TÍTULO: O Teatro Científico na Formação Inicial de Professores de Química
AUTORES: Sousa Júnior, F.S. (UFERSA) ; Malcher, G.T. (UFRN) ; Oliveira, (UFRN) ; Costa, L.A.M. (UFRN) ; Silva, F.R.G.S.H. (UTFPR)
RESUMO: Melhorar a educação é o discurso que mais se ouve em todos os fóruns de discussão em que se reflete sobre a qualidade de vida das pessoas. No centro deste debate está sempre a preocupação com a formação dos professores que limitam-se a tentar transmitir conteúdos, mostrando-se, necessária a apresentação de novas metodologias. O teatro apresenta potencialidades, para ser encarado como uma ferramenta inovadora. Nesta perspectiva, o objetivo desse trabalho, centra-se na importância do Teatro Científico na formação inicial de professores de química, para isso utilizou como instrumento de investigação a observação participante, diário de campo, registros fotográficos e de vídeo. O teatro científico propicia aos alunos uma maneira diferente de construir seus saberes.
PALAVRAS CHAVES: Teatro; formação de professores; química
INTRODUÇÃO: As ciências básicas soam como carreiras que não despertam interesses nos jovens por diferentes razões, dentre elas, Arroio et al. (2006) cita que o desenvolvimento científico ainda não é visto como um tema nacional como a economia e a política, ou mesmo porque ser professor de Ciências está vinculado à educação, cujos valores e importância para o desenvolvimento e a soberania de uma nação não são priorizados.
Melhorar a educação é o discurso que mais se ouve em todos os fóruns de discussão em que se reflete sobre a qualidade de vida das pessoas nos próximos anos. No centro deste debate está sempre a preocupação com a formação dos professores que limitam-se a tentar transmitir conteúdos de química conforme propõem os livros didáticos (MALDANER, 2006).
A formação inicial de professores mostra-se, assim, necessária a apresentação de novas metodologias didáticas para construção de um professor preocupado com a formação do novo cidadão, em contraste com o velho modelo de ensino voltado para a memorização de conhecimentos (FURIÓ, 1994).
Desta forma, verifica-se a necessidade da utilização de formas alternativas relacionadas ao ensino de Química, com o intuito despertar o interesse e a importância dos conceitos Químicos presentes nos currículos escolares.
Uma atividade que vêm ganhando espaço nas discussões acadêmicas são as atividades lúdicas, que traz importantes mudanças no desenvolvimento psíquico, preparando o indivíduo para desenvolvimentos mais avançados (CUNHA, 2001). Dentre as várias atividades lúdicas, o teatro apresenta potencialidades, onde a aprendizagem é feita de uma forma agradável (MONTENEGRO et al., 2005).
Nesta perspectiva, surge essa pesquisa, cujo foco centra-se na importância do Teatro Científico na formação inicial de professores de química.
MATERIAL E MÉTODOS: Como o foco em questão centra-se sobre a influência do Teatro Científico na formação inicial de professores de Química da UFRN, através da participação no grupo “Química em Cena”, partindo de vivências com esta linguagem durante sua trajetória no grupo de teatro, delimitou-se um possível caminho para direcionar este estudo e, assim, refletir sobre a influência do teatro na formação profissional e pessoal dos licenciandos em Química.
Os sujeitos envolvidos na pesquisa são 12 alunos do PET de Química da UFRN, que participam do grupo de Teatro Científico “Química em Cena”. Utilizo como instrumento de investigação a observação participante, diário de campo, registros fotográficos e de vídeo, bem como escritas dos alunos relatando suas impressões pessoais ao processo que vêm vivenciando.
O foco da pesquisa centrou-se em rememorar as experiências que os sujeitos já vivenciaram em relação à linguagem teatral ao longo da participação no grupo, e, até o presente momento, buscando refletir sobre as significações que o teatro representou e representa na sua formação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao serem inquiridos sobre os saberes que o Teatro Científico pode proporcionar na sua formação para a docência, alguns estudantes manifestaram estar satisfeito com as habilidades que o teatro estava proporcionando.
Depois que entrei no grupo de teatro
melhorei bastante minha autonomia, auto-estima e expressão corporal, além de aprender a corrigir os erros (... ).
Nessa perspectiva, Oliveira (2004) acredita que quando o professor em formação é motivado frente ao processo formativo ele direciona o olhar as representações, imagens e lembranças, criando possibilidades de autonomia.
Em um depoimento, um aluno do grupo articulou uma discussão de como o texto de teatro poderia ajudar a superar a fragmentação de conteúdos escolares. Dizendo, “quando trabalhamos com teatro temos que ter a preocupação de articular e intercalar as várias falas do texto, de forma que o público possa entender da melhor forma possível o desenvolvimento da história e nesse mesmo contexto temos que ter a preocupação com os conteúdos a serem trabalhados na sala de aula, pois ao trabalharmos conteúdos isolados (sem intercalar com os outros) não há uma evolução de conceitos e os conteúdos são apenas ‘passados’ para os alunos”.
Segundo os PCN (BRASIL, 1999), os conteúdos referem-se à construção ativa de capacidades intelectuais para operar com símbolos, idéias e imagens. Com relação aos conteúdos de química no currículo escolar, emergiram no Brasil diferentes propostas, como, por exemplo, de Mol et al., (2003), Mortimer (2007) entre outros. Diante dessas propostas, segundo as OCEM, espera-se que os professores procurem novas abordagens para o tratamento conceitual, e nessa perspectiva, o teatro científico apresenta-se como uma ferramenta com potencialidades (MONTENEGRO et al., 2005).
CONCLUSÕES: O teatro científico propicia aos alunos uma maneira diferente de construir seus saberes, pois cria possibilidades do indivíduo refletir sobre sua prática, através da atuação, reconstruindo significados. As representações durante a atuação no espetáculo encaminham a um repensar sobre a sua prática.
O teatro apresenta-se como uma ferramenta que possibilita um processo diferenciado de aprendizado, a partir do momento que desenvolve no aluno em formação, possibilidades de autonomia frente ao processo educativo, olhando a formação a partir da sua produção e da sua subjetividade.
AGRADECIMENTOS: PET de Química e Instituto de Química da UFRN
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ARROIO, A. et al., 2006. Show da química: motivando o interesse científico. Química Nova, 29 (1):173-178.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: novo ensino médio. Brasília: MEC, 1999.
CUNHA, N. H. S. 2001. Brinquedoteca um mergulho no brincar. 3 ed. São Paulo: Vetor, 98.
FURIÓ MAS, C.J. 1994. Tendencias actuales em la formación del professorado de ciencias. Enseñaza De Las ciencias, 12(2):188-199.
MALDANER, O.A. 2006. A formação inicial e continuada de professores de química. 3 ed. Ijuí: Unijuí, 128.
MONTINEGRO, B. et al., 2005. O papel do teatro na divulgação científica: a experiência da seara da ciência. Química Nova, 57(4):31-32.
MOL, G. 2003. Química: Livro didático para o ensino médio. 1 ed. São Paulo: Geração, 101.
MORTIMER, E. F. et al., 2000. A proposta curricular de química para o estado de Minas Gerais: fundamentos e pressupostos. Química Nova, 36(2):273-283.
OLIVEIRA, V. F., 2004. Imagens de professores. 2 ed. Ijuí: Unijuí, 108.