TÍTULO: AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA DE UM RIO PARA AULAS PRÁTICAS DE QUIMICA AMBIENTAL

AUTORES: COSTA, P.R.F. (UFRN) ; XAVIER, D. K.S. (UFRN) ; PONTES, J.P.S.D. (UFRN) ; SILVA, M.H.C. (UFRN) ; SILVA, D.R. (UFRN) ; MARTINEZ-HUITLE, C. A. (UFRN)

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo desenvolver uma aula prática para a disciplina de química ambiental, com o intuito de avaliar a qualidade da água de uma bacia hidrográfica através da metodologia do Índice de Qualidade de água adaptada e desenvolvida pela Companhia de Tecnologia De Saneamento Ambiental, através do modelo original da "National Sanitation Foundation" dos Estados Unidos e ainda, monitorar a disciplina por meio da freqüência dos alunos que cursaram com e sem a realização da prática. Como resultado foi possível perceber que este experimento levou aos alunos de graduação e mestrado a compreender que a água coletada desta Bacia Hidrográfica encontrava-se classificada como de boa qualidade e que a realização de uma prática faz com que os alunos se envolvam mais com a disciplina.

PALAVRAS CHAVES: química ambiental, iqa - índice de qualidade da água e aprendizado

INTRODUÇÃO: O ensino tradicional de química é administrado de forma que o aluno saiba inúmeras fórmulas e decore reações, mas sem relacioná-las com a forma natural que ocorrem na natureza. Trabalhar com as substâncias e aprender a observar um experimento cientificamente, isto sim leva a um conhecimento definido (QUEIROZ, 2004).
Entende-se que a melhoria da qualidade do ensino de química deve contemplar a adoção de uma metodologia de ensino que privilegie a experimentação como uma forma de aquisição de dados da realidade, oportunizando ao aprendiz uma reflexão crítica do mundo para com os conteúdos abordados em sala de aula, viabilizando assim a dualidade: teoria e prática (DOMINGUEZ, 1975 apud FARIAS, et al 2009), onde quanto mais integrada à teoria e a prática, mais sólida se torna a aprendizagem de química (RUSSEL).
A disciplina de química ambiental tem como objetivo abordar o meio ambiente com ênfase nos processos químicos, onde a água, de uma forma geral, é um dos temas que é abordado em aulas teóricas da disciplina e que poderia ser abordado também em aulas práticas, mostrando para os alunos como seria possível determinar a sua qualidade através de parâmetros físico-químicos e microbiológico.
Desta forma, este trabalho teve como objetivo desenvolver uma aula prática para a disciplina de química ambiental, com o intuito de apresentar aos alunos como se deve avaliar a qualidade da água de uma bacia hidrográfica localizada no estado do Rio grande do Norte através da metodologia do IQA – Índice de Qualidade de água adaptada e desenvolvida pela CETESB através do modelo original da "National Sanitation Foundation" dos Estados Unidos – NSF e ainda, monitorar a disciplina através da freqüência dos alunos que cursaram com a realização da prática e sem a realização da prática.


MATERIAL E MÉTODOS: Para a realização deste trabalho, inicialmente foi realizada uma coleta de água na bacia hidrográfica localizada no estado do Rio Grande do Norte, onde esta água se encontrava neste momento classificada como doce de acordo com a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA N.º 357/2005 para determinar sua contaminação através da metodologia do IQA - Índice de Qualidade de Água, onde o teste desta prática foi desenvolvido em duas aulas experimentais com alunos de graduação e mestrado da disciplina de Química ambiental ministrada em um laboratório de química localizado na UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Na determinação do IQA, foram utilizados nove parâmetros, tais como: oxigênio dissolvido, coliformes fecais, pH, demanda bioquímica de oxigênio, nitrogênio total, fósforo total, turbidez, sólidos totais e temperatura, onde o IQA foi calculado pelo produtório ponderado da qualidade de água correspondentes a cada parâmetro. A partir do cálculo efetuado, determinou-se a qualidade das águas, que é indicada pelo IQA, variando numa escala de 0 a 100, classificando-se como ótima, boa, regular, ruim e muito ruim.
Ainda foi realizado um monitoramento das aulas através da lista de freqüência, comparando a presença daqueles que participaram da disciplina sem a realização da prática e daqueles que participaram da disciplina com a realização da prática.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Logo após a realização do experimento para a água em estudo, os alunos compararam os resultados encontrados com os valores permitidos pela resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA N.º 357/2005, onde foi possível, através do conhecimento teórico já ministrado em sala de aula, observar que estes alunos conseguiram determinar que a água coletada desta Bacia Hidrográfica encontrava-se classificada como de boa qualidade de acordo com a metodologia do IQA, apesar de ter apresentado variações bruscas em resultados dos parâmetros como a concentração de DBO, OD, Sólidos Totais e Coliformes. Foi possível ainda perceber que estes alunos passaram a ter conhecimento aprofundado do que seria a resolução CONAMA N.º 357/2005, compreendendo que sua finalidade principal dispõe sobre a classificação dos corpos de água e dá diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamentos de efluentes.
Ainda foi possível observar através do monitoramento da lista de freqüência, que a participação dos alunos na disciplina com a realização da prática aumentou, onde 80 % dos alunos estiveram presentes nos encontros ministrados. Já para os alunos que cursaram esta disciplina sem a realização da prática, observou-se que a presença dos alunos chegava a 40 % nas ministrações em sala de aula.


CONCLUSÕES: Logo após a aplicação da prática relacionada com a teoria que foi ministrada em sala de aula, foi possível compreender que os estudantes têm uma maior facilidade de associar o aprendizado com o conteúdo abordado, Visto que eles passam a compreender através dos resultados de análises para cada parâmetro aprendido no laboratório o motivo de não poluir o meio ambiente. Ainda se teve como conclusão que realização de uma aula prática envolvendo a teoria ministrada em sala de aula, faz com que os alunos se envolvam mais com a disciplina, participando com maior freqüência das aulas.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CETESB - COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. IQA:
Índice de qualidade das águas. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/indice_iap_iqa.asp>. Acesso em: 15 abr 2008.

CONAMA - CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – (BRASIL). Resolução N°357, de 17 de março de 2005. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf>. Acesso em: 17 de Abr. 2008.

DOMINGUEZ, S. F.: As experiências em química. São Paulo, 1975

FARIAS, C. S.; BASAGLIA, A. M.; ZIMMERMANN, A. A importância das atividades experimentais no Ensino de Química. In: CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM QUÍMICA, 1, 2009, Londrina. Resumo... Londrina/PR , Universidade Estadual de Londrina. Disponível em<http://www.uel.br/eventos/cpequi/Completospagina/18274953820090622.pdf.>. Acesso em 07 de Fev de 2011.

QUEIROZ, S. L.; ALMEIDA, M. J. P. M. Do fazer ao compreender ciências: reflexões sobre o aprendizado de alunos de iniciação científica em química. Revista Ciência & Educação, v. 10, n. 1, p. 41-53, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v10n1/03.pdf>. Acesso em: 02 de Mar de 2011.

RUSSELL, J.B. Química Geral. 2. ed. São Paulo, 1994.

XAVIER, D. K.S. Monitoramento ambiental através do índice de qualidade de água – iqa associado com o índice de toxidez – it das águas das bacias hidrográficas do curimataú e maxaranguape no estado do rio grande do norte. 2010. 79f. Dissertação (Mestrado em Química) – Programa de Pós Graduação em Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2008.