TÍTULO: O TEMA DA INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL EM TESES E DISSERTAÇÕES DA ÁREA DE EDUCAÇÃO

AUTORES: MÓL, G. S. (PPGEC/UNB) ; SANTOS, G. A. (PPGEC/UNB) ; NETO, J. D. (PPGEC/UNB) ; BRITO, A. G. (PPGEC/UNB) ; RAPOSO, P. N. (FE/UNB)

RESUMO: Mudanças na nossa sociedade têm levado a um aumento constante do número de alunos com
deficiência visual em salas de aula comuns. Essa mudança tem feito com que
pesquisadores da educação pesquisem questões relacionadas à presença destes alunos nas
escolas. Neste trabalho buscamos avaliar a produção de teses e dissertações
relacionadas a essa temática. Do total de trabalhos encontrados sobre essa temática, 18
referem-se a aspectos históricos e sociais relacionados ao ensino a pessoas com
deficiência visual, 13 trabalhos focam questões relacionadas à inclusão escolar e 16
têm como foco principal a apresentação de estudos de metodologias de ensino.
Entretanto, observamos que, nesse contexto, a quantidade de trabalhos relacionados ao
ensino da Química ainda é insignificante (01).

PALAVRAS CHAVES: deficiência visual, ensino especial, inclusão

INTRODUÇÃO: É consenso que o ensino de ciências é fundamental para a formação cidadã. Ele é um
dos componentes curriculares aos quais todos devem ter acesso para uma formação ampla
que possibilite uma atuação social mais critica e consciente. Por isso, esse ensino
deve atender a todos os alunos. Nesse contexto, a educação formal é importante para
todos os cidadãos, independente de suas diferenças, como prevêem as Diretrizes
Nacionais Curriculares para a Educação Especial na Educação Básica (Brasil, 2001).
Compreender as diferentes necessidades que os alunos videntes ou com deficiência
visual apresentam é desafio para os professores. Na abordagem vigotskiana, o homem é
visto como alguém que transforma e é transformado por interações com uma dada
cultura. O que ocorre não é um somatório entre fatores inatos e adquiridos e sim uma
interação dialética que se dá, desde o nascimento, entre o ser humano e o meio social
e cultural em que ele se insere. Assim, o ponto de vista de Vigotski (2001) é que o
desenvolvimento humano é compreendido não como a decorrência de fatores isolados que
amadurecem, mas sim como produto de trocas recíprocas, que se estabelecem durante
toda a vida, entre indivíduo e meio. E vale ressaltar que um indivíduo deficiente
visual é capaz de interagir com outros indivíduos e com o meio da mesma forma que um
indivíduo que não tenha tal deficiência.
Ao receber os alunos com deficiência visual, os professores sentem a necessidade de
buscar apoio e estudar questões relacionadas à presença destes alunos na sala de
aula. A busca de respostas leva a pesquisas que se concretizam por meio de teses e
dissertações. O levantamento dessas pesquisas é importante para conhecermos o que já
foi feito e que direções as mesmas tem tomado.

MATERIAL E MÉTODOS: A partir dessa realidade e da busca de novas questões, surgiu a necessidade de buscar
as teses e dissertações que têm sido produzidos em Programas de Pós-Graduação em
Educação das instituições de ensino publicas e privadas, produções relacionadas a
ensino de alunos deficientes visuais. Para isso, partimos da relação de programas de
pós-graduação em Educação disponível no sitio da Capes. Nas páginas dos 149 cursos de
pós-graduação buscamos as teses e dissertações de relacionadas ao ensino de alunos com
deficiência visual, encontrando um total de 50 produções. Por meio da análise dos
títulos e, quando necessário, dos resumos, classificamos as teses e dissertações,
conforme o foco principal do trabalho, em três grupos: aspectos históricos e sociais,
inclusão social e metodologia de ensino.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No grupo cujo foco da pesquisa são aspectos históricos e sociais relacionados ao
ensino a pessoas com deficiência visual encontramos 18 trabalhos que abordam questões
relacionadas à ação pedagógica. Nesse grupo encontramos diferentes estudos como, por
exemplo: a capoeira na formação da pessoa com deficiência visual; contribuições da
telenovela à inclusão social; a história do Instituto de Cegos do Brasil Central;
cidadania das pessoas com deficiência visual; trajetórias escolares de pessoas com
deficiência visual; diferentes questões relacionadas à convivência social de alunos
com deficiência visual.
No grupo de teses e dissertações com foco em questões de inclusão escolar encontramos
13 trabalhos que tinham com foco, por exemplo: a escolarização do aluno com
deficiência visual; sala de recursos para deficientes visuais; linguagem e
subjetividade do cego na escola; inclusão de alunos deficientes visuais na
universidade; alunos com deficiência visual na escola de tempo integral; a
constituição da identidade de uma aluna com deficiência visual; a inclusão e suas
implicações no desporto; a inclusão escolar de crianças deficientes e a prática
docente.
No grupo das teses e dissertações cujo foco principal do trabalho e a apresentação e
estudo de metodologias de ensino a alunos com deficiência visual listamos 16
trabalhos, entre os quais: o uso do Sorobã; ensino de matemática e deficiência
visual; o ensino de física e deficiência visual; o uso de novas tecnologias no ensino
a alunos deficiente visuais; o ensino de língua estrangeira para alunos deficientes
visuais; o ensino da tabela periódica a alunos cegos. Neste grupo encontramos uma
dissertação relacionada à Química (A tabela periódica: um recurso para a inclusão de
alunos a deficientes visuais nas aulas de química).

CONCLUSÕES: O estudo do temas abordados em teses e dissertações sobre questões relacionadas à
presença de alunos com deficiência visual em sala de aula nos mostra que essa temática
vem despertando o interesse de pesquisadores da área da educação. No entanto,
percebemos a necessidade de mais estudos relacionados à proposição e estudo de
metodologias para o ensino a alunos com deficiência visual. No caso da Química, a que
se considerar as especificidades desta disciplina. É a partir daí que ele poderá
promover uma aprendizagem que permita aos alunos com deficiência visual uma formação
mais ampla.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica / Secretaria de Educação Especial – MEC; SEESP, 2001.
VIGOTSKI, L. S., A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.