TÍTULO: PRÁTICA X TEORIA: O ENSINO DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO ATRAVÉS DE PRÁTICAS INVESTIGATIVAS
AUTORES: SILVA (UECE) ; MARTINS JÚNIOR (UECE)
RESUMO: O ensino de química no ensino médio deve utilizar de aulas práticas e amostragens, visando atrair o aluno e fazê-lo, através de interrogativas, promover uma investigação que atenda total ou parcialmente seus questionamentos, mesmo com respostas anteriores à explanação teórica. Busca-se o interesse dos mesmos através da curiosidade, com o interesse de formar cidadãos mais perspectivos, críticos e ativos. Para tanto se utiliza estratégias de incentivo à prática investigativa utilizando de fatos do quotidiano e construindo interrogativas a serem respondidas pelo conhecimento empírico e com comprovação através de materiais teóricos. Como justificativas para essas informações, há o desconhecimento da maioria dos alunos em relação a praticidade da química como ciência.
PALAVRAS CHAVES: prática x teoria
INTRODUÇÃO: A educação química não deve ser entendida como um conjunto de informações isoladas, prontas e acabadas, mas sim uma construção da mente humana, em contínua mudança. No entanto se considera que a praticidade, a coordenação de diferentes pontos de vista, a interpretação e o raciocínio são ferramentas fundamentais para a formação do conhecimento químico. Assim, a teoria aliada com a prática é fundamental para que os conhecimentos adquiridos em química possam ser encontrados de maneira mais rápida e eficiente. Os cientistas da antiguidade, no âmbito de determinado fato, promoviam investigações que vieram a contribuir para a formulação de teorias futuras e mais aprofundadas sobre algum tema. A pouca estrutura em época, faziam com que procurassem meios que viessem a responder as suas necessidades. O professor torna-se atualmente o articulador do conteúdo e dos métodos a serem utilizados, explicando a intenção da sua ação na forma como constrói esse ambiente. A visão tradicional do ensino pautada na transmissão pura e simples de conhecimentos é uma visão político-pedagógica equivocada. A efetivação das possibilidades depende de variáveis, como a capacidade dos professores a uma atividade concreta e de experiências do aluno. O valor instrumental não está nos meios, mas na maneira como se integram na atividade didática, em como eles se inserem no método, porque é este que os articula lhes dá sentido no desenvolvimento da ação. (AFFONSO, 1970). Também é notado, por parte dos alunos, o freqüente questionamento acerca do motivo pelo qual devem estudar química, visto que nem sempre este conhecimento é reconhecido como necessário para sua vida cotidiana. Cabe ao professor, desfazer esse mito, mostrando experimentos ligados ao seu cotidiano ou relacionados com os conteúdos.
MATERIAL E MÉTODOS: A coleta de dados foi feita através de questionários individuais distribuídos aos alunos do segundo ano do Ensino Médio de um Colégio da rede particular, e a 10 professores de diferentes colégios particulares e públicos. O intuito maior deste método foi o de avaliar os resultados obtidos a partir de questionamentos com alunos e professores. Trata-se de uma turma de 34 alunos, que está na faixa etária correta para cursar o segundo ano do ensino médio (16 anos), e professores que lecionam química no ensino médio. Os alunos frequentam o laboratório de química na sua grande maioria desde a oitava série, com uma freqüência de uma aula a cada 15 dias, sendo que durante as práticas os alunos são divididos em equipe de três por bancada e o relatório é cobrado individualmente. Os questionários foram realizados de forma semi-estruturada, conforme descrito por Silva & Moura (2000), permitindo que os questionados ficassem muito à vontade para dar sua opinião sobre o que foi abordado. A seguir, as respostas foram separadas de acordo com o grau de coincidência das respostas e agrupadas sobre a forma gráfica. Os questionários foram elaborados relacionando-os com as práticas investigativas no ensino de química e contém oito questões, para alunos e para professores. Foi aplicado durante uma das minhas aulas teóricas e demorou cerca de 40 minutos, em média, para ser respondido para os alunos, enquanto que os professores não tiveram tempo determinado para responder aos questionamentos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os alunos respoderam as perguntas do questionário, cujas principais foram: 1) Você gosta de Química? 81% responderam que sim , 15% gosta “mais ou menos” e 4% não gosta de química. 2) A aula prática no laboratório de química ajuda você a entender melhor a aula teórica? 33% dos alunos responderam que mais ou menos, 29% responderam que não, 26% responderam que sim e 12% dos alunos não opinarão. 3) Você faria alguma modificação no modo como é ministrada a aula prática de química? 6% dos alunos responderam que mais ou menos, 41% responderam que não, 50% responderam que sim e 3% dos alunos não opinarão. 4) Você faria alguma modificação no modo como é ministrada a aula teórica de química? 44% dos alunos responderam que não, 53% responderam que sim e 3% dos alunos não opinarão. 5) Qual a relação entre as aulas práticas e as aulas teóricas no ensino da química? 8% dos alunos responderam que não entendem, 3% responderam que nenhuma, 8% responderam não sabe, 5% responderam que são monótonas, 5% responderam que são desnecessárias e 71% responderam que são necessárias. Considera-se que o nosso aluno ainda não está preparado para diferenciar e/ou relacionar uma aula teórica de uma aula prática e suas implicações no seu cotidiano, mas ele exige mudanças no modo como essas aulas são aplicadas hoje, embora apresentem sugestões muitas vezes inviáveis para uma aula de química, (ex: aulas de química com musica e que as aulas de laboratório sempre sendo aulas de campo). Com relação aos professores questionados para a pergunta: “As práticas investigativas no ensino de química ajudam os alunos a refletirem sobre situações do cotidiano?” 12% dos professores responderam que mais ou menos, 27% responderam que não e 61% dos professores responderam que sim.
CONCLUSÕES: A partir deste trabalho percebeu-se que a dificuldade dos alunos em compreender conteúdos das ciências exatas, principalmente química, pode ser superada/minimizada através da utilização de aulas experimentais. Isto auxilia na compreensão dos temas abordados e em suas aplicações no cotidiano, já que proporcionam uma relação entre a teoria e a prática. Quanto ao professor, ao desenvolver atividades práticas em sala de aula, estará colaborando para que o aluno consiga observar a relevância do conteúdo estudado e possa atribuir sentido a este, o que o incentiva a uma aprendizagem significativa.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AFFONSO, Armando. Experiências de Química. São Paulo: Didática Irradiante S.A., 1970.
PROPOSTA DE DIRETRIZES CURRICULARES PARA OS CURSOS DE QUÍMICA – MEC. 1999. Disponível em: www.mec.gov.br/destaq/ds_frm.htm. Acesso em: 25 set. 2008.
SANTOS ROSA, M. I. F. P. & SCHNETZLER, R. P. A formação continuada do professor de química e a meta-aprendizagem. Disponível em: www.moderna.com.br/escola/prof. Acesso em: 12 ago. 2008.
SILVA, Airton Marques da & MOURA, Epitácio Macário. Metodologia do Trabalho Científico. Fortaleza: UVA. 2000. 188 p.