TÍTULO: CONSTRUÇÃO DE UM FOGÃO SOLAR PARA A ABORDAGEM DA QUÍMICA COMO UM TEMA GERADOR NO ENSINO MÉDIO

AUTORES: Lima Cavalcante da Silva, D.M. (IFPI) ; Andrade Pinheiro, E.E. (IFPI) ; Evangelista Macedo, G.M. (IFPI)

RESUMO: A fim de testar novas formas de abordar os conteúdos de Química e verificar se os alunos conseguem relacionar novos conteúdos com outros já trabalhados, aplicou-se um produto alternativo construído por eles. Este produto é o fogão solar, que tem o intuito de gerar conhecimento interdisciplinar partindo dos conceitos químicos. Este trabalho mostrou que à medida que o aluno participa da construção do seu conhecimento ele se interessa mais pelas aulas e passa construir novos conceitos com base no que ele já conhece.

PALAVRAS CHAVES: Interdisciplinaridade; conceitos químicos; Construção do conheciment

INTRODUÇÃO: Em sala de aula o professor enfrenta vários desafios como se reestruturar com as mudanças ocorridas no cenário educacional, tentar melhorar a aprendizagem dos seus alunos dinamizando suas aulas. Porém, não basta apenas ter uma boa dinâmica o professor também precisa respeitar a diferença de seus alunos, a sua realidade e diversidade, tentar encontrar nos conteúdos abordados uma forma de adequá-los a realidade dos alunos. Sempre se preocupando com as competências e habilidades para a formação da identidade dos mesmos. A aprendizagem do aluno se dá de forma mais eficaz, ao levarmos em conta a relação do mesmo com conhecimentos prévios. Na tentativa de promover a interdisciplinaridade, aplicou-se um projeto, o Fogão Solar de Funil, que é uma ótima alternativa na cocção de alimentos, além de ecologicamente correto, pois dois terços da população mundial precisa de lenhas para cozinha ou se aquecer. O que representa uma grande área desmatada. O fogão solar age transformando a irradiação solar em calor para poder cozinhar os alimentos, atingindo temperatura de 250 ºC. As vantagens do uso do Fogão Solar de Funil não se delimitam apenas a economia, mas o mais importante são os benefícios ao meio ambiente, reduzindo o uso de combustíveis fosseis e renováveis, além de ser uma energia gratuita e de manutenção mínima. Durante o dia cozinha os alimentos e à noite resfria, assim garante utilidade em qualquer horário. O Fogão Solar de funil foi aplicado no intuito de promover a interdisciplinaridade, pois compreende assuntos como calorimetria, condutibilidade, ebulioscopia, radiação, noções geográficas e ambientais e entre outras.

MATERIAL E MÉTODOS: Este projeto foi aplicado no Colégio Liceu Piauiense, com os alunos das turmas de 2ª e 3ª anos, cerca de 20 alunos do turno da tarde na cidade de Teresina no Piauí. Delimitaram-se as competências e habilidades que envolviam o Fogão Solar. Aplicaram-se questionários sobre os conhecimentos prévios a cerca do tema e dos assuntos que o envolviam (ebulição, calorimetria, transformações químicas, condutividade, radiação, posições geográficas e sobre alguns problemas ambientais). Ministraram-se aulas, realizaram-se experiências, monitorias com aplicações de questões do ENEM (relacionadas com o tema). Ao fim da aplicação do projeto este foi exposto na Feira de conhecimento da Escola. Nas mini-aulas demonstraram-se as fases de montagem do fogão, forneceu-se um resumo para estudo. Avaliou-se os alunos nos dias antecedentes a exposição, para que cada aluno apresentasse o tema que tivesse mais facilidade. Confecção do Fogão Solar Este Fogão Solar foi reproduzido com base na literatura, utilizou-se apenas materiais de baixo custo: Cortou-se o papelão (61 cm x 122 cm), este foi revestido (frente e verso) com folha de alumínio. Em seguida fez-se um funil. Para prendê-lo usou-se porcas e parafusos. O recipiente de cozimento dos alimentos usou-se um frasco de vidro, com boca larga e com anel de borracha na tampa que foi pintado com uma tinta preta spray fosca. Colocou-se este recipiente dentro de um saco plástico (um pouco transparente de Polietileno de Alta Densidade, PEAD) . Entre o saco plástico e recipiente colocou-se um pedaço de madeira ( 5 cm X 10 cm), este era um isolante. O saco plástico e o pedaço de madeira funcionam como uma estufa. Usou-se pinças para a retirada do alimento do frasco e luvas térmicas para retirada do recipiente do fogão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados foram obtidos com base nas perguntas abaixo: • O que os alunos já sabiam sobre o conteúdo cientifico: Houve uma discussão sobre o tema com aplicação de um questionário, com assuntos como calorimetria, ponto de ebulição, noções de geografia, transformações químicas e condutibilidade. Isso mostrou que o nível da turma precisava ser melhorado, então os bolsistas, retomaram conceitos simples para melhorar o conhecimento dos alunos. • Execução da situação de aprendizagem: Visando a aprendizagem do aluno, estes trabalharam despertando seus interesses: fabricando o fogão, confeccionado cartazes e folders. Inicialmente os alunos queriam pontos extras nas matérias, porém se envolveram com o projeto. Devido à falta de algumas estruturas como a falta de acesso ao laboratório de informática, as estratégias usadas para o desenvolvimento dos conteúdos científicos foram aulas expositivas em sala, questionários, materiais como jogos, e o próprio fogão. • Avaliação das habilidades desenvolvidas nos alunos: Após avaliar os alunos notou-se que eles atingiram o que se foi proposto, pois durante a apresentação da exposição estavam seguros, quando questionados por algum visitante respondiam de forma eficaz. Cada grupo descreveu de forma clara cada etapa de construção do produto final (fogão), descreveu por que o alumínio é um condutor eficiente e o processo que ocorria dentro do saco plástico necessário para ocorrer o cozimento dos alimentos. Os alunos demonstraram interesse no projeto, pois realizaram pesquisas, tiram dúvidas, deram sugestões, relacionaram com o seu cotidiano e se surpreenderam com a eficiência do trabalho realizado por eles. Isso demonstra que os alunos devem construir o seu conhecimento partindo dos seus conhecimentos prévios e da relação com seu cotidiano.

CONCLUSÕES: O ideal para o aluno é ter sempre a prática aliada à teoria, o que foi possível ser constatado com a realização deste projeto, é que o aluno constrói novos conceitos em cima do que ele já havia aprendido. Eles ampliam seus conhecimentos quando se envolvem mais nas aulas, expõem suas dúvidas e constroem, tendo base no que aprenderam um produto que agregue tudo o que foi ensinado. Outro ponto positivo, é que o professor também formula novas estratégias para que o aluno se sinta motivado a aprender e quebrar as barreiras que a disciplina pode impor a eles. Este projeto de aprendizagem, faz com o professor busque novos métodos de aprendizagem, os alunos se envolvem mais, aprendem mais e recapitulam tudo o que aprenderam nas mais diversas disciplinas, até ali.

AGRADECIMENTOS: À CAPES pelo apoio financeiro através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e ao Instituto Federal do Piauí – IFPI.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: GOULART, I.B, Psicologia da Educação, 13ª ed., editora Vozes Ltda, Rio de Janeiro, 2007. COOL, Cesar et al . Desenvolvimento, Psicologia e Educação Escolar. Vol. 2. 2ª ed. Artmed. Porto Alegre, 2004 SANTOS, W. L. P; Contextualização no Ensino de Ciências por Meio de Temas CTS em uma Perspectiva Crítica. Revista ciência & ensino, Campinas, v. 1, nº especial, p. 24-36, novembro. 2007. ALMEIDA, E. B. A; PRADO, M. E. B; Criando Situações de Aprendizagem. Colaborativa. In: Congresso Workshop de Informática na Escola, IX, 2003, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2003. p. 53-60. FRANÇA, A. A; A Contextualização no Ensino de Química: Visão dos Professores da Cidade de Sete Lagoas/MG. Belo Horizonte, 2005. 35 p.