TÍTULO: A QUÍMICA E O ENSINO MÉDIO NA VISÃO DOS ESTUDANTES: UM ESTUDO DE CASO
AUTORES: Lobato, H.L. (UFMA) ; Silva, T.P. (UEPB) ; Oliveira, R.S. (UFMA) ; Dourado, G.L. (UFMA) ; Chaves, J.A.P. (UFMA) ; Bezerra, C.W.B. (UFMA) ; Costa, J.N. (UFMA) ; Silva, R.J.P. (UFMA)
RESUMO: O presente trabalho, realizado no Colégio de aplicação da UFMA, COLUN, teve como
objetivo conhecer a percepção dos alunos do Ensino Médio (2º semestre letivo de
2010) em relação à Química, enquanto disciplina. O instrumento da pesquisa foi
um questionário semi-aberto contendo 13 questões, o qual permitiu conhecer a
motivação dos alunos para o estudo da Química, a representação que eles fazem
desta ciência, a percepção deles quanto ao ensino na Escola, melhores recursos
didáticos, dentre outros pontos. Os sujeitos da pesquisa foram 149 estudantes
(33% 1º ano, 45% do 2º ano, 22% do 3º ano), distribuídos nos turno matutino e
vespertino. Os resultados são úteis para propostas metodológicas que auxiliem o
ensino desta ciência não apenas nesta Escola, mas também em outras unidades de
ensino.
PALAVRAS CHAVES: Química; Ensino médio; Visão dos alunos
INTRODUÇÃO: Um conhecimento é aprendido quando envolve mudança atitudinal, isto é, quando
implica em entendimento e superação de dificuldades. Para que esse tipo de
aprendizagem ocorra, é necessário que o ensino possibilite ao aluno ir além da
memorização e justaposição de conteúdos. Isso exige, entre outras coisas, o
planejamento da matéria; a integração com os conhecimentos prévio dos alunos e a
escolha adequada de conteúdos, de modo que as informações sejam significativas e
façam sentido para os alunos. Na esteira desse pensamento, no campo das
Ciências, várias pesquisas têm se destacado pelo interesse em investigar tanto o
processo de ensino quanto os aspectos relacionados ao processo de aprendizagem
dos conceitos científicos. É de interesse então estudos que contribuam para o
estabelecimento das percepções estudantis prévias sobre os conteúdos a serem
abordados, para que as metodologias, linguagem e recursos a serem empregados
venham a facilitar a construção do conhecimento. Diversos autores (FREITAS FILHO
& CELESTINO, 2010; DOMINGOS & RECENA, 2010; GUIMARÃES, 2009; OLIVEIRA, 2005;
PERNA, 2007) dedicaram-se a estudos desta natureza, bem como sugestões
motivadoras e eficazes para tornar o processo ensino-aprendizagem mais efetivo.
Assim, objetivamos com essa pesquisa conhecer, por meio da visão dos alunos, os
fatos geradores das dificuldades presentes nas salas de aula de química e, a
partir desta compreensão, auxiliar na busca de metodologias que contribuam para
a melhoria do ensino-aprendizagem.
MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada no 2º semestre letivo de 2010, junto aos alunos do Ensino
Médio do Colégio Universitário (COLUN). Ao total, 149 alunos foram entrevistados,
distribuídos em turmas de 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio. A pesquisa foi
realizada em salas de aulas e em uma abordagem qualitativa. A coleta de dados foi
realizada a partir da aplicação de um questionário semi-aberto, contendo 13
(treze) questões referentes à concepção dos entrevistados sobre as aulas e
avaliações de Química, suas motivações prévias com relação ao tema, na perspectiva
de, a partir das visões e necessidades dos alunos, contribuir para possíveis
melhoras no processo de ensino. Os questionários foram analisados com auxilio de
uma planilha do programa EXCEL.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados mostram que apenas 19,46% acreditam ter facilidade na compreensão dos
conteúdos de Química. A grande maioria tem dificuldades reais (71,14% medianas,
6,71% maiores), o que requer, portanto, um comprometimento docente e
institucional no planejamento e execução de um curso capaz de atingir suas
metas. Dos entrevistados, 28,19% dizem ter afinidade com os conteúdos
ministrados, mas os demais, em intensidades distintas (Fig. 1), não os
consideram interessantes ou úteis. Este ponto merece maior reflexão, pois a
grande maioria afirmou (74,50%) que a Química é apresentada na Escola como uma
ciência experimental e que tem muito a ver com o seu cotidiano. 40,23 % disseram
que a disciplina é conduzida tanto expositiva quando experimental e, comumente,
a contextualização e a proposta de atividade experimental são apontadas como
instrumentos motivadores e de fixação de conteúdos. Algo mais, então, precisará
ser feito para despertar e corrigir a visão dos alunos sobre a importância dos
conteúdos da Química em suas vidas individual e social. Reforça nossa opinião
dos dados de aproveitamento dos alunos, ver Fig. 2., já que 89,93% nunca
reprovaram em Química. A Escola também se preocupa em diversificar os recursos
em sala de aula, além do quadro, sendo os mais citados: data show, vídeos e
ferramentas digitais. Os alunos, portanto, usufruem de uma disciplina
contextualizada, realizam atividades experimentais e têm excelente
aproveitamento de curso, entretanto, há baixa identificação deles com a área e
conteúdos ministrados.
CONCLUSÕES: Há, na concepção dos estudantes, o claro reconhecimento das dificuldades que
enfrentam na aprendizagem de química e na identificação com seus conteúdos, apesar
de significativo ser o rendimento deles no curso. As aulas de Química talvez
possam direcionar os conteúdos a serem ministrados para a aquisição das
habilidades compatíveis ao nível, para os eixos: energia, meio-ambiente, saúde e
desenvolvimento, os quais são basilares em qualquer sociedade e esclarecem a
atualidade e importância dos mesmos para a formação dos educandos enquanto
cidadãos do mundo.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a CAPES, através do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência (PIBID) pelas bolsas concedidas,e pela escola COLUN.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FREITAS FILHO, J. R. de; CELESTINO, R. M. C. S. Investigação da construção do conceito de reação química a partir dos conhecimentos prévios e das interações sociais. Ciências & Cognição, Rio de Janeiro, Vol. 15 (1), 2010.
DOMINGOS, D. C. A.; RECENA, M. C. P. Elaboração de jogos didáticos no processo de ensino e aprendizagem de química: a construção do conhecimento. Ciências &Cognição, Rio de Janeiro, Vol. 15 (1), 2010.
GUIMARÃES, C.C. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola, São Paulo, v.31, nº3, 2009.
OLIVEIRA, A.S. et. al. Júri químico e a discussão de conceitos químicos. Química Nova na Escola, São Paulo, nº21, 2005.
PERNA, F. et .al. O Show da Química como Instrumento Pedagógico. Anais da 30º Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química Águas de Lindóia – SP, 31 de maio a 03 de junho 2007.