TÍTULO: CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE ISOMERIA GEOMÉTRICA NO ENSINO MÉDIO: UM DIAGNÓSTICO DA APRENDIZAGEM ADQUIRIDA
AUTORES: Furtado, N.J.S. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ) ; Brito, M.V. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ) ; Cunha, F.P. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ) ; Lima Filho, F.S. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ) ; Sousa, M.S. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ)
RESUMO: O objetivo desse estudo foi construir materiais didáticos de ensino referente ao
conteúdo isomeria geométrica viabilizando a aprendizagem mais significativa.
Modelos espaciais de alguns isômeros geométricos foram construídos com bolinhas de
isopor e palitos, onde os dados sobre aprendizagem adquirida foram coletados com
aplicação de um questionário contendo 05 questões referentes ao tema. Os
resultados mostraram que 95% dos alunos adquiriram a noção de fator estéreo; já o
domínio da nomenclatura apenas 30% dos alunos. Concluiu-se que essa metodologia
proporcionou uma evolução positiva na aprendizagem do conteúdo Isomeria
Geométrica.
PALAVRAS CHAVES: Materiais Didáticos; Isômeros Geométricos; Ensino-Aprendizagem
INTRODUÇÃO: A Isomeria Geométrica, também conhecida como Cis-Tans ou E-Z estuda a disposição
dos compostos orgânicos no espaço. Segundo Lisboa (2010), esse tipo de isomeria
ocorre em compostos de cadeia aberta que apresentam dupla ligação entre os
átomos de carbono, sendo necessário que os grupos ligados ao carbono da dupla
ligação sejam, obrigatoriamente, diferentes. Ela também está presente em
compostos cíclicos, desde que contenha dois grupos substituintes diferentes
para, pelos menos, dois átomos de carbono da cadeia. O ensino da disciplina
Química no Ensino Médio convive com muitos desafios de ensino e aprendizagem.
Nesse sentido, o conteúdo Isomeria Geométrica exige dos alunos o domínio das
seguintes competências: compreensão dos fatores estéreos, disposição dos grupos
substituintes no espaço e domínio da nomenclatura dos isômeros. O não-domínio
dessas competências transforma-se em dificuldades de aprendizagem. Nesse
contexto a construção de materiais didáticos é uma metodologia de ensino que
pode contribuir para que discentes adquiram de maneira concreta uma visão
ilustrativa do mundo microscópico da Química, amenizando as dificuldades e
favorecendo a construção de um conhecimento químico efetivo. O objetivo do
presente trabalho foi construir materiais didáticos de ensino referente ao
conteúdo Isomeria Geométrica, com intuito de tornar mais eficiente a
aprendizagem adquirida pelos alunos.
MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho foi realizado em Parnaíba, na Unidade Escolar Edison da Paz
Cunha da rede Estadual do Piauí. A execução ocorreu em Novembro de 2011. Nessa
pesquisa participaram 30 alunos de uma única turma da 3ª série do Ensino Médio,
turno noite da referida escola. A execução consistiu em duas etapas: na primeira
os alunos construíram modelos espaciais dos seguintes isômeros geométricos: 2-
Bromo-But-2-eno, 1,2-Bromo-Eteno, 1-Iodo-1,2-Dimetil-Ciclo-Propano. Os materiais
utilizados nessa confecção foram: bolinhas de isopor de diferentes tamanhos,
palitos e tinta guache com pincel. Na segunda etapa buscou-se um diagnóstico
sobre a aprendizagem adquirida pelos alunos, através de um questionário que
continha 05 questões objetivas todas referentes ao conteúdo Isomeria Geométrica.
Os acertos foram considerados nesse estudo como aprendizagem adquirida e os
erros como aprendizagem não- adquirida. O tempo disponível para resolução do
questionário foi de 15 minutos, com objetivo de garantir a veracidade dos dados,
não foi permitido nenhuma forma de consulta a livros, ou a outros meios de
informação. Os resultados coletados para cada questão foram expressos
percentualmente tomando como referência uma amostra de 30 (100%) alunos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se que 90% dos alunos conhecem as diferenças entre os isômeros
geométricos (Cis-Trans), e que 75% conseguem observar e compreender sua
existência em cadeias cíclicas. No que tange ao domínio da orientação espacial,
assim como da montagem da fórmula estrutural a partir da fórmula molecular esse
estudo revelou que 20% dos discentes não adquiriram esse conhecimento com a
metodologia adotada, isso prova que 80% dos alunos assimilaram tal competência.
Um ponto intrigante observado foi que apenas 30 % dos alunos demonstraram
aquisição de conhecimento sobre a nomenclatura dos isômeros geométricos, essa
questão foi a que apresentou o menor índice de aprendizagem, não contribuindo de
maneira eficiente para 70% dos estudantes. Um dado muito importante e positivo
foi que 95% dos alunos conseguiram adquirir conhecimento sobre a diferença de
fator estéreo na diversidade de grupos substituintes, isso foi facilitado com o
uso de bolinhas de isopor de diferentes tamanhos, contribuindo para que os
discentes construam uma visão abstrata da Natureza microscópica, a aquisição
dessa visão foi favorecida com a representação concreta (modelos didáticos) de
alguns isômeros geométricos. Nesse contexto, os resultados encontrados estão de
acordo Gonçalves et al., (2007) e Resende Filho et al., (2009) no qual relataram
que abordagem de conteúdos de química com o uso de materiais didáticos é uma
ferramenta eficiente para evolução positiva no processo de ensino aprendizagem
da disciplina Química.
CONCLUSÕES: Concluiu-se que os alunos visualizaram a estrutura molecular dos isômeros
geométricos de maneira concreta, visto que esse conhecimento até em tão era
somente abstrata. Das questões exploradas no questionário apenas o domínio de
nomenclatura apresentou um resultado menos satisfatório (30% de aprendizagem), já
a noção de fator estéreo obteve um resultado mais significativo (95% de
aprendizagem). O presente estudo confirma que a utilização de materiais didáticos
no ensino de Isomeria Geométrica conduz a aquisição de uma aprendizagem química
significativa no Ensino Médio.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: GONÇALVES, C. L.; BORGES, E. L.; MOTA, F. V.; SCHUBERT, R. N. Construção de modelos moleculares versáteis para o ensino de química utilizando material alternativo e de baixo custo. In: XVII Encontro de Iniciação Cientifica e III Encontro de Pós Graduação, Universidade Federal de Sergipe de 16 a 19 de Outubro 2007.
LISBOA, J. C. F. Química, 3ª ano: ensino médio ser protagonista.-1.ed.-São Paulo: Edições SM , 2010.
RESENDE FILHO, J. B. M R; BARRETO, I. S; NASCIMENTO, Y. I. F. Ensino de geometria molecular sob a perspectiva da educação inclusiva. SIMPEC – 7
Simpósio Brasileiro de Educação Química. Salvador/BA de 12 a 14 de Julho de 2009.