TÍTULO: QUÍMICA NA SALA DE CIÊNCIAS: UMA EXPERIÊNCIA COM O 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
AUTORES: CAVALCANTE, M.S.T. (IF SERTÃO-PE) ; LIMA JUNIOR, G.V. (SESC-PETROLI) ; SILVA, J.S. (SESC-PETROLI)
RESUMO: O trabalho com Química no Ensino Fundamental tem sofrido influências das circunstâncias da sociedade moderna. Assim, este trabalho objetivou observar as posturas dos alunos que freqüentam a Sala de Ciências, listar opiniões destes sobre manipulação de objetos da citada sala e descrever expectativas após os experimentos. Considerou-se a hipótese que os conceitos de química trabalhados concomitantemente com a prática em ambiente adequado possibilitam maior envolvimento dos alunos, instiga a busca de novos saberes e sustentando novas aprendizagens. Como pesquisa descritiva, o estudo teve seu valor baseado na premissa de que as práticas podem ser melhoradas por meio da observação do objeto. A hipótese inicial foi confirmada e as experiências na Sala de Ciência contribuiram para isso.
PALAVRAS CHAVES: química ensino aprendizagem
INTRODUÇÃO: Na educação contemporânea, dominada pelas exigências da sociedade da informação e do conhecimento, o ensino de química é uma das áreas em que se pode conceber a relação ser humano/natureza em novos parâmetros, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência individual e social.
Observa-se que as práticas pedagógicas, ao longo do tempo, estão baseadas na mera transmissão de informações, caracterizando-se como conteudistas apenas, tendo como suporte exclusivo o livro didático e como metodologia norteadora, as aulas teórico-expositivas.
Entretanto, muitas tentativas têm sido percebidas na intenção de incorporar avanços didático-tecnológico, produzidos nas últimas décadas, sobre o processo de ensino e aprendizagem em todas as áreas e sobre o ensino de química, em particular. Buscam-se situações em que o aluno seja um produtor de conhecimentos a partir de suas próprias especulações, que seja sujeito de sua aprendizagem.
Por esses motivos, três objetivos pautaram esse estudo: observar as posturas dos alunos das escolas públicas que freqüentam a Sala de Ciências (SESC-Petrolina), listar opiniões desses alunos sobre manipulação de objetos da citada sala e descrever expectativas sobre a volta para sala de aula regular após a vivência de experimentos. Considerou-se a hipótese que os conceitos de química trabalhados concomitantemente com a prática em ambiente adequado (Sala de Ciências) possibilitam maior envolvimento dos alunos e instiga a busca de novos saberes viabilizando certa sustentabilidade na aprendizagem.
MATERIAL E MÉTODOS: Caracterizado como uma pesquisa descritiva, este estudo teve seu valor baseado na premissa de que as práticas podem ser melhoradas por meio da observação minuciosa do objeto. Segundo Gil (1994) as pesquisas desse tipo tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno. Neste sentido, Demo (2000) apresenta uma nova abordagem educacional, o educar pela pesquisa, que tem como base o questionamento reconstrutivo, onde o conhecimento acontece pela reformulação de conhecimentos existentes.
A seleção dos participantes seguiu a lógica da amostra intencional. O universo pesquisado foi composto de 25(vinte e cinco) alunos de 5 (cinco) escolas que freqüentaram a Sala de Ciências no período de 15 de fevereiro a 15 de maio de 2011. Utilizou-se um formulário de perguntas abertas e cada aluno foi questionado sobre a importância do espaço para experimentos e sobre o que fazer na sala de aulas regulares a partir do que foi observado na Sala de Ciências. Foi solicitado também que o aluno emitisse sua opinião sobre as aulas de química e sua importância para a vida de modo geral.
Um experimento possível na Sala de Ciências: "Demonstração do teste de qualidade da gasolina". Esse experimento fez parte do conjunto de dez (dez) experimentos vivenciados no período de estudo com as turmas que visitaram a Sala de Ciências.
Este teste serve para determinar, de maneira prática, a pureza da gasolina, pois com a presença de álcool a dissolução torna-se mais difícil. Quanto maior for a percentagem de álcool na gasolina, maior será o tempo para dissolução do copo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As falas dos alunos que freqüentaram a Sala de Ciências do SESC – Petrolina, no período do estudo, apresentadas pelos gráficos 1, 2, 3 e 4 e revelam que estudar química é muito mais que memorizar conteúdos dos programas escolares. O anseio principal é tornar objetiva a subjetividade dos estudos das ciências da natureza.
Quando questionados sobre a participação nas aulas, 35% afirmaram que não participavam e justificavam como sendo momentos “chatos”(sic) ou que não gostavam de ficar ouvindo o professor falar as “mesmas coisas”(sic). Outros 45% afirmaram que gostam das aulas, que participam sempre ouvindo e fazendo os exercícios. 20% não opinaram e em sua maioria simplesmente ignoraram o questionamento.
No questionamento relativo a uma possível mudança de comportamento nas aulas, 70% afirmaram que irão questionar mais e buscar novas situações de interação. 25% afirmaram que o modelo adotado em suas escolas está bom. 5% não opinaram ou ficaram indiferentes.
CONCLUSÕES: Portanto, as observações oriundas desse estudo revelaram que em sua maioria, os alunos das escolas públicas estudadas têm compromisso com suas aprendizagens, gostam das vivências escolares, buscam caminhos para melhoria de seus desempenhos e tem o compromisso necessário para continuar sempre na busca de novos saberes. De uma forma geral, a hipótese inicial foi confirmada e a contribuição das experiências realizadas na Sala de Ciência teve peso significativo neste aspecto.
AGRADECIMENTOS: Aos nosso filhos: a mais parceria que existe.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AMARAL, M. B. (Tele)natureza e a construção do natural: um olhar sobre imagens de
natureza na publicidade. In: OLIVEIRA, D. L. de (org) Ciência e Cultura nas salas de
aula - Cadernos de Educação Básica, vol.2, Porto Alegre: Mediação, 1997.
DEMO, P. Educar pela pesquisa. 4. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2000.
GIL. A. C. Métodos e técnicas da pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994
GIORDAN, A. e DE VECCHI, G. As origens do saber - das concepções dos aprendentes aos conceitos científicos. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996..
MOREIRA, A. F.; SILVA, T. T. (org.) Currículo, cultura e sociedade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995.
OLIVEIRA, D. L. de. Ciências nas salas de aula. Porto Alegre: Mediação, 1997.
PIMENTA, S. G. (org.). Saberes pedagógicos e atividades docentes. São Paulo: Cortez, 1999.
POZO, Juan I; CRESPO, Miguel, A.G. A aprendizagem e o ensino de ciências: do conhecimento cotidiano ao conhecimento científico. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
SANTOMÉ, J. T. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto
Alegre: Artes Médicas, 2000