TÍTULO: IMPORTÂNCIA DOS JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE QUÍMICA
AUTORES: LEITE, R.A. (UECE) ; SILVA, A.M. (UECE)
RESUMO: Este trabalho focaliza a aplicação de jogos didáticos no Ensino de Química, com alunos de uma escola de ensino médio da rede pública de ensino da cidade de Fortaleza. A falta de motivação é a principal causa do desinteresse dos alunos, quase sempre acarretada pela metodologia utilizada pelo professor ao repassar os conteúdos. Para despertar o interesse do aluno para a aprendizagem é necessário o uso de uma linguagem atraente, capaz de aproximá-lo o máximo possível da realidade, transformando os conteúdos em vivência. Por meio de atividades lúdicas o professor pode colaborar com a elaboração de conceitos; reforçar conteúdos; promover a sociabilidade entre os alunos; trabalhar a criatividade, o espírito de competição e a cooperação.
PALAVRAS CHAVES: jogos didáticos em química
INTRODUÇÃO: Pesquisas revelam que a Química está entre as disciplinas mais “complicadas” na opinião dos alunos brasileiros (MIRANDA, 2001). A forma de se abordar o conteúdo, utilizada pela maioria dos professores faz com que, cada vez mais, os alunos passem a ver a Química com desconfiança e temor, como se fosse um “bicho de sete cabeças”. Partindo desse histórico percebe-se claramente a importância de se tentar modificar um pouco as metodologias atualmente empregadas. É de amplo conhecimento que os materiais didáticos são ferramentas fundamentais para o processo ensino-aprendizagem e os jogos didáticos podem ser uma alternativa viável para auxiliar em tal processo.
O jogo didático tem sua relevância justificada pela sua capacidade de impulsionar o aluno a construir ativamente o seu aprendizado, levando-o ao prazer e esforço espontâneo; tornando, dessa forma, as aulas de Química mais interessantes e menos monótonas, melhorando a compreensão e assimilação dos assuntos abordados.(ZANON, GUERREIRO E OLIVEIRA, 2008). Este trabalho propõe uma alternativa de busca do conhecimento, tornando mais expressiva a aquisição do aprendizado e assim aproximar o aluno da química, de maneira prazerosa e também educativa. O uso do lúdico para ensinar e/ou fixar diversos conceitos em sala de aula – tais como charadas, quebra cabeças, jogos e simuladores, entre outros – pode ser uma maneira de despertar no aluno o interesse e a motivação necessários para uma melhor aprendizagem.
MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizada uma entrevista com 10 professores de Química para que se pudesse avaliar a freqüência com a qual os jogos didáticos estavam sendo utilizados em sala de aula; se realmente faziam uso dessa metodologia, se concordavam com essa didática, os motivos pelos quais utilizavam ou deixavam de utilizar, as formas de aplicação, dentre outros. Após esse balanço para termos estatísticos e para uma posterior discussão acerca do assunto, uma turma do Ensino Médio foi o público alvo escolhido para que fosse aplicada a atividade/pesquisa. A Aplicação de jogos didáticos em uma turma, cuja prática pedagógica nunca tinha sido utilizada. A segunda parte da atividade abrangeu o período de duas semanas de aula. Na primeira semana o professor apresentou suas aulas normalmente e na última aula da semana em questão, como maneira de fixar os temas expostos durante as aulas anteriores, o mesmo utilizou o primeiro jogo didático, o “Bingo dos Símbolos Químicos”, idealizado pela Profa. Márcia Borin da Cunha (CUNHA, 2000), tentando fazer com que o máximo de alunos viesse a participar. Para a realização deste jogo, a turma se organizou em sala da mesma forma que em uma aula normal, ou seja, cadeiras enfileiradas. Cada aluno recebeu uma cartela distribuída aleatoriamente. O professor foi o “chamador”. A cada elemento chamado, o próprio professor anotou o mesmo no quadro para que não ficassem dúvidas quanto aos elementos já sorteados. Venceu o aluno que completou primeiro a sua cartela. O jogo continuou até que fossem determinados o 2°, 3°, 4° e 5° colocados. Ao vencedor foi entregue um livro didático e aos outros colocados um conjunto de canetas. Após a realização da segunda atividade lúdica, um questionário foi aplicado aos alunos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em relação à dificuldade de aplicação de jogos devido lecionarem em rede pública, para a grande maioria (80%), isso é um facilitador, ou seja, devido a menor cobrança de coordenadores e diretores por resultados expressivos(em relação às particulares), tem-se um tempo para que se possa buscar aplicar esse tipo de atividade. O restante (20%) atribuiu a desvantagem da rede pública devido a escassez de recursos para tal, como estrutura física, de materiais e apenas um professor confessou ter desconhecimento acerca da utilização de atividades lúdicas no ensino. Apesar da maior parte dos entrevistados achar que os jogos didáticos realmente auxiliam no processo ensino-aprendizagem, observa-se que a aplicação dos mesmos não é realizada na frequência que deveria; seja por motivo de esgotamento físico e psicológico por parte dos professores, por deficit de recurso financeiro (sabe-se que a grande maioria dos jogos são de baixo custo, contrariando esse argumento) ou simplesmente por puro comodismo e falta de vontade de propôr algo diferente. Realizando uma análise acerca dos jogos, verificou-se que as atividades tiveram uma boa aceitação por parte dos alunos. Os jogos didáticos foram aplicados em uma turma do 2º ano do Ensino Médio, no período da manhã, de uma escola pública de Fortaleza. Dos 38 alunos da turma, 31 participaram do “Bingo dos Elementos Químicos” e 33 participaram do “Segredo Químico”. Diante do exposto, percebe-se que os jogos didáticos são uma importante prática metodológica para as aulas de Química, pois facilitam a aprendizagem do aluno, além de motivar o mesmo. Podendo ser trabalhadas diretamente as habilidades dos alunos ocasionando uma maior socialização entre os colegas de turma, entre o aluno e o professor.
CONCLUSÕES: Diante do que foi apresentado e analisado, toma-se uma maior consciência do potencial que recursos pedagógicos como jogos podem oferecer no processo ensino-aprendizagem. Sugere-se que os profissionais da educação façam mais uso do brincar, pois a atividade lúdica envolve o educando, tirando esse aluno do lugar passivo que geralmente ele se coloca ou é colocado. Ressalta-se, portanto a relevância desse trabalho no sentido de não só apontar caminhos para motivar nossos alunos, mas também de revelar a grande necessidade de conhecer melhor os processos relacionados ao contexto.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CUNHA, Márcia Borin. Jogos Didáticos de Química. Santa Maria, RS: [s.n.], 2000.
MIRANDA, S. No Fascínio do jogo, a alegria de aprender. Ciência Hoje, v.28, p.64-66, 2001.
ZANON, D.A.V; GUERREIRO, M.AS.; OLIVEIRA, R.C. (2008). Jogo didático Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. Ciências & Cognição, Vol 13, n. 1, p. 72-81, março. Disponível em www.cienciasecognicao.org . Acesso em: 16 set. 2009.