A atenção e participação dos alunos em sala de aula foi um dos pontos positivos, pois observamos que toda turma se envolveu na atividade, tanto na criação das moléculas, quanto nos questionamentos e dúvidas apresentadas. Com a divisão dos grupos, os alunos trabalharam em equipe incrementando a aprendizagem. Com o trabalho em equipe os alunos absorvem, uns com os outros, conceitos até então desconhecidos ou conhecidos, mas não aprendidos.

CONCLUSÕES: Através do uso de modelos moleculares observamos nos alunos melhor compreensão sobre ligações covalentes, ligações metálicas, repulsão dos pares de elétrons e ângulos de ligações. Os resultados permitem reforçar a idéia de que as aprendizagens que envolvem conteúdos que tratam sobre Geometria Molecular são complexas, pois grande parte dos alunos tem dificuldades na previsão da geometria das moléculas. Nesse contexto, o uso de modelos moleculares favorece uma aprendizagem mais significativa e efetiva, e torna-se útil para mostrar à química como uma ciência da natureza e não como uma abstração.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: LIMA, M. B; NETO, P. L. Construção de modelos para ilustração de estruturas moleculares em aulas de química. Química Nova. v.22, n.6, 1999. MIRANDA, D. G. P; COSTA, N. S. Professor de Química: Formação, competências/ habilidades e posturas. 2007. Disponível em: <http://www.ufpa.br/eduquim/formdoc.html> Acesso em: 01 de Junho de 2012. PAZ, G. L.; PACHECO, H. F.; COSTA NETO, C. O.; CARVALHO, R. de C. P. S. Dificuldades no Ensino-aprendizagem de Química no Ensino Médio de algumas escolas públicas da Região Sudeste de Teresina. In: X Simpósio de Produção Científica e IX Seminário de Iniciação Científica da UESPI, 2010. VIEIRA, C. A.; SILVA, A. P.; LACERDA, M. C.; MAIA, G. S.; NASCIMENTO, L. F.; RIOS, J. T.; MENDES, C. E.; Barbieri, R. S. Produção de kits com materiais alternativos para experimentação no ensino médio. Revista do ISED E ISEC, v.1, p.7, 2010.