TÍTULO: O uso da História da Ciência para o Ensino de Química na visão dos alunos de uma Escola do Ensino Médio da Cidade de Belém do Pará.
AUTORES: SILVA, M. D. B. (UEPA) ; REIS, A. S. (UEPA) ; NEVES, P. A. P. F. G. (UEPA) ; BUZA, R. G. C (UEPA)
RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo explorar a contextualização da disciplina Química através da história. Tivemos como objeto de estudo os alunos do Colégio Paes de Carvalho, onde desenvolvemos uma pesquisa através de um questionário elaborado com questões abertas, para que pudéssemos verificar as dificuldades dos alunos em relação a Historia da Química, assim como analisar o livro didático da disciplina para averiguarmos se apresenta conteúdos históricos. A proposta apresentada pelos graduandos do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais foi com o intuito de mostrar aos alunos como se deu a Evolução da Química, tanto no Brasil, quanto no Pará, assim como a institucionalização no Colégio Paes de Carvalho, mostrando que a Química é uma matéria em constante transformação.
PALAVRAS CHAVES: história, ensino, química.
INTRODUÇÃO: É notável a importância da História da Ciência, como instrumento para a formação de cidadãos conscientes na sociedade em que estão inseridos. Percebemos que mesmo sendo algo importante, ainda falta empenho para incluir a História da Química no desenho curricular, assim como nos materiais didáticos, principalmente os livros adotados pela Instituição que muitas vezes não são contextualizados, apresentando um enfoque estritamente nos cálculos, regras e conceitos que continuam sendo o principal foco das aulas de Química, o que torna o conhecimento do aluno limitado. Apesar do PCNEM (1999), enfatizar a contextualização do Ensino de Química através da sua História, verificamos que não há preocupação em apresentar aos alunos de que forma os conceitos foram formados, quem os formulou ou qual foi à ordem cronológica e até mesmo o contexto histórico que influenciou a geração desse conhecimento. Fatores como estes, não são considerados importantes durante as aulas, o que leva o aluno a apresentar um conhecimento fragmentado, sem que o mesmo faça o devido acompanhamento com os assuntos, como se cada autor formulasse a sua tese sem ter contato com estudos de outros autores. Denotamos assim, que a História da Química é relevante para a melhoria do processo ensino aprendizagem.
MATERIAL E MÉTODOS: No presente trabalho tivemos como instrumento de pesquisa para a coleta de dados a aplicação de questionários aos estudantes da Rede Pública de Ensino da cidade de Belém/Pará. A pesquisa foi realizada no Colégio Estadual Paes de Carvalho, tendo como objetos de estudo os alunos da 1ª, 2ª e 3ª série do Ensino Médio. 49 alunos foram entrevistados, sendo: 12 da 1ª série, 15 da 2ª série e 22 da 3ª série. Além da pesquisa foram realizadas palestras sobre a História da Química para que os alunos pudessem entender a importância da mesma para se trabalhar os conteúdos de Química. Ao final das palestras foram apresentadas algumas ferramentas e vidrarias criadas e aperfeiçoadas por cientistas notáveis da Química para que os alunos entendessem a importância da disciplina desde o início da História até os dias atuais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Mesmo sendo considerada uma escola tradicional e histórica, a instituição pesquisada não busca incentivar os alunos para utilizarem como meio de aprendizagem a pesquisa das memórias de cientistas, o que pode ser considerado como um fator preocupante, pois não podemos deixar para trás séculos de experiências e descobertas, que podem proporcionar o aperfeiçoamento de novos conhecimentos. “A História da Ciência pode ser utilizada como um dispositivo didático útil para tornar o Ensino de Ciências, mais interessante, facilitando a sua aprendizagem. Ela mostra através do conhecimento uma visão mais concreta da natureza real da ciência, seus métodos e limitações” (FARIA, 2009). No que se refere à necessidade de aprenderem a História da Química e como ocorreu à evolução do conhecimento que temos hoje, 98,00% dos pesquisados disseram que é importante ser trabalhada nas aulas de Química, uma vez que facilita a aprendizagem, 2,00% afirmaram não ter importância o desenvolvimento da temática. Os professores não enfatizam nas aulas, como os conhecimentos propostos foram formados ao longo do tempo e quais motivos que os levaram a serem estudados. Esse problema pode estar relacionado a dois aspectos: formação deficiente na graduação, ou mesmo por imposição da escola, pois as aulas vêm sendo ministradas tendo como foco a aprovação para o vestibular. Outro ponto abordado na pesquisa foram os livros didáticos utilizados pela Instituição. Foi constatado que 59,20% dos alunos afirmaram que os livros não apresentam textos sobre a História da Química, 38,70% declaram que os livros trazem apenas fragmentos e 2,10% não responderam. Este resultado é preocupante, pois podemos notar que os autores dos livros não levam em consideração a evolução dos conhecimentos históricos.
CONCLUSÕES: A partir dessa pesquisa, pudemos afirmar que a Historia da Química possui um papel significativo para a compreensão dos conteúdos da disciplina ministrados no Ensino Médio. Mesmo que a História não seja trabalhada pelos professores para tornar o Ensino de Química mais interessante, ela pode ser desenvolvida através de vários fins como: o seu desenvolvimento em consonância com algumas temáticas para que as aulas apresentem maior aproveitamento, a redução do índice de reprovação que ainda são elevados e, o conhecimento e a formação que o aluno terá na sua vida educacional e social.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos a Direção e aos alunos da Escola Paes de Carvalho que nos cederam espaço e tempo para que a pesquisa fosse realizada com êxito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio: Ciências da Natureza, Matemáticas e Tecnologias. Ministério da Educação, 1999.
FARIA, A. C de O.; FARIA, C. de O. História da Ciência em Livros Didáticos: A abordagem das Teorias Evolucionistas. In: BELTRAN, M. H. R. et al. História da Ciência e Ensino: Propostas, tendências e construção de interfaces. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2009