TÍTULO: PIBID Ipanguaçu: Iniciação à Docência em Educação Química
AUTORES: OLIVEIRA, RUAMA GLÁUCIA H. (IFRN) ; SILVA, ELISANDRA M. (IFRN) ; OLIVEIRA, MAÍDA A. C. (IFRN) ; MATIAS, JÉSSICA N. R. (IFRN) ; OLIVEIRA, MARLIZIA ADJA L. (IFRN) ; SOUZA, ELINE M. S. M. (IFRN) ; VICENTE, PAULO GUTEMBERG (IFRN) ; MOREIRA, F. ELDER (IFRN) ; FERREIRA, WHAKSON K. S. (IFRN) ; FREITAS, WILLIANE S. (IFRN) ; CAMPELO, JÂNIO KELIO (IFRN) ; PINHEIRO, MAURÍCIO FAÇANHA (IFRN)
RESUMO: O subprojeto do PIBID no curso de Química do Campus de Ipanguaçu teve início no dia 13 de abril de 2010, oficialmente com a primeira reunião na escola conveniada, e posteriores observações das aulas. Foram realizadas observações não participantes no período entre 20 e 26 de Maio. Os bolsistas, divididos em subgrupos, acompanharam aulas nos turnos matutino e vespertino, ministradas pelo professor supervisor. Foram caracterizadas as condições físicas e identificadas as habilidades pedagógicas e os recursos didáticos do professor. Apesar da formação docente não ser a licenciatura em Química, o professor demonstra conhecimento da disciplina e habilidade para lecioná-la. O laboratório não foi utilizado em nenhuma aula e necessita ser organizado, sendo uma das próximas ações do programa.
PALAVRAS CHAVES: observação não participante, iniciação à docência, prática de ensino
INTRODUÇÃO: O PIBID foi implantado no IFRN em 2009 no Campus Central, em Natal. No dia 13 de abril de 2010 iniciou-se oficialmente o subprojeto no curso de Química do Campus de Ipanguaçu. Dentre as ações previstas, duas foram priorizadas: a caracterização das condições de aprendizagem dos ambientes escolares e as observações de aulas, com o intuito de “inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, promovendo a integração entre educação superior e educação básica”. (BRASIL, 2010, p. 26). O PIBID Ipanguaçu é formado por um professor do curso de Química (coordenador de área), 10 bolsistas, 6 do segundo semestre e 4 do primeiro e um professor da escola conveniada (supervisor) , que leciona na Escola Estadual Juscelino Kubitschek (JK), a maior do estado do Rio Grande do Norte, situada no município de Assú. Alguns bolsistas estudaram na escola, tendo sido alunos do professor supervisor, cujas aulas foram observadas. “[...] a formação dos professores dá-se em processo permanente que se inicia desde a formação escolar elementar [...] formando na vivência as primeiras idéias ou o conceito inicial do "ser professor". Esse conceito evolui para o "ser professor de química" também na interação com determinado professor e [...] marca o sujeito que escolhe ser professor de química [...]” (MALDANER, 1999, p. 289). Essa observação das aulas é uma atividade inicial da prática de ensino, visando à capacitação para regência futura de aulas. “O que se pretende em atividades de prática de ensino – seja na observação de como atuam professores em exercício [...] e de estágio supervisionado é proporcionar bagagem ao licenciando”. (KASSEBOEHMER; FERREIRA, 2008, p. 695). Este trabalho apresenta os resultados iniciais das ações já realizadas.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram realizadas observações não participantes das aulas de Química em turmas de 2ª e 3ª série, cujos conteúdos ministrados foram respectivamente: cadeias carbônicas e cálculo estequiométrico. No período entre 20 e 26 de Maio, os bolsistas, divididos em subgrupos, acompanharam aulas nos turnos matutino e vespertino, ministradas pelo professor supervisor. Em relação à estrutura física das salas foram identificadas as principais características das instalações e possíveis interferências na aprendizagem, assim como as habilidades do professor e os recursos didáticos utilizados nas aulas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Como aspectos positivos da escola, destaca-se: As salas são bem iluminadas e arejadas, com janelas e ventiladores de teto e parede, quadros para giz e caneta. As seguintes deficiências foram percebidas: paredes rabiscadas, janelas quebradas, falhas no telhado, problemas na rede elétrica, cadeiras desarrumadas e riscadas e improvisação da mesa do professor. Quanto aos recursos didáticos escolhidos pelo docente, verificou-se o uso de apostilas e questionários preparatórios para vestibulares e concursos públicos, livro (FELTRE) e observações manuscritas no quadro. As habilidades pedagógicas notadas no professor foram: clareza na explicação dos conteúdos, citação de exemplos cotidianos e aplicações tecnológicas, grande interação com os alunos e domínio dos assuntos. O docente não é licenciado em Química, mas em Matemática e pedagogia, e para completar sua carga horária, o mesmo ministra aulas de sociologia. Entre os dezesseis alunos presentes com faixa entre dezesseis e vinte cinco anos, em média quatro participaram ativamente da aula, fazendo perguntas e respondendo sempre que o professor perguntava, enquanto os demais demonstraram compreender o assunto. O professor revelou preferir avaliar os alunos através de vistos dados nos cadernos de exercícios e participação em sala de aula.
CONCLUSÕES: Ao se observar as características físicas da escola, percebeu-se deficiências comuns às escolas públicas, sem manifestações de insatisfação pelos alunos. Houve priorização da abordagem matemática e breves explanações sobre as leis envolvidas no cálculo estequiométrico. O livro usado tem graves incorreções, sendo amplamente questionado para o ensino de Química, pode ser substituído por obras mais apropriadas. Outro detalhe observado que exemplifica a situação da educação pública é a complementação da carga horária com disciplina diferente da área de formação e atuação, prática comum em escolas.
AGRADECIMENTOS: Ao IFRN, especialmente ao campus Ipanguaçu, à CAPES e principalmente aos alunos e servidores do JK, por proporcionar as experiências de iniciação à docência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Portaria n. 72, de 9 de Abril de 2010. Dá nova redação a Portaria que dispõe sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID, no âmbito da CAPES. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 12 de abril de 2010. Seção 1, p. 26.
KASSEBOEHMER, Ana Cláudia; FERREIRA, Luiz Henrique. O espaço da prática de ensino e do estágio curricular nos cursos de formação de professores de Química das IES públicas paulistas. Química Nova, São Paulo, v. 31, n. 3, 2008.
MALDANER, Otavio Aloisio. A pesquisa como perspectiva de formação continuada do professor de química. Química Nova, São Paulo, v. 22, n. 2, abr. 1999.