TÍTULO: A RELAÇÃO DA QUÍMICA NA 1ª SÉRIE DO CURSO TÉCNICO INTEGRADO DE MECÂNICA DO IFPB

AUTORES: VILELA, R.F (IFPB) ; CARNEIRO, S. O. (IFPB)

RESUMO: Este trabalho objetiva mostrar um estudo preliminar acerca da integração dos conteúdos de química-mecânica no 1º ano do Curso Técnico Integrado em Mecânica do IFPB, solidificando assim as bases teóricas referentes ao Parecer do CNE/CEB nº 16/99. Neste, é enfatizado que a concepção de educação profissional é uma importante estratégia para que os cidadãos tenham acesso às conquistas científicas e tecnológicas da sociedade. A metodologia utilizada é de caráter fenomenológico fundamentada nas bases da legislação vigente acima citada. O instrumento utilizado para o trabalho foi um questionário com quatro perguntas abertas aplicado a quatro professores do curso. Os resultados obtidos apontam para uma proposta curricular de reformulação do conteúdo programático do 1º ano do referido curso.

PALAVRAS CHAVES: reformulação de currículo, química-mecânica, integração.

INTRODUÇÃO: O atual momento histórico em que estamos inseridos, baseado na revolução tecnológica, nos leva a refletir sobre a elaboração da proposta curricular de integração dos conteúdos de química-mecânica no curso técnico integrado em mecânica do IFPB. “Não temos dúvidas do quanto a globalização confere novas realidades à educação (CHASSOT, 2000)”. Analisando o passado, observa-se que a educação profissional, desde suas origens, teve um caráter que ilustrava uma espécie de formação de mão-de-obra.
Na década de 70, a Lei Federal nº 5.692/71, programou o ensino profissional com o ensino médio. Porém, essa decisão acarretou na desvalorização deste, uma vez que não foi preservada a carga horária da base (referente ao 1º, 2º e 3º anos), bem como a falta de investimentos adequados e, assim, formou-se uma imagem não verdadeira da educação profissional. O Decreto Federal nº 2.208/97 estabelece uma organização curricular para a educação profissional de nível técnico de forma independente e articulada ao ensino médio, proporcionando maior flexibilidade às instituições de educação profissional e contribuindo para a ampliação e agilização do atendimento às necessidades dos trabalhadores, das empresas e da sociedade.
Tendo em vista essa gama de leis, observa-se a necessidade de haver uma reformulação do currículo do referido curso. Esta modifica a atual política educacional de nível técnico, promovendo um ensino onde o educando possa estar ciente de sua importância e responsabilidade dentro do contexto sócio-político-educacional, respeitando, ainda, a legislação no tocante aos horários atribuídos para cada modalidade (médio e técnico).

MATERIAL E MÉTODOS: O material utilizado nessa pesquisa foi um instrumento de avaliação para os quatro docentes entrevistados, com quatro perguntas abertas, onde esses citaram sobre como a integração atual dos conteúdos química – mecânica está sendo implementada. Estes instrumentos foram construídos e analisados com cautela a fim de se obter resultados fidedignos. Dentre a amostra estudada, dois professores eram da área de química, sendo um do sexo masculino e um do sexo feminino e dois da área de mecânica, ambos sendo do sexo masculino.
O método utilizado neste trabalho inicialmente foi uma compilação de bibliografia baseada no parecer 16/99, e uma pesquisa experimental de campo, onde os questionários tinham como objetivo adquirir informações acerca do ensino técnico integrado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com a aplicação do instrumento de avaliação aos docentes, verificamos que 50% dos entrevistados afirmam que conhecem as normas referentes ao ensino técnico integrado e efetivam essa integração na prática. Os outros 50% afirmam que não possuem ciência dessas normas, e assim não realizam a integração propriamente dita.
Referente aos recursos utilizados para integrar os conteúdos, 50% informa que não houve, uma vez que não ocorreu a integração; 25% diz que foram utilizadas como ferramentas as aulas expositivas/práticas juntamente com seminários apresentados pelos alunos; e 25% diz que a troca de material didático e visitas ao laboratório de mecânica foram os recursos abordados para a realização da integração. Em relação à formação do ensino técnico integrado atual versus técnico antigo, 75% diz que o atual prepara melhor que o anterior, uma vez que os avanços tecnológicos permitem que esse ensino possa ser trabalhado com mais eficiência. E 25% preferem o técnico antigo, já que a carga horária era maior, promovendo assim maior número de aulas práticas, consolidando o conhecimento.
Desta forma, observa-se a importância de haver uma reformulação curricular minuciosa, sugerindo as seguintes alterações nos temas: na unidade Princípios Elementares da Química, mostrar a complementaridade entre os assuntos “Matéria e Energia”, citando suas propriedades; introduzir o assunto de “Carbetos Metálicos” com o enfoque para o estudo do Fe3C; na unidade Teoria Atômica da Matéria, tratar dos conceitos de “Orbitais Moleculares”; em Classificação Periódica dos Elementos, se faz necessário iniciar “O estudo do bloco d” com uma visão interdisciplinar, para que haja um conhecimento acerca dos metais e os compostos formados por esses e sua aplicabilidade na mecânica.


CONCLUSÕES: É de extrema importância integrar as disciplinas técnicas, analisando os materiais dentro do currículo do curso técnico integrado de mecânica, bem como definir a relação deste conteúdo com o ensino da química de nível médio.
Na inferência das respostas dos professores participantes do questionário, percebeu-se que ainda não há clareza na organização de um currículo integrado. Estes sugerem uma relação maior entre as disciplinas técnicas e de formação geral, embora, conscientes de que as mudanças levam algum tempo a se efetivarem. Ainda assim, tem-se avançado para o alcance desse objetivo.

AGRADECIMENTOS: Agradeço à minha orientadora Suely; aos docentes Aleksandro, Edgar e Ernane; à minha mãe/pedagoga/filósofa Mª Lúcia Finazzi Vilela; ao Flávio e Ernani.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ATKINS, P.W.; SHRIVER, D.F. Química Inorgânica. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.

CHASSOT, Attico. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: Unijuí, 2000.

CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO. Parecer CNE/CEB Nº 16/99 de 05 de outubro de 1999. Trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico. Relator Francisco Aparecido Cordão. Documenta, [Brasília, DF], p. 14-30, out., 1999.