TÍTULO: QUÍMICA VERDE E OS ERROS CONCEITUAIS DOS ESTUDANTES DE QUÍMICA DA UFRN

AUTORES: GONDIM, J. A. M. (UFRN) ; OLIVEIRA, O. A. (UFRN) ; FERNANDES, N. S. (UFRN)

RESUMO: O objetivo deste trabalho é apresentar uma breve revisão bibliográfica sobre Química Verde e levantar, a cerca deste tema, as principais fontes de informação e os possíveis erros conceituais. Para isso, foi elaborado e aplicado um questionário contendo duas perguntas aos estudantes de graduação e pós-graduação de Química da UFRN. A partir das análises dos questionários respondidos, pode-se concluir que os estudantes de pós-graduação mostraram, proporcionalmente, melhor conhecimento sobre o tema questionado, provavelmente pela maturidade adquirida e por consultarem fontes de informação mais confiáveis.

PALAVRAS CHAVES: química verde; erros conceituais; estudantes de química.

INTRODUÇÃO: A sociedade moderna encontra-se em um processo contínuo de desenvolvimento econômico, social e ambiental sustentável, tornando-se imperiosa uma nova conduta química para o aprimoramento de técnicas e metodologias, com a geração cada vez menor de resíduos e efluentes tóxicos. Ao contrário do histórico controle da exposição à poluição, a Química Verde surge como uma alternativa para a melhoria da segurança, desempenho e eficiência dos produtos e processos (CORRÊA, 2009).
Esta filosofia de trabalho, norteada por doze princípios básicos voltados à sustentabilidade, pode ser definida como: “a criação, desenvolvimento e aplicação de produtos e processos químicos para reduzir ou eliminar o uso e a geração de substâncias nocivas à saúde humana e ao ambiente” (ANASTAS, 1998 APUD PRADO, 2003).
O ensino dos fundamentos da Química Verde no meio acadêmico deve ser introduzido pelos professores de forma rápida, clara e eficiente, para que os estudantes não desenvolvam concepções alternativas: “ideias que levam aos erros conceituais caracterizados por respostas rápidas, seguras, contraditórias aos conhecimentos científicos vigentes, amplamente dominadas pelos estudantes e que se repetem insistentemente” (SILVA & NUÑES, 2007).
Deste modo, o objetivo deste trabalho é apresentar uma breve revisão bibliográfica sobre Química Verde e levantar, a cerca deste tema, as principais fontes de informação e os possíveis erros conceituais cometidos por estudantes de graduação e pós-graduação de Química da UFRN.


MATERIAL E MÉTODOS: Para verificar os erros conceituais sobre Química Verde cometidos pelos estudantes de graduação e pós-graduação dos cursos de Química da UFRN e como o referido assunto vem sendo introduzido neste meio acadêmico, foi elaborado um questionário contendo duas perguntas. A primeira indagou se o estudante já conhecia o tema Química Verde e o mesmo poderia marcar uma ou mais das seguintes alternativas sobre a fonte de informação: nunca ouvi falar, internet, livros acadêmicos, sala de aula, congressos científicos e outros. Na segunda questão foi solicitado ao estudante conceituar o tema apresentado e o mesmo responderia livremente, sem alternativas. O questionário foi aplicado a 40 estudantes de graduação e a 13 de pós-graduação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir das análises dos questionários respondidos, pode-se perceber, de acordo com o Gráfico 01, que 50% dos estudantes de graduação pesquisados nunca tinham ouvido falar em Química Verde. E ainda, da parcela dos que já ouviram falar, 42% possuem como principal meio de informação a internet, televisão e amigos. Já os estudantes de pós-graduação possuem como fonte principal de informação sobre o tema, além da internet, os congressos científicos.

Gráfico 01 – Fontes de informação dos estudantes sobre Química Verde.

Para a organização dos resultados referentes à questão 02, foi analisada a freqüência das opiniões apresentados pelos estudantes e classificadas em categorias, de acordo com o Gráfico 02.

Gráfico 02 – Opiniões dos estudantes sobre Química Verde.

Por meio da análise do Gráfico 02, pode-se perceber que os estudantes de graduação não conhecem bem o tema apresentado, confirmada pelas respostas vagas, como a simples correlação da Química Verde com preservação ambiental em 50% dos questionários respondidos. Isto pode ter acontecido como conseqüência do principal meio de informação ser a internet, televisão e amigos, muitas vezes fontes não confiáveis.
Já 69,2% dos estudantes de pós-graduação comentaram sobre assuntos relacionados aos Princípios da Química Verde, expondo opiniões coerentes com o tema questionado, provavelmente pela maturidade adquirida, por consultarem páginas da internet contendo fontes de informações seguras e à participação dos mesmos em congressos científicos.
Em relação aos erros conceituais, os principais encontrados foram: a equivalência da Química Verde à educação e química ambientais e a correlação da mesma com o desenvolvimento de produtos naturais, estudos com plantas e formas de tratamento da poluição.






CONCLUSÕES: Pelas respostas apresentadas, percebe-se a deficiência no conhecimento dos estudantes de graduação pesquisados sobre a Química Verde e seus princípios, o que certamente prejudica a formação dos mesmos em aspectos conceituais.
Assim sendo, e por considerar que esta realidade deve ser modificada, sugerimos que os professores introduzam esta filosofia de trabalho em suas aulas teóricas/laboratório e promovam seminários e palestras, pois contribuiria com a divulgação correta deste tema, diminuindo os erros conceituais apresentados pelos estudantes neste estudo.


AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CORREA, A. G.; ZUIN, V. Z. Química Verde: fundamentos e aplicações. São Carlos: EdUFSCar, 2009.
PRADO, Alexandre G. S.. Química verde, os desafios da química do novo milênio. Química Nova, São Paulo, v. 26, n. 5, 2003.
SILVA, M. G. L. & NUÑEZ, I. B. Instrumentação para o ensino de Química II - Concepções alternativas dos estudantes. Natal: v. 04, EDUFRN, 2007.