TÍTULO: AVALIANDO O IMPACTO DO PROJETO AÇÕES CONSTRUTIVAS DO CONHECIMENTO QUÍMICO NAS ESCOLAS PÚBLICAS: CONTRIBUIÇÕES NO ESTADO DO CEARÁ
AUTORES: Ventura de Queiroz, B. (UFC) ; Lima Coelho, E. (UFC) ; Maia Melo, S. (UFC) ; Maria Pontes Silva Ricardo, N. (UFC) ; Maria Pontes Silva Ricardo, N. (UFC)
RESUMO: Esta pesquisa buscou avaliar as contribuições e dificuldades enfrentadas pelo Projeto Ações Construtivas do Conhecimento Químico nas Escolas Públicas para estudantes do ensino médio e licenciandos em Química do Estado do Ceará que busca melhorar a qualidade do ensino desta disciplina nas instituições de ensino público . Para a avaliação foram utilizados dois questionários que foram aplicados a estudantes de ensino médio e de Licenciatura em Química que participam do mesmo. Os resultados mostraram que o projeto está impactando a vida social e motivacional dos estudantes de nível médio, além de contribuir para a facilitação da aprendizagem em Química. A principal dificuldade está relacionada à evasão estudantil e a falta de contribuição da gestão escolar.
PALAVRAS CHAVES: Ensino de Química; Avaliação educacional; Escola Pública
INTRODUÇÃO: No atual contexto do ensino de Química, essa ciência tem sido vista por alunos do nível médio como uma disciplina difícil. Segundo SILVA(2011) “sua dificuldade aumenta por conta de ser abstrata e complexa. Eles alegam a necessidade de memorizar fórmulas, e equações químicas”. Isto pode ser justificado pelas abordagens tradicionais de alguns docentes de Química que repassam conhecimentos científicos desvinculados da realidade do aluno.
Para tornar a Química mais presente nas instituições públicas de ensino médio surge o projeto Ações Construtivas do Conhecimento Químico nas Escolas Públicas. Este oferta cursos de aprofundamento para estudantes com o objetivo de identificar jovens com talento e aptidão para o estudo da química, estimulando-os a prosseguir esses estudos na Universidade. Trata-se de um piloto promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) em apoio ao Programa Nacional de Olimpíadas de Química.
Os cursos acontecem em treze estados do Brasil, onde as aulas são ministradas por estudantes universitários dos cursos de Licenciatura em Química provenientes de Instituições Federais e Estaduais de Ensino Superior que são orientados por professores licenciados e atuantes no ensino de Química. O projeto apresenta uma coordenação local e uma coordenação nacional. Em pesquisa recente, SANTOS (2012) relata a contribuição deste projeto para os alunos do estado de Pernambuco: “Os alunos mostraram-se extremamente dispostos a enfrentar diversas dificuldades em busca por oportunidades de ampliar seus conhecimentos”.
Este trabalho busca relatar o impacto do projeto supracitado no estado do Ceará, sobretudo, para os alunos do ensino médio e licenciandos em Química.
MATERIAL E MÉTODOS: A avaliação do programa foi feita através da aplicação de dois questionários. Eles continham respectivamente nove e oito questões alternando entre abertas e fechadas. O primeiro foi aplicado para os estudantes universitários, licenciandos em Química, e o segundo para os estudantes de escolas públicas, participantes do programa. Ambos os questionários procuram avaliar as contribuições e dificuldades encontradas na vivência do programa nas escolas públicas do estado do Ceará.
A pesquisa buscou avaliar o impacto do programa ainda em curso, no período de Novembro 2011 a Maio de 2012. Foram avaliados dez professores licenciandos em Química e trinta estudantes de diferentes escolas públicas da região metropolitana de Fortaleza.
Ressalta-se que há no projeto 78 licenciandos em Química e 82 escolas envolvidas atualmente no projeto. Existem ainda alunos que lecionam em duas escolas. Na maioria das escolas o projeto funciona aos sábados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com a análise dos dados contidos no questionário para os alunos participantes do projeto, pôde-se observar que 75% acharam ótimo o projeto na sua escola. A maioria ainda afirmou que antes de participar do mesmo eles gastavam seu tempo com atividades ociosas. Puderam partilhar também, que no curso fizeram mais amigos, contribuindo assim para a vida social dos alunos.
Perguntou-se também o que os estudantes mais gostavam no curso, um deles respondeu: “A interatividade aluno-professor” e outro mencionou: ”Das aulas e do ótimo material didático trazido pelo professor”. Em outra questão foi solicitado aos mesmos que classificassem a matéria de Química antes e depois do curso. Antes do inicio do projeto, 70% classificava-a como complicada de aprender e após quatro meses, 80% classifica-a como fácil de aprender. Ambas as questões citadas mostram que o projeto está tendo uma boa aceitação e que ele está contribuindo para facilitar o aprendizado em Química.
Com relação ao questionário dos licenciandos em Química, professores do curso, pôde-se observar que 70% deles nunca haviam lecionado e tiveram opiniões positivas a respeito da experiência em sala de aula. A maioria relatou ainda que teve dificuldades para enfrentar a evasão dos alunos e a falta de apoio da gestão escolar. A grande maioria dos professores relatou que o projeto causou um considerável impacto motivacional e social na vida dos estudantes. Um deles justificou: “Os participantes do curso estão gostando mais da disciplina, eles têm tirado notas melhores, uma vez que estão vendo o conteúdo de forma detalhada”.
CONCLUSÕES: Com a observação dos questionários dos licenciandos em Química e dos estudantes do nível médio, foi possível concluir que o projeto piloto da CAPES trouxe vantagens para os graduandos de licenciatura, onde estes tiveram a sua primeira experiência docente dentro do projeto, ajudando-os na sua formação acadêmica. Em relação aos alunos das escolas publicas conclui-se que estes mudaram sua opinião com relação ao grau de dificuldade da disciplina de Química. Isto por que o projeto propiciou uma maior interação aluno-professor e conseguiu abordar conceitos químicos de forma aprofundada, aumentando o contato dos discentes com essa ciência. As dificuldades encontradas no projeto podem-se citar a evasão de alunos e a falta de apoio da gestão escolar.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos a CAPES por todo apoio financeiro ao projeto, bem como a gestão das escolas que contribuíram e facilitaram a implantação do Projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: SANTOS, L.A.; SILVA, R.C.; AQUINO, K.A.S.; PAVÃO, A.C.; MELO, S.M. Contribuições Pedagógicas do Projeto Ações Construtivas do Conhecimento Químico nas Escolas Públicas: ações no estado de Pernambuco- In: XVI ENEQ, Salvador-BA, 2012.
SILVA, A.M. Proposta para Tornar o Ensino de Química mais atraente – Revista de Química Industrial, Nº 731 / 2011.