TÍTULO: QUÍMICA ALIMENTAR PARA ENSINO MÉDIO
AUTORES: AMARAL, A. P. M. (IFPA) ; NETO, A. L.C. (IFPA) ; PERES, E. M. (IFPA)
RESUMO: O trabalho tem por objetivo ajudar alunos do ensino médio a entender a disciplina química ensinada em sala de aula, para isto foi necessário relacioná-la com o cotidiano dos estudantes através de um tema gerador, no caso, alimentos, por meio de aulas experimentais, leituras de textos, aulas informatizadas e visitas técnicas, além de conscientizá-los sobre a importância da boa alimentação. O resultado mais expressivo foi o real aprendizado dos alunos, comprovado pela melhora das notas dos estudantes que participaram do projeto, o que não ocorreu com os demais discentes. Assim, confirmou-se que ensinar e aprender química não são tarefas tão difíceis, pois basta os educadores proporem temas geradores contextualizados e metodologias inovadoras para aguçar o conhecimento científico do alunado.
PALAVRAS CHAVES: cotidiano, química, alimentos
INTRODUÇÃO: Durante estágio de curso, verificou-se certa dificuldade de aprendizado de química em turmas de ensino médio, assim precisou-se implantar uma maneira de ajudá-los a entender a matéria e que estivesse intimamente ligada com o cotidiano dos mesmos.
Então se pensou em comida, pois quem não se alimenta? Quem não tem um prato preferido? Porque além de ser um tema muito comentado na atualidade, devido a importância de uma boa alimentação, ainda há questões que podem ser exploradas em sala de aula como anorexia, bulimia, obesidade infantil, alimentos transgênicos, diet e light, assim como os aditivos alimentares, uma vez que todos eles estão intrinsecamente relacionados com a química.
Tendo em vista o tema gerador, alimentação, foi elaborado um projeto voltado para o ensino de química no ensino médio, aplicando-o na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Profª Maria Araújo de Figueiredo.
MATERIAL E MÉTODOS: Selecionou-se 6 turmas do ensino médio, sendo que o projeto somente foi aplicado em 3 turmas de cada série, enquanto que nas outras 3 turmas também de cada série, as aulas continuaram sendo ministradas de forma tradicional.
Para o 1º ano foi escolhido o conteúdo funções inorgânicas, relacionando os sabores azedos e adstringentes de alguns alimentos com as funções ácidas e base respectivamente, em seguida mediu-se o grau de acidez com o papel universal. Para o estudo da função sal, os alunos assistiram um vídeo sobre a importância do NaCl como tempero e conservante ao longo da história da humanidade, enquanto para o estudo da função óxido, foi feito um bolo, relacionando o CO2 liberado na decomposição do fermento como responsável pelo crescimento da massa.
Para o 2º ano foram escolhidos os conteúdos soluções e cinética química. Para construir o conceito de solução e concentração, os alunos prepararam diversos tipos de sucos, enquanto para o estudo de cinética química, os alunos analisaram o efeito da temperatura na velocidade das reações tanto a partir do cozimento dos alimentos quanto na conservação deles, também perceberam que quanto mais cortado tiverem os alimentos, maior superfície de contato, menor será o tempo de cozimento.
Com o 3º ano foram trabalhados os conteúdos funções e reações dos compostos orgânicos. Para o estudo das funções orgânicas foi preparada uma aula por slides relacionada com alimentos, por exemplo, a amida presente no odor do peixe e o álcool em cervejas, em relação as reações orgânicas, foi proposta uma visita técnica a uma fábrica de produção de margarina.
O trabalho culminou com um seminário integrador para a comunidade escolar, no qual os alunos apresentaram temas como anorexia, obesidade, aditivos alimentares, alimentos diet e light.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As turmas participantes do projeto melhoraram seu desempenho acadêmico significativamente, principalmente os alunos do 3º ano do ensino médio que aumentaram as notas deles próximo de 133%, constratando com os dados dos estudantes de outra turma do 3º ano do ensino médio, na qual os conteúdos foram ministrados de forma tradicional, que apresentaram em suas notas uma queda em torno de 25% , confirmando a eficácia e a importância da implementação do projeto em sala de aula.
As possíveis causas para o sucesso do projeto foram porque desde o ínicio os alunos eram convidados a perceberem a relação entre química e alimentos, seja através de execução de teste experimentais, da leitura de textos, de debates, ou de análises e conclusões, além de fazer com que eles entendessem que os hábitos alimentares de uma pessoa são constituídos por vários aspectos envolvendo questões culturais, afetivas, históricas e econômicas, despertando desta forma o interesse pela disciplina e permitindo com que eles exercessem influência educativa positiva uns sobre os outros nas diversas situações de interação.
Sem contar que o projeto teve toda uma preocupação na gestão do tempo, organização do espaço e materiais, com a interação entre os alunos e, também, estimular o educador refletir após a realização de cada aula, na intenção de manter a prática de análise e avaliação contínua, não só das aprendizagens dos alunos.
CONCLUSÕES: Levando-se em conta a grande dificuldade de aprendizado em química dos alunos no início do projeto e os excelentes resultados obtidos com a melhora das notas dos mesmos após o trabalho, podemos entender que o método utilizado foi muito produtivo, uma vez que foi verificado o real aprendizado dos alunos. Então se conclui que contextualizar as disciplinas em sala de aula é muito vantajoso, tanto para nós como professores quanto para os alunos, pois acaba facilitando o aprendizado, como foi mostrado nos resultados do projeto.
AGRADECIMENTOS: Agradeço à minha família, a meu namorado que trabalhou junto comigo neste projeto, aos professores envolvidos e aos meus alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
BIANCHI, J.C.A; ALBRECHT,C.H; MAIA, D.J. Universo da Química. Vol. Único. 1ª Edição, São Paulo, 2005.
Composição dos alimentos: Livro do Professor/ obra concedida e realizada pelo centro de pesquisa e desenvolvimento da Sangari Brasil. -10.ed.- São Paulo: Sangari Brasil, 2007.
FELTRE, R. Química. Vol 1,2 e 3.Editora Moderna, 6º edição, São Paulo, 2004.