TÍTULO: Construção de modelos tridimensionais de estruturas moleculares como um auxiliar para a compreensão da disposição espacial das moléculas.
AUTORES: OLIVEIRA, M.H. (IFPR)
RESUMO: Este projeto, realizado com duas turmas de 1° ano do Ensino Médio Técnico em Contabilidade do IFPR, propôs a elaboração e construção de modelos para auxiliarem a compreensão das estruturas moleculares vistas nas aulas de Química, tendo por objetivo principal a interação dos alunos com o conteúdo e divulgação de suas construções por meio de seminários avaliados durantes as aulas. Os modelos foram idealizados e concebidos pelos próprios estudantes, que demonstraram muito interesse e comprometimento em seu desenvolvimento sempre tendo a supervisão do Professor da disciplina. A motivação dos participantes, o aumento de rendimento e do entendimento e visão da geometria espacial, monitorados sempre por avaliações de sondagem, foram os resultados mais interessantes.
PALAVRAS CHAVES: ensino em química, modelos moleculares, geometria molecular.
INTRODUÇÃO: A falta de visão tridimensional é um dos fatores colaborativos para dificuldade de aprendizado das moléculas nas aulas de Química. Em especial quando tratamos da geometria molecular, que é notadamente importante, pois envolve e justifica as propriedades dos compostos químicos. Um atenuante a isso é a utilização de modelos. Sendo que estes são conceitualmente cópias da realidade, tendo-se por base algo conhecido que possa ser comparado a algo que está sendo descrito ou observado. O objetivo da utilização desses modelos é o auxílio, por comparação, para uma melhor compreensão de um determinado observável, no caso as estruturas moleculares. Como tudo na natureza pode ser assemelhado a algo concreto do nosso cotidiano, os modelos são importantes ferramentas para intensificar o processo de aprendizagem [1]. Motivado pela dificuldade de visualização das moléculas, por parte dos alunos, a proposta foi de uma construção interativa. Onde a turma, dividida em quatro grupos, se dedicou a construir quatro modelos diferentes onde fosse possível observar as moléculas em seus arranjos tridimensionais. O interesse e a comparação entre os modelos foi o ponto alto das apresentações. Seguindo as ideias de Piaget, que diz que quando nos interessamos por algo, acomodamos o aprendizado de forma mais clara [2]. Os modelos foram idealizados, projetados e montados pelos próprios alunos. Através da análise e das discussões geradas a partir das apresentações destes, escolheu-se o melhor modelo na opinião da turma responsável por sua confecção. A criação de maior empatia foi então apresentada a outras duas turmas onde já haviam sido trabalhados estes conteúdos, com a finalidade de otimizar e complementar o processo de aprendizagem, o que aconteceu e pôde ser verificado por meio de avaliações.
MATERIAL E MÉTODOS: Para este trabalho seguiram-se alguns passos, a divisão das turmas em quatro grupos, o levantamento das referências de modelos disponíveis, a escolha das equipes para que não houvesse mais de uma com o mesmo tipo modelo, posteriormente a montagem e por último a apresentação do modelo com a sua respectiva demonstração tridimensional. Os materiais dispostos pelos alunos foram, cartolina para a montagem das figuras geométricas, palitos de churrasco como as ligações químicas e o durepóxi simulando os átomos. Foram utilizados também palitos de dente e bolas de isopor e o modelo mais eficiente com balões de festa, que inclusive justificam as repulsões e determinadas posições dos átomos na estrutura. Abordaram-se nesta descrição as seguintes geometrias: linear, com um e dois ligantes, angular, trigonal plana, piramidal, tetraédrica, bipiramidal de base triangonal e octaédrica. A apresentação dos modelos das equipes foi a etapa seguinte, onde todos puderam compartilhar de disposições espaciais moleculares, apresentados sempre por orgulhosos autores. O último passo foi a coleta de dados, por meio de um questionário sem a necessidade de identificação onde foram relatadas as opiniões dos alunos participantes com relação ao desenvolvimento deste projeto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através da análise dos relatos dos alunos participantes de todas as etapas deste projeto, pôde-se notar que cerca 80% aprovaram a execução do projeto, questões como comprometimento e responsabilidade foram abordados. Bem como a compreensão das estruturas moleculares, que anteriormente apresentavam-se de forma nebulosa e complicada. Outro fator importante foram os relatos de que o entendimento desta parte da matéria chega ao satisfatório. A etapa de apresentação e demonstração das geometrias espaciais as comparações e debates entre membros de equipes proporcionaram um aprofundamento em termos de seu aprendizado. Outros depoimentos sugerem a construção de novos modelos e a proposta de que este tipo de abordagem seja sempre utilizado. Com relação à avaliação de sondagem de aprendizagem, realizada antes e depois das demonstrações por modelos, o rendimento de fato melhorou. O modelo preferido pelas duas turmas que participaram deste projeto foi aquele construído com balões de festa, que além de referência molecular pode justificar a repulsão entre os ligantes. O mesmo foi posteriormente apresentado a uma outra turma de 1° ano também onde a aprovação, a compreensão, o entendimento e o rendimento dos alunos acerca das geometrias moleculares, demonstraram-se superiores em relação ao método utilizado anteriormente, apenas usando o quadro e o giz.
CONCLUSÕES: A partir dos resultados obtidos com a montagem dos modelos moleculares, conclui-se que esta é uma atividade auxiliar muito interessante para o ensino da química, uma vez que proporciona uma visão tridimensional das moléculas, que anteriormente era notadamente de difícil compreensão. A construção e a interação por meio da apresentação/demonstração das equipes, proporcionou uma atmosfera favorável à construção do conhecimento. Com isso, pode-se dizer que esta construção auxiliou o entendimento da geometria molecular e pode ser utilizada por parte de qualquer docente com materiais de baixo custo.
AGRADECIMENTOS: Aos alunos do IFPR pela participação, compromisso, seriedade e criatividade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] NIAC, G.; J. Chem. Educ. 1978, 55, 303.
[2] PIAGET, J. Psicologia e Pedagogia. Trad. D.A. Lindoso e R.M.R. da Silva. Rio de Janeiro: Cia. Ed. Forense, 1972.