TÍTULO: Aspectos da Aplicação de Um Jogo Lúdico no Ensino de Tabela Periódica em Alunos Recém-ingressos de Um Curso de Licenciatura Plena em Química.
AUTORES: Menezes de Araújo, M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ) ; Eduardo da Luz Júnior, G. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ) ; Abreu do Nascimento, L. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ) ; da Luz Sousa, I. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ) ; Gomes de Oliveira, V. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ) ; Monte Silva, (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ)
RESUMO: O crescente questionamento sobre a formação de futuros professores revela a
importância do desenvolvimento de novas metodologias que atendam a graduação em
Química. Neste trabalho objetivou-se aplicar e avaliar uma metodologia
alternativa no ensino de tabela periódica em um curso de Licenciatura Plena em
Química. O jogo lúdico foi desenvolvido com aplicações-testes entre os alunos do
grupo PET-Química da Universidade Estadual do Piauí-UESPI. A metodologia foi
avaliada por meio de questionários aplicados aos alunos recém-ingressos que
participaram da pesquisa. A metodologia constitui uma nova ferramenta didática
no auxílio aos professores de cursos de Licenciatura em Química, no estimulo de
seus discentes para o conteúdo de tabela periódica e no estreitamento de sua
relação aluno-professor.
PALAVRAS CHAVES: Ensino de Química; Graduação em Química; Metodologia Alternativa
INTRODUÇÃO: A discussão a respeito da formação e das práticas dos formadores de professores
vem ganhando espaço nos últimos anos, isto vêm acontecendo devido à baixa
qualidade da formação dos professores que chegam à Educação Básica[1]. Isso
porque, muitas vezes, as disciplinas pedagógicas dos cursos de licenciatura
concentram-se em apresentar conceitos, tendências e leis educacionais, deixando
o aluno perdido na escolha de uma metodologia, quando na prática docente, for-
lhe exigido a aplicação de um conteúdo químico específico. Assim, acredita-se
que, deixar para o estudante a responsabilidade de associar os conhecimentos
específicos das diversas disciplinas do campo da Química com os procedimentos
pedagógicos constitui um equivoco[2]. Os alunos de graduação dos cursos de
Licenciatura em Química devem ser estimulados a desenvolverem a capacidade de
criação e/ou adequação de metodologias. E para isso é interessante que o
professor universitário lecione utilizando metodologias criativas, como método
auxiliar de sua prática docente[3]. Assim, pode-se romper com a visão pouco
refletida sobre o trabalho da sala de aula e com a visão da figura do professor
de ensino superior como autoritária e pouco aberta ao diálogo, que os alunos
têm.
Em virtude de a tabela periódica ser um conteúdo de muita importância para a
compreensão dos demais conhecimentos químicos, neste estudo centrou-se foco, na
elaboração e aplicação de uma metodologia par o conteúdo de tabela periódica que
atenda ao ensino superior. Objetivou-se, desenvolver uma metodologia lúdica com
a qual o professor universitário possa estreitar sua relação com os alunos, bem
como estimular o interesse destes pelo conteúdo e pela docência, ampliando o
conhecimento dos alunos (de licenciatura) sobre o uso de metodologias
alternativas.
MATERIAL E MÉTODOS: O jogo lúdico foi desenvolvido inspirado em jogos da memória, em que o jogador
deve memorizar onde estar a carta de interesse para que na sua vez possa pega-la
e assim pontuar. O jogo, de nome Mendeleev-UESPI é constituído de dois tipos de
cartas: (1) cartas com informações, (2) cartas com figuras e o símbolos dos
elementos, que deve ser relacionada com as cartas 1 . O Mendeleev-UESPI foi
testado por duas vezes entre os alunos do grupo PET-Química da UESPI na presença
do professor tutor. Com essas aplicações, pode-se fazer as correções necessárias
para, enfim, ser aplicado entre os alunos do primeiro período do curso de
Química da UESPI. O jogo foi aplicado em turmas de recém-ingressos no curso de
Química da UESPI, totalizando 45 alunos. Para a aplicação do Mendeleev-UESPI foi
escolhido, com antecedência, entre os estudantes de cada turma, 3 monitores
sendo eles os responsáveis pelo funcionamento do jogo (foi entregue o material
para a compreensão do jogo). Já na aplicação da metodologia, os discentes se
organizam em 4 duplas em cada um do 3 grupos, sendo cada grupo de
responsabilidade de um monitor. A metodologia foi aplicada durante
aproximadamente 35 minutos em cada classe. Os resultados foram colhidos por meio
de observações durante as aplicações da metodologia, bem como, por meio de
questionários aplicados aos alunos após o desenvolvimento da aula. Também foi
verificado, por meio de questionários (antecedentes à aplicação da metodologia),
o conhecimento dos alunos recém-ingressos do curso de Química, comparando com o
conhecimento de alunos do ensino médio. Para tanto foi aplicado o mesmo
questionário a 79 alunos de primeira e segunda séries do ensino médio de duas
escolas da capital do Piauí, bem como aos 45 alunos recém-ingressos do curso de
Química da UESPI.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foi verificado que alunos de graduação em química da UESPI têm um bom
conhecimento de tabela periódica, com uma deficiência mais expressiva no
conceito de energia de ionização. Percebeu-se com esse resultado, um bom
ambiente para a aplicação da metodologia alternativa. Com a aplicação do jogo
lúdico foi percebido grande interesse dos alunos pelo formato da aula, os alunos
demostravam estar se divertindo. As duvidas que surgiram durante as aplicações
do Mendeleev-UESPI foram sanadas pelos monitores.
Por meio de uma questionário, todos os alunos afirmaram que foi uma forma
divertida de aprender sobre tabela periódica. Dos 45 alunos, em que foi aplicada
a metodologia, 90,9% disseram não ter identificado aspectos negativos. E 81,8%
disseram que a metodologia não é capaz de suprir todo o conhecimento sobre
tabela periódica. De fato não é objetivo do Mendeleev-UESPI suprir todo o
conhecimento da tabela periódica, mais o de ser uma ferramenta que auxilie o
professor em suas atividades docentes, ficando para o professor a
responsabilidade de utiliza-lo adequadamente.
Quando indagados se continuariam a jogar o Mendeleev-UESPI fora do período de
aulas, 95,5% afirmaram que sim. Como já foi dito, percebeu-se, nos alunos,
entusiasmo pela metodologia, e isso refletiu no número citado. Sendo
interessante notar que, quanto mais o aluno jogue o jogo, mais informações irá
adquirir sobre os elementos da tabela periódica.
Acredita-se que foi estimulando no aluno, com o jogo lúdico, a criatividade;
fator preponderante para uma melhor formação do futuro professor. Para 95,5% dos
alunos, a metodologia é capaz de aproximar o aluno do professor. A maioria
afirma que o ambiente de descontração (com o uso da metodologia) favorece o
estreitamento da relação que têm com o docente.
CONCLUSÕES: A atividade proposta possibilita a construção de um ambiente mais descontraído,
em que o aluno sente-se à vontade para interagir com o professor. Ao passo em
que, o estimula a desenvolver sua criatividade (metodologias alternativas); uma
vez que consiste em uma experiência diferente daquela vivenciada no cotidiano
acadêmico. Assim o jogo se enquadra dentro do diz a LDB para os cursos de
licenciatura que aponta para a necessidade de uma formação mais ligada ao “ser
professor”. O jogo é uma boa maneira de lecionar para futuros professores aliando
o conhecimento químico com a prática pedagógica.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos aos alunos de Química da UESPI que colaboraram gentilmente com esta
pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. MASSENA, Elisa Prestes; MONTEIRO, Ana Maria Ferreira da Costa. Concepções sobre currículo de formadores de professores: o curso de licenciatura em Química do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Quím. Nova [online]. 2011, vol.34, n.8, pp. 1476-1484. ISSN 0100-4042.
2. RODRIGUES, Salomão Bento de Vasconcelos; DA-SILVA, Dayse Carvalho; QUADROS, Ana Luiza de. O ensino superior de química: reflexões a partir de conceitos básicos para a química orgânica. Quím. Nova [online]. 2011, vol.34, n.10, pp. 1840-1845. ISSN 0100-4042.
3. ALENCAR, Eunice Maria Lima Soriano de; FLEITH, Denise de Souza. Criatividade na educação superior: fatores inibidores. Avaliação (Campinas) [online]. 2010, vol.15, n.2, pp. 201-206. ISSN 1414-4077.