TÍTULO: A INFLUÊNCIA DA CONTEXTUALIZAÇÃO NA APRENDIZAGEM DE QUÍMICA E NAS MUDANÇAS DE ATITUDES
AUTORES: Lopes, D.M.S. (UNIVASF) ; Barbosa, R.M.N. (UFRPE) ; Paiva, J.E. (UFRPE)
RESUMO: Este estudo objetivou investigar a influência de uma abordagem contextualizada, a
partir do tema aditivo alimentares, na aprendizagem das funções inorgânicas.
Participaram alunos da 1ª série do ensino médio de uma escola da rede particular
de ensino em Recife. A metodologia envolveu etapas de sensibilização para o tema;
pesquisas; leitura de textos e rótulos; discussões em grupo dentre outras. As
concepções dos alunos, antes e após a intervenção foram obtidas através de um
questionário. Aspectos como conceito e classificação de aditivos e funções
inorgânicas, assim como legislação quanto ao uso de aditivos foram abordados. Os
resultados apontaram para uma maior compreensão, por parte dos alunos, em relação
aos aditivos alimentares e funções inorgânicas.
PALAVRAS CHAVES: Aditivos alimentares; contextualização; funções inorgânicas
INTRODUÇÃO: Embora o uso dos aditivos seja indispensável, é necessário que nós tenhamos o
mínimo de informação sobre o assunto, para fazermos melhores escolhas do que
consumir, evitando possíveis problemas de saúde. O tema aditivos alimentares foi
escolhido por envolver vários conceitos científicos, dentre eles funções
inorgânicas, que fazem parte do conteúdo curricular da 1a série do Ensino Médio,
onde foi desenvolvido o trabalho e pelo interesse dos alunos em estudarem
alimentos e hoje não se pode falar em alimentos sem falar em aditivos. Essa ação
apóia-se nas idéias de Freire (2003), sobre a necessidade de o conteúdo
programático refletir as aspirações dos alunos, se reporta aos temas geradores,
que é o ponto de partida para o processo de ação pedagógica. Além de poder
colaborar para a formação de uma consciência crítica e mais participativa do
aluno na sociedade. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS) do Ensino Médio
de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, também propõem que as
escolhas sobre o que ensinar devem se pautar na seleção de conteúdos e temas
relevantes que favoreçam a compreensão do mundo natural, social, político e
econômico (BRASIL, 2002). A educação tem que ser útil para a vida do aluno,
ajudando-o a desenvolver a percepção crítica sobre a realidade, gerando nele
interesse, envolvimento e comprometimento, tornando-o sujeito no ato pedagógico
e não mero espectador passivo. A educação tem que ser dialógica e
contextualizada, e não uma educação bancária, que transforma o educador em um
doador de fórmulas e comunicados (FREIRE, 2003). Este estudo objetivou
investigar a influência de uma abordagem contextualizada, a partir do tema
aditivos alimentares, na aprendizagem das funções inorgânicas e nas atitudes dos
alunos frente à temática.
MATERIAL E MÉTODOS: Esta pesquisa apresenta aspectos qualitativos e quantitativos, tratando-se,
também dentre as várias formas que assume a pesquisa qualitativa, de uma
abordagem etnográfica (LÜDKE, 1986). A metodologia envolveu etapas de
sensibilização para o tema; levantamento das concepções dos alunos, antes e após
a intervenção através de questionários e fichas de hábitos alimentares;
pesquisas; leitura de textos e rótulos; discussões em grupo dentre outras.
Aspectos como conceito e classificação de aditivos e funções inorgânicas, assim
como legislação quanto ao uso de aditivos foram abordados. Participaram alunos
da 1ª série do ensino médio de uma escola da rede particular de ensino.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados apontaram para uma maior compreensão, por parte dos alunos, em
relação aos aditivos alimentares e funções inorgânicas, além de indícios de
mudanças de atitude com relação a: maior preocupação com a qualidade dos
alimentos
ingeridos; maior consciência da necessidade de uma alimentação mais sadia; maior
criteriosidade quanto ao consumo de alimentos que contêm aditivos e maior
cuidado
com o corpo. Com relação à legislação, também foi constatado uma mudança por
parte
da maioria dos alunos, que passaram a considerar o uso dos aditivos permitido
desde que dentro das quantidades limites estabelecidas por lei. A consciência do
limite é fundamental para procurarmos evitar o consumo excessivo de alimentos
industrializados, como sugerem Calil e Aguiar (1999).
CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que o trato pedagógico, apoiado na pedagogia Freireana,
vinculando a realidade do aluno com o conteúdo estudado, pode contribuir para a
formação de uma visão crítica não apenas quanto à escolha e qualidade dos produtos
a serem consumidos, na perspectiva de uma alimentação mais saudável, como também
na tomada de decisões mais conscientes e comprometidas, mudando suas atitudes em
busca de melhor qualidade de vida. Diferentemente do estudo normalmente utilizado
dessas substâncias, onde são explorados apenas aspectos como nomes, fórmulas e
características sem conexão com o contexto do aluno.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CALIL, R., AGUIAR, J. Aditivo nos alimentos. Tudo o que você precisa saber sobre os aditivos químicos adicionados nos alimentos. São Paulo: R.M. Calil, 1999. 140p.
BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2002.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 36.ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003, 184p.
LÜDKE, M., ANDRÉ, M. E. D. A. A Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.