TÍTULO: Motivações para o ensino das funções inorgânicas: vivências com o cotidiano do aluno

AUTORES: AGUILAR, M. S. (UNESA/FAETEC) ; FARIA, M. L. G. (ISERJ/FAETEC) ; QUEIROZ, J. F. (ISERJ/FAETEC)

RESUMO: A disciplina de química ministrada no Ensino Médio é vista pelo aluno como sendo difícil e desconectada da sua realidade. A grande maioria dos alunos não consegue fazer uma ligação entre a teoria dada na sala de aula e o seu cotidiano.
Para diminuir este distanciamento, foi proposto que os alunos realizassem pesquisas sobre substâncias inorgânicas utilizadas em nosso cotidiano e as transformassem em experimentos a serem apresentados na sala de aula. Neste trabalho, procurou-se direcionar o aluno a fazer uma relação efetiva entre a prática e a teoria no estudo das funções inorgânicas, buscando conscientizá-lo da importância do conhecimento da química para uma melhor utilização dos materiais e um maior conhecimento da natureza e do mundo que o cerca.


PALAVRAS CHAVES: contextualização. experimentos. funções inorgânicas.

INTRODUÇÃO: O ensino da química no ensino médio é feito, na maioria das vezes, na forma de aulas expositivas tradicionais, onde o aluno assume uma posição passiva de ouvinte (GUIMARÂES, 2009), o que traz uma grande apatia e desmotivação no aprender. Somente a apresentação do conhecimento e a sua transmissão do professor para o aluno, não tem sentido, pois pouco contribui para a formação do profissional e do cidadão
Este modelo de ensino não colabora para a formação de um indivíduo participativo em uma sociedade onde o conhecimento científico e tecnológico se faz cada dia mais presente.
Uma das formas de reverter este quadro é a utilização de aulas experimentais, já que os experimentos exercem uma grande influência no ensino da química, por que possibilitam uma melhor assimilação dos conceitos e teorias da química, que muitas vezes, são considerados muito abstratos pelos alunos (SILVA, 2006).
Outro fato importante a ser abordado é que na elaboração e execução dos experimentos, o aluno deixar de ser um mero espectador e passa a participar do processo de construção do aprendizado, o que é extremamente motivador e promotor da aprendizagem (CASTILHO, 1999).
Este trabalho tem como objetivo gerar a contextualização de um dos conteúdos de química dado no ensino médio, especificamente funções inorgânicas, que muitas vezes é somente memorizado pelo aluno, utilizando para tal, a realização de pesquisas e a execução de experimentos em sala de aula pelo aluno.


MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho foi desenvolvido no Instituto Superior de Educação (ISERJ), que pertence a Fundação de Amparo a Escola Técnica (FAETEC), em turmas da 2ª série do ensino médio envolvendo cerca de 80 alunos, com o objetivo de enriquecer o estudo sobre as substâncias pertencentes às quatro principais funções da química inorgânica.
Inicialmente o professor trabalhou o conteúdo programático teórico funções inorgânicas, utilizando-se como complementação experimentos em micro escala (kits de química) relacionados ao tema.
Posteriormente as turmas foram divididas em grupos e cada grupo recebeu certo número de substâncias químicas pertencentes a uma das funções inorgânicas para que os alunos realizassem uma pesquisa sobre a sua importância e utilização no cotidiano, visando os aspectos econômico, medicinal e industrial. Foi proposto que o resultado dessa investigação fosse demonstrado em três etapas. A primeira etapa consistiria de uma apresentação à turma da pesquisa através de algum recurso áudio-visual, que constasse da nomenclatura da substância química (oficial e comercial, se houvesse), a fórmula, as principais características e utilizações e ao menos uma equação química em que aparecesse a substância química em questão como reagente ou produto. A segunda etapa seria composta pela apresentação das substâncias químicas em estudo a partir de rótulos ou embalagens de produtos comerciais e a terceira etapa seria a montagem de um experimento que contivesse pelo menos uma das substâncias químicas estudadas.
Os grupos apresentariam suas pesquisas à turma em um tempo máximo de 15 minutos.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram apresentados cerca de vinte trabalhos, onde todos cumpriram as três etapas de apresentação, discutindo e explicando os assuntos a serem abordados. Os alunos foram divididos em grupos, tendo cada grupo recebido certo número de substâncias químicas a serem pesquisadas dentro das seguintes classes: Hidrácidos, oxiácidos, bases alcalinas e alcalinas terrosas, bases metálicas, sais, óxidos e a poluição atmosférica, óxidos e medicamentos e óxidos e a indústria.
As apresentações em cartazes foram, em geral, feitas de acordo com as normas estabelecidas. Com relação às apresentações de rótulos e embalagens, os resultados obtidos foram menos expressivos e muito repetitivos, obtendo-se os seguintes materiais: HCl – ácido muriático, HCN – câmara de gás, CH3COOH – vinagre, NaOH – limpa forno e desentupidor de encanamentos, Mg(OH)2 – leite de magnésia, NH4OH – material de limpeza, Al(OH)3 - antiácido, NaHCO3 – fermento em pó, NaCl – sal de cozinha, NaClO – água sanitária, CaSO4 – giz e gesso, CO2 – bebidas gaseificadas, ZnO – talco e pomadas contra assaduras, MgO - medicamentos e desodorantes, H2O2 – água oxigenada, Fe2O3 – pigmentos, PbO2 – bateria de automóvel e SiO2 – cosmético para pele.
Os experimentos elaborados pelos alunos, utilizando produtos comerciais, onde as substâncias químicas eram reagentes, produtos ou catalisadores e a execução dos mesmos, pode ser visto nas figuras a seguir:






CONCLUSÕES: Após a apresentação dos trabalhos concluímos que um dos objetivos foi alcançado: despertar a relação teoria-prática na construção de um pensamento científico do aluno. Ocorreu grande empenho e entusiasmo por parte dos mesmos na execução do trabalho, demonstrando que quando o aluno deixa de ser espectador, a aprendizagem torna-se muito mais significativa. Na apresentação dos experimentos, os alunos realizaram reações químicas utilizando materiais do cotidiano, explicando o procedimento experimental, com o uso de equações químicas, mostrando-se bastante preocupados com o aspecto da segurança.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: SILVA, A. M; BANDEIRA, J. A. A Importância em relacionar a parte teórica das aulas de química com as atividades praticas que ocorrem no cotidiano. 5º Simpósio Brasileiro de Educação Química, 2006.

GUIMARÃES, Cleidson Carneiro. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA, Vol. 31, N° 3, AGOSTO 2009.

CASTILHO, D.L., SILVEIRA, K.P., MACHADO, A. H., As aulas de química como espaço de investigação e reflexão. Revista Química Nova na Escola, vol. 9, maio 1999, p. 14 -17.