TÍTULO: MAPAS CONCEITUAIS: ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA PARA CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS SOBRE REAÇÕES QUÍMICAS

AUTORES: SOUZA JUNIOR, F. S. (UFRN) ; NUNES, A. O. (IFRN) ; GONDIM, J. A. M. (UFRN) ; HUSSEIN, F. R. G. S. (UFRN)

RESUMO: A utilização dos mapas conceituais tem se apresentado como uma ferramenta bastante útil para o ensino, possibilitando que um conjunto de conceitos seja apresentado a partir do estabelecimento de relações. Neste trabalho, procurou-se incorporar os mapas conceituais como estratégia pedagógica para abordagem do tema Reações Químicas. Para tanto, foram coletados dados em uma turma de pós-graduação em Química da UFRN relacionados ao referido tema. Com base nos resultados, optou-se por trabalhar com as seguintes etapas: aula expositiva dialogada, experimento e construção coletiva do mapa conceitual. Em geral, os pós-graduandos avaliaram positivamente o uso de mapas conceituais e expressaram acreditar que esta seja uma ferramenta viável para o ensino de Química.

PALAVRAS CHAVES: mapas conceituais; reações químicas; pós-graduação

INTRODUÇÃO: O embasamento teórico do uso de mapas conceituais encontra-se na teoria de Aprendizagem de David Ausubel. Esta explica como o conhecimento é adquirido e em que forma este fica armazenado na estrutura cognitiva do indivíduo (MOREIRA, 2006). Sua teoria da aprendizagem significativa tem como base o princípio de que o armazenamento de informações ocorre a partir da organização dos conceitos e suas relações, hierarquicamente. Baseado nesses pressupostos, Novak (2002) desenvolve a metodologia de mapas conceituais, procurando representar como o conhecimento é armazenado na estrutura cognitiva de um estudante.
Com o uso de mapas conceituais, o conhecimento pode ser exteriorizado através da utilização de conceitos e palavras de ligação, formando proposições que mostram as relações existentes entre conceitos percebidos por um indivíduo (MOREIRA, 2006).
A utilização dos mapas conceituais tem se apresentado como uma ferramenta de ação pedagógica bastante útil para o ensino de diversas áreas, possibilitando que um conjunto de conceitos seja apresentado aos alunos, a partir do estabelecimento de relações (MOREIRA, 2006).
Nesse trabalho, procurou-se incorporar os mapas conceituais como estratégia de ação pedagógica para abordagem do tema “Reações Químicas”.
A reação química é definida como um processo onde substâncias com determinadas propriedades se transformam em outras de natureza e propriedades diferentes, formando novas moléculas (ALEIXANDRE, 2007). No entanto, nem toda reação química é acompanhada de uma evidência perceptível aos sentidos humanos (ROMANELLI, 2006).


MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho foi realizado com uma turma de “Pesquisa em Ensino de Química” – disciplina da pós-graduação em Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no período de dois a nove de abril de dois mil e nove. Para a sua realização foram elaboradas duas etapas de execução:
1-Planejamento da Atividade;
2-Execução.
A primeira etapa consistiu no planejamento da aula que foi assim distribuída entre o plano de atividades e materiais a serem utilizados. A segunda etapa consistiu no desenvolvimento da atividade em sala de aula.
Para tal trabalho fazia-se necessário compreender e detectar possíveis concepções alternativas sobre o conceito de maior abrangência: Reação Química. Uma vez que a partir deste, pelo processo de diferenciação progressiva, pretendia-se chegar à construção de um mapa conceitual e estabelecer relações significativas e hierárquicas entre este conceito e o conceito de Reação Química Redox.
Para tanto foi elaborado um instrumento de coleta de dados onde os estudantes eram questionados sobre o conceito de uma reação química e como era possível identificar sua ocorrência.



RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ainda que o conceito expresso por todos os estudantes tenha sido o correto (como era de se esperar para estudantes nesse nível de formação), as respostas dadas sobre como identificar a ocorrência da reação, apontam para a existência de erros conceituais graves, como os expressos nas falas abaixo:
“Podemos identificar as reações químicas pela alteração de cor dos reagentes.”
“Sabe-se que ocorreu reação química quando há desprendimento de gás, precipitação ou alteração de coloração.”
Com base nos resultados optou-se por trabalhar com as seguintes etapas:
1-Aula expositiva dialogada;
2-Experimento;
3-Construção coletiva do mapa conceitual.
No primeiro momento foram expressos e discutidos os conceitos apresentados pelos próprios estudantes sobre Reação Química, demonstrando limitações em seus conceitos.
O experimento teve como intenção destacar as limitações dos conceitos já expressas no momento anterior.
Por fim, procedeu-se a elaboração coletiva do mapa conceitual, onde foram apresentados aos estudantes os conceitos e foi pedido para que estabelecessem as relações hierárquicas entre eles.
Ressalta-se que ao final da aula os estudantes expressaram sua aprovação quanto a essa ferramenta. Alguns dos pós-graduandos afirmaram já utilizar em sala esta metodologia como forma de avaliação, mas não terem utilizado como um organizador para aula.


CONCLUSÕES: Em geral, os pós-graduandos avaliaram positivamente o uso de mapas conceituais e expressaram acreditar que esta seja uma ferramenta viável para o ensino de química em todos os níveis de formação.
Alguns destacaram, inclusive, acreditar que a construção de mapas conceituais devesse ser um hábito de todos os professores uma vez que possibilitaria uma visão geral do conteúdo, fornecendo a oportunidade de um planejamento mais adequado das atividades de ensino.


AGRADECIMENTOS: Aos pós-graduandos que participaram da pesquisa e aos professores da disciplina Pesquisa em Ensino de Química que possibilitaram a realização desta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALEIXANDRE, M. P. J. et al. Enseñar ciências. Barcelona: Ed. Grao, 2 ed., 2007
MOREIRA, Marcos. Antonio. Mapas conceituais e diagramas V, 1.ed. Porto Alegre: Edição do Autor, v.1, 2006, 103 p.
NOVAK, Donald. The theory underlying concept maps and how to construct them. Disponível em: http://cmap.coginst.uwf.edu/info. em 20 abril 2010.
ROMANELLI, L. I.; JUSTI, R. S. Aprendendo Química. Ijuí: Ed. Unijuí, 2 ed., 2006.