TÍTULO: A VISÃO DOS DISCENTES DOS CURSOS DE ENGENHARIA SOBRE A DISCIPLINA QUÍMICA GERAL
AUTORES: Aguilar, M.S. (UNESA/FAETEC)
RESUMO: O presente trabalho descreve o levantamento realizado sobre a visão que os alunos
dos cursos de engenharia da Universidade Estácio de Sá/RJ possuem sobre a
disciplina Química Geral. O objetivo principal foi o de verificar a importância
que é dada a disciplina, e, principalmente, à contribuição da química na formação
do engenheiro e do cidadão. Após a análise dos resultados, constatou-se que os
alunos dão uma grande importância à disciplina e creem que esta contribui na sua
formação como engenheiros e cidadãos.
PALAVRAS CHAVES: ENSINO DE QUÍMICA; ENGENHARIA; GRADUAÇÃO
INTRODUÇÃO: Os conteúdos expostos nas salas de aula devem refletir os diferentes objetivos
da educação e necessitam ser modificados, evolutivamente, em função de
transformações que ocorrem no âmbito da política e economia, tanto nacional como
internacional. “A humanidade vive um processo acelerado de modificações e
rupturas, que se reflete em todos os setores da sociedade. Assim sendo, a
educação e a informação assumem papel significativo neste processo” (CARVALHO,
1997). Desta forma, o ensino de química nos cursos de engenharia deve se adequar
a este novo momento, pois ele deve estimular a formação ética, a autonomia
intelectual e a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos dos
processos produtivos.O conhecimento pelo conhecimento e sua transmissão não tem
sentido e sua transmissão do professor para o aluno pouco contribui para a
formação do profissional e do cidadão (BORGES, 2000). É notório o caráter
rudimentar das pesquisas sobre o ensino de Química na educação superior
(SCHNETZLER, 2002, FRANCISCO, 2010). Com base nessa lacuna, propõe-se uma
pesquisa com o objetivo de colaborar na indicação de possibilidades
metodológicas para o ensino de Química na educação superior, especificamente nos
cursos de Engenharia.
MATERIAL E MÉTODOS: A concepção metodológica utilizada nesta pesquisa é baseada no estudo de caso.
Conforme Yin (2001, p.32), trata-se de “uma investigação empírica que investiga
um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente
quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”.
O levantamento de dados baseou-se na realização de uma pesquisa qualitativa com
uso de questionários. Foram realizadas entrevistas a 75 alunos matriculados na
disciplina Química Geral nos cursos de Engenharia da Universidade Estácio de Sá
(campus Praça XV/RJ) no final do período letivo. Os alunos dividiam-se entre os
seguintes cursos: Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica,
Engenharia de Petróleo, Engenharia de Produção e Engenharia de Telecomunicações.
Primeiramente realizou-se a seguinte pergunta: Você considera a disciplina
química geral importante para a sua formação acadêmica? ()sim ()não. A seguir,
foram feitas mais quatro perguntas que partiram do seguinte questionamento: Você
acredita que a disciplina química geral o auxiliará a: 1) Desenvolver a
capacidade de participar e de tomar decisões criticamente? () sim () não 2)
Compreender os processos químicos relacionados com a vida cotidiana() sim () não
3) Avaliar as implicações sociais decorrentes das aplicações tecnológicas
da química() sim () não 4) Auxiliar a formar o cidadão de uma forma geral,
e não somente o engenheiro() sim () não
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Como resposta à primeira pergunta, 72 % dos alunos responderam que consideram a
disciplina Química Geral importante para a sua formação acadêmica. Nas demais
perguntas, 52 % dos alunos consideram que a disciplina o auxiliará a desenvolver
a capacidade de participar e de tomar decisões criticamente, 65 % responderam
que a disciplina o ajudará a compreender os processos químicos relacionados com
a vida cotidiana, 68 % crêem que serão capazes de avaliar as implicações sociais
decorrentes das aplicações tecnológicas da química e 57 % acreditam a disciplina
o auxiliará a formar um cidadão de uma forma geral, e não somente um engenheiro.
Essas respostas indicam que os discentes atribuem uma grande importância à
disciplina, não somente no âmbito acadêmico, mas também na sua formação como
cidadão. È importante ressaltar que na atualidade, não basta ao engenheiro ter
somente desenvolvida a sua habilidade técnica, mas é cada vez mais exigido que
este profissional tenha a sua habilidade humana desenvolvida. O presente requer
que o profissional de engenharia esteja inserido no contexto social, ou seja,
que se formem profissionais, socialmente responsáveis, envolvidos com a
integração do ser humano com a sociedade e que esteja atento à integração da
tecnologia com mundo e com as suas consequências para o ser humano e para o meio
ambiente.
CONCLUSÕES: Com a evolução tecnológica, a formação do engenheiro deve privilegiar os
conteúdos básicos, pois estes embasam o desenvolvimento tecnológico. Assim, os
conteúdos de química nos cursos de engenharia devem conter conceitos químicos que
dêem aos egressos a capacidade de compreender, analisar e prever os fenômenos
que ocorrem nas suas áreas de atuação, para que se tornem profissionais capazes
de desenvolver e analisar novas tecnologias e aliá-las à responsabilidade social.
Esses conteúdos devem ser periodicamente discutidos e reformulados pelos
professores, para atender às exigências atuais.
AGRADECIMENTOS: À direção do campus Centro IV - Praça XI da UNESA e ao Prof. Padilha pelo apoio à
pesquisa desenvolvida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CARVALHO, M.G. Tecnologia, desenvolvimento social e educação tecnológica. In:Educação e Tecnologia. Revista Técnico-Científica dos programas de PósGraduação em Tecnologia dos CEFETs PR/MG/RJ. Curitiba, 1997. BORGES, M. N.; AGUIAR NETO, B. G. Diretrizes comparativas para os cursos de Engenharia: análise comparativa das propostas da ABENGE e do MEC. Revista de Ensino de Engenharia, Brasília, v.19, n. 2, p.1-7, dez. 2000. SCHNETZLER, R. P.; Quim. Nova 2002, 25, Suplemento 1, 14. FRANCISCO, C. A.; Queiroz, S. L.; Quim. Nova 2008, 31, 2010.YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.