TÍTULO: APLICAÇÃO DE JOGO RPG COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO DE QUÍMICA
AUTORES: CARDOSO, C. G. (IFRJ) ; DA SILVA, D. K. F. (IFRJ) ; LAVRADAS, R. T. (IFRJ) ; MESSEDER, J. C. (IFRJ)
RESUMO: O jogo elaborado nesse trabalho foi o Role-Playing Game (RPG), como idéia de aplicação para os alunos do Ensino Médio. A proposição de um RPG com enfoque na área de Química foi de criar um jogo onde os alunos pudessem exercitar alguns conteúdos químicos, aplicando-o para a resolução de diversas situações-problema. Com o uso do jogo foi possivel explorar, desenvolver, ampliar e aplicar os saberes que os alunos possuíam sobre propriedades periódicas, teoria ácido-base e nomenclatura dos compostos inorgânicos e orgânicos. O Enigma da Ilha dos Elementos, RPG criado, contempla vários recursos à disponibilidade do professor que desejar tornar sua aula mais atrativa para os alunos, em especial os de Ensino Médio, facilitando a compreensão dos conteúdos expostos durante a disciplina de Química.
PALAVRAS CHAVES: rpg, ensino de química, material didático.
INTRODUÇÃO: De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, a Química como disciplina escolar é um instrumento de formação humana, um meio para interpretar o mundo e interagir com a realidade (BRASIL, 1998). Os jogos educativos ou didáticos fornecem um meio para que a aula se torne dinâmica, onde os alunos não aprendam somente a teoria, e sim que possam interagir com o contexto trabalhado. Assim, seus pensamentos serão muito mais organizados, tornando a aula prazerosa, aumentando a curiosidade. Os jogos aplicados no estudo da Química ou de outras disciplinas devem ter regras, contribuindo para a autonomia do educando, de forma que incentivem os alunos a entenderem o que foi aplicado pelo professor (CAMPOS, 2002). Se o jogo, desde seu planejamento, for elaborado com o objetivo de atingir conteúdos específicos e de ser utilizado no âmbito escolar, este será denominado como jogo didático. Esse recurso utilizado por professores deve equilibrar sua carga lúdica e de diversão para atrair a atenção dos alunos (KISHIMOTO, 2007). O jogo elaborado nesse trabalho foi o Role-Playing Game (RPG), que poderíamos traduzir como “Jogo de Interpretação de Personagens”, como idéia de aplicação para os alunos do Ensino Médio. O RPG é um tipo de jogo em que os jogadores assumem os papéis de personagens e criam narrativas colaborativamente. As idéias que originaram a proposição de um RPG com enfoque na área de Química, foram de criar um jogo onde os alunos pudessem exercitar alguns conteúdos químicos, aplicando-o para a resolução de diversas situações-problema. Assim, o professor pode identificar os conceitos em que os alunos possuem uma maior facilidade de aprendizado e de como aplicá-los no seu cotidiano, e também, os conteúdos que os alunos têm dificuldade de compreender.
MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho foi desenvolvido como parte das atividades realizadas na disciplina Pesquisa em Ensino de Química, do Curso de Licenciatura em Química do IFRJ, sendo aplicado pelas licenciandas responsáveis pela pesquisa em seus estágios curriculares. O Enigma da Ilha dos Elementos, nome proposto para o jogo de RPG criado, foi concebido para ser utilizado com alunos que estão que estão no segundo ou terceiro ano do Ensino Médio. Sua matriz é composta por: tabuleiro, cartas, dados, Livro do Mestre, Livro do Jogador e Livro dos Monstros. A ficção tem como ponto de partida a vida de Dimitri Mendeleev e sua filha Alexia, que herdou do pai o gosto pela Química. Em um determinado momento da estória, Alexia parte em uma viagem marítima para uma ilha denominada: Ilha dos Elementos. Porém ocorre um naufrágio. A partir daí, inicia-se a aventura proposta pelo RPG criado. O Mestre do jogo (o professor) impõe as situações e os personagens (alunos) deverão utilizar seus conhecimentos para resolvê-las, com diferentes níveis de dificuldades. O jogo ocorre no navio naufragado e na ilha perdida. O tabuleiro é parecido com um livro onde a capa é a vista de cima do navio, com laterais que representam o mar e a Ilha dos Elementos. A partir do lançamento de dois dados, são obtidas combinações de faces para as cartas usadas no jogo. Cada aluno recebe uma planilha para anotar as características do seu personagem, porém pode-se usar uma folha de papel para o mesmo fim, além de miniaturas para representar esse personagem durante o jogo (caso se não as possua, podem ser escolhidos outros objetos a critério do professor ou aluno). O Mestre guia os personagens por níveis repletos de monstros e outras criaturas, e através da sorte obtida é traçado o desfecho para os personagens e para o jogo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Considera-se como uma alternativa viável e interessante à utilização de jogos alternativos utilizando como base a estrutura de RPGs, pois este material pode preencher muitas lacunas deixadas pelo processo de transmissão-recepção de conhecimentos. Por exemplo, se num determinado ponto do jogo onde as aventuras consistem em vários obstáculos de níveis de dificuldade diversos, os alunos teriam que ultrapassá-los para terminar a aventura, recorrendo em cada momento que for necessário aos conhecimentos químicos obtidos durante as aulas ou então, ao auxílio do professor. É visto no jogo em questão que ao chegar a uma masmorra, componente ao plano de fundo, o jogador se depara com um dragão constituído de um composto de zinco. Ele deve ter a sua disposição armas que o ajudarão a superar este desafio. Tais armas são conquistadas ao longo do RPG, a partir de conhecimentos relativos à Tabela Periódica, e de algumas características do elemento zinco. Com o uso do jogo desenvolvido é possível explorar, desenvolver, ampliar e aplicar os saberes que os alunos possuem sobre propriedades periódicas, teoria ácido-base e nomenclatura dos compostos inorgânicos e orgânicos. Ao jogar, o aluno cria uma miscelânea dos conceitos químicos, entendendo a relação entre diversos temas, dissociando-os de uma única disciplina. Ao final do jogo, o professor pode avaliar o comportamento dos alunos em relação ao jogo e a evolução dos mesmos quanto ao aprendizado. Devem ser suportes para o professor e poderosos motivadores para os alunos que usufruem desse tipo de recurso didático em sua aprendizagem. Por outro lado, os professores precisam sempre estar atentos aos objetivos da utilização de um jogo em sala de aula e saber como dar encaminhamento ao trabalho, após o seu uso.
CONCLUSÕES: Ao reconhecer a resistência e dificuldade de aprendizado por parte dos alunos em relação ao ensino de ciências, em especial o ensino de Química, este trabalho propõe um jogo didático mais dinâmico e interativo, tornando o aluno atuante na esfera do jogo levando-o à reflexão constante. O Enigma da Ilha dos Elementos, RPG criado e utilizado, contempla vários recursos à disponibilidade do professor que desejar tornar sua aula mais atrativa para os alunos, em especial os de Ensino Médio, facilitando o fluxo de informações e a compreensão dos conteúdos expostos durante a disciplina de Química.
AGRADECIMENTOS: Ao IFRJ (Nilópolis/RJ) que disponibilizou os espaços para a execução do jogo junto às turmas do Ensino Médio onde os estágios curriculares foram desenvolvidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais, Brasília, DF; 1998.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf> Acesso em: 27/02/2009.
CAMPOS, L. M. L.; BORTOLOTO, T. M.; FELÍCIO, A. K. C. A Produção de Jogos Didáticos Para o Ensino de Ciências: Uma Proposta Para Favorecer a Aprendizagem. Departamento de Educação – Instituto de Biociências da UNESP. São Paulo, p. 1-14, 2002.
KISHIMOTO, T. M. O Brinquedo na Educação: Considerações Históricas. Seção Idéias. Cap. 07, p.39-45. São Paulo: USP, 2007.