TÍTULO: O ensino de química na Educação de Jovens e Adultos: um estudo de caso no CEJA, Crato-Ceará.

AUTORES: GÓES, M. I. L. (SEDUC/URCA) ; SILVA FILHO, F. V. DA. (UFRN) ; MATOS, Y. M L. S. DE. (19ª CREDE/ID) ; SILVA, S. F. DA. (URCA)

RESUMO: Este trabalho objetivou analisar como acontece o ensino de química e como os materiais didáticos podem favorecer a apropriação significativa do saber aos alunos jovens e adultos, no CEJA, Crato, Ce. Na busca dos objetivos foi realizado um estudo bibliográfico, analisado o material didático de química e observação das aulas presenciais e semipresenciais. A partir da análise dos dados observou-se entraves políticos, pedagógicos e estruturais que impedem a construção de um ensino de química de forma contextualizada e interdisciplinar. Diante destes dados sugere-se intervenções pedagógicas que busquem melhorar o ensino da química no CEJA como atividades envolvendo situação problema, atividades práticas, atividades extra-classe, além da revisão dos módulos de química.

PALAVRAS CHAVES: ensino. química. eja

INTRODUÇÃO: A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade específica da Educação Básica que se propõe a atender um público ao qual foi negado o direito à educação, durante a infância e/ou adolescência, seja pela oferta irregular de vagas, seja pelas inadequações do sistema de ensino ou pelas condições socioeconômicas desfavoráveis. O ensino para atender essa demanda é diferenciado, assim, no Centro de Educação de Jovens e Adultos, CEJA - Crato a metodologia utilizada são aulas presenciais e semipresenciais. O professor de EJA, neste contexto, tem sua ação pedagógica marcada pelas especificidades da modalidade, cujo público é constituído de grupo homogêneo do ponto de vista socioeconômico, mas bastante heterogêneo quanto ao aspecto sociocultural. No que tange ao ensino de Química, os conhecimentos devem ser construídos e reconstruídos considerando seu caráter dinâmico, multidimensional e histórico. Nesse sentido segundo os PCN+ (Brasil, 2002, p.87) o aprendizado de química deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos em si, quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas. Dessa forma, a presente pesquisa objetiva analisar como acontece o ensino de química e como os materiais didáticos podem favorecer a apropriação significativa do saber dos alunos do CEJA. Este estudo torna-se relevante à medida que um dos desafios da educação de jovens e adultos é encontrar caminhos que possibilitem aos educandos uma participação mais ativa, no universo político, profissional e cultural se apropriando de saberes que ampliem seus conhecimentos sobre questões que lhe dizem respeito diretamente, como por exemplo, o entendimento da química no seu cotidiano.

MATERIAL E MÉTODOS: Para alcance dos objetivos foram inicialmente realizados estudos bibliográficos nas diretrizes para políticas de EJA e outros documentos norteadores da modalidade. Posteriormente foram feitas observações no cotidiano das aulas presenciais e semipresenciais de química, para verificar as metodologias utilizadas e análise do material didático.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Verificou-se que o material didático utilizado nas turmas presenciais e semipresenciais são em forma modular, compreendendo 3 volumes. O material foi elaborado sem a participação dos professores, não considerando a contextualização e interdisciplinaridade dos conteúdos que são imprescindíveis ao desenvolvimento de habilidades cognitivas e afetivas. As aulas ministradas nas turmas presenciais acontecem duas vezes por semana de forma modular e a metodologia utilizada, ainda é a tradicional, o professor explica o conteúdo, realiza exercício e avaliação para obtenção de nota. Na modalidade semipresencial também são dois momentos de ensino aprendizagem o da orientação individual onde o aluno tira suas dúvidas e o da avaliação conteudista. Observa-se que o ensino de química no CEJA está aquém do idealizado, uma vez que o material didático deveria ser produzido direcionado para os alunos jovens e adultos possuidores de um conhecimento e que necessita da contextualização para tornarem-se indivíduos capazes de estreitar relações com o conhecimento científico e suas implicações tecnológicas e ambientais. Há, portanto, necessidade de se reorganizar os conteúdos químicos atualmente trabalhados, bem como a metodologia utilizada.

CONCLUSÕES: Através dos dados obtidos conclui-se que o ensino de química no CEJA encontra entraves de ordem pedagógica, política e estrutural que impede a construção de um ensino de forma contextualizada e interdisciplinar. Diante desta situação sugere-se intervenções pedagógicas que busquem melhorar o ensino de química no CEJA, como atividades envolvendo situação-problema, atividades práticas, atividades extra-classe além da revisão dos módulos de química.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Secretaria de Educação Média e Tecnológica (SEMTEC). PCN + Ensino médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências da natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002.

CEARÁ. Secretaria da Educação Básica. Diretrizes para políticas: Educação de Jovens e Adultos no Ceará. Fortaleza: SEDUC, 2005.