TÍTULO: ANÁLISE DO PERFIL DO ENSINO DE QUÍMICA NA REGIÃO DO CURIMATAÚ PARAIBANO

AUTORES: SILVA, J. F. (CES/UFCG) ; SILVA, J. F. R. (CES/UFCG) ; SANTOS, J. C. O. (CES/UFCG)

RESUMO: Objetivando-se analisar o perfil do ensino de química, como também buscar novos métodos de ensino para melhorar o desenvolvimento do aluno e despertar a curiosidade em relação a química nas escolas públicas do Curimataú da Paraíba, especificamente nos municípios de Cuité e Picuí, buscou-se inicialmente focalizar aspectos como qualidade de ensino, qualidades dos conteúdos, metodologia aplicada, índice de aprendizagem dos alunos, importância do aprendizado de química na vida dos alunos entre outras abordagens como a verificação aos entraves que dificultam este processo no ensino médio do ponto de vista dos alunos.

PALAVRAS CHAVES: perfil, ensino, aprendizagem

INTRODUÇÃO: A química é uma disciplina que faz parte de um programa curricular de ensino fundamental e médio e sua aprendizagem deve possibilitar aos alunos a compreensão das transformações químicas que ocorre no mundo físico de forma abrangente e integradora para que estes possam, julgar, com fundamentos, as informações adquiridas na sociedade, na escola. Uma das finalidades deste projeto é analisar as reflexões sobre a aprendizagem, procurando identificar os fatores que motivam os alunos para a aprendizagem em química, caracterizando o papel das relações sociais e escolares nesse processo educacional. A sociedade moderna é resultado do grande desenvolvimento, nos últimos anos, impulsionado pelas ciências e tecnologia. Assim, para atuar nesse mundo, o cidadão precisa, dentre outras linguagens, conhecerem a linguagem científica ou, como afirma Chassot, precisa alfabetizar-se cientificamente, uma vez que, segundo o mesmo autor, a ciência é “uma linguagem para facilitar nossa leitura do mundo” (CHASSOT, 1995). Todavia, o ensino de ciências está muito aquém do seu propósito de promover essa alfabetização científica entre aqueles que deverão, ao sair do ensino médio, exercer sua cidadania. Um ensino pautado na memorização excessiva, aulas descontextualizadas, ausência de pesquisa sobre o ensino, enfoque no vestibular, inexistência de aulas experimentais, é a realidade do ensino médio de química. Estes fatores justificariam um ensino de química deficiente, onde a grande maioria dos alunos, apesar de três anos estudando química no ensino médio e mais quatro estudando ciências no ensino fundamental, não conseguem resolver problemas cotidianos que exigem um conhecimento químico. Este trabalho tem como objetivo analisar o perfil do ensino de Química na região do Curimataú Paraibano.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram realizadas duas visitas as Escolas do Ensino Médio da região do Curimataú da Paraíba, especificamente nos municípios de Cuité e Picuí, escolas nas quais estão inseridas as atividades PIBID/UFCG em relação ao subprojeto Química, Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Orlando Venâncio dos Santos e a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor Lordão. Foi aplicado um questionário a 250 de seus alunos distribuídos em turmas de 1ª e 2ª séries do ensino médio. O questionário constou de perguntas objetivas que visavam verificar as impressões e opiniões dos alunos sobre o ensino de química em sua escola, a fim de confrontá-las com as observações feitas nas visitas. Este trabalho objetivou identificar os principais pontos negativos no referido ensino e apontar prováveis soluções.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: 76% dos alunos entrevistados pretendem prestar vestibular, e 11% fariam vestibular para o curso de química, e o resultado foi surpreendente, 89% disseram que não, uma verdadeira rejeição ao curso de química.Em relação às dificuldades que eles tinham em aprender química, 68,7% responderam sim. Segundo os alunos, as dificuldades estão nos cálculos, na maioria das vezes. O conteúdo que eles sentiam mais dificuldades foram tabela periódica, oxidação e redução, ligação covalente, termoquímica e estequiometria. Perguntou-se como era a qualidade de ensino de química na escola, 48,4% responderam regular,42,6% afirmaram ser bom, 3,7% disseram ser ótimo e 5,3% excelente. Avaliou-se se eles gostavam de estudar química,42,6% responderam sim, 57,4% não. Questionados sobre a importância da química, 97,9% responderam que a química é importante. Em relação ao conteúdo que mais gostavam na área de química responderam, as reações químicas, distribuição eletrônica, hidrocarbonetos, ácidos e bases, modelo atômica e soluções. Perguntados se os conteúdos eram ensinados integralmente, 85,6% responderamque não. O uso de aulas práticas pelo professor foi apontado por 25,5% dos alunos e 74,5% falaram que não existe aulas práticas na escola. 99,5% dão importância as aulas práticas. Os conteúdos que através de aula prática haveria melhor compreensão foram ácidos e bases, equilíbrio químico e soluções. No que tange a metodologia utilizada em sala de aula, 78,7% dos alunos apontaram aula expositiva, 12,2% teórica, 2,7% aula prática, 4,8% pesquisa e 1,6% responderam outros. 33,5% dos alunos responderam que aulas conceituais e expositivas são suficientes para adquirir conhecimentos sobre a química. Em relação aos livros os alunos ficaram divididos quanto a sua má utilização.

CONCLUSÕES: Verifica-se que a atuação docente, no ensino de química, ainda está pautada no modelo tradicional, onde o professor prioriza a transmissão de fórmulas e conceitos que devem ser memorizados através de exercícios escritos e avaliados em provas tradicionais, que não revelam se o aluno construiu um determinado conceito mas apenas se memorizou,claramente resumidos nas respostas dos alunos. As escolas analisadas devem propor mudanças pedagógicas para melhorar a qualidade do ensino de química, como aulas de campo, aulas práticas, projetos, dentre outras.

AGRADECIMENTOS: PIBID/CAPES/FNDE/UFCG

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL, Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Química. Brasília: MEC / SEF, 1999.
BRASIL, Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. MEC, 2000.
CHASSOT, A. l. para que(m) é útil o ensino? São Paulo. 1ª ed. ulbra. 1995.