TÍTULO: O USO ABUSIVO DE AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE TIANGUÁ-CE E OS SEUS EFEITOS PARA O HOMEM E O MEIO AMBIENTE
AUTORES: SILVA, A.M. (UECE) ; PORTELA, J.O.C (UECE)
RESUMO: Esta pesquisa apresenta questionamentos e sugestões que conduzem aos estudos sobre a agricultura no município de Tianguá-CE. Fez-se um estudo acerca da prática agrícola incorreta e o grande mal que provoca à natureza e como conseqüência ao ser humano. Buscou-se referências de autores conhecedores do assunto como Cassaroto (1998), Sampaio (2001), Almeida (2002), Caldas (2002) e outros. Observou-se nesta pesquisa o uso indiscriminado de agrotóxicos para combater os organismos vivos prejudiciais às lavouras e que acabam prejudicando também as próprias plantas de interesse comercial para o agricultor. As conclusões mostram que os agricultores de Tianguá-CE não recebem orientações suficientes para o uso e manuseio de agrotóxicos nas suas lavouras, prejudicando suas próprias vidas.
PALAVRAS CHAVES: agrotóxicos, agricultura sustentável
INTRODUÇÃO: O estudo versa sobre a utilização dos agrotóxicos na produção agrícola, refletindo sobre suas implicações na atividade humana e, sobretudo no meio ambiente. Não se pode fechar os olhos para o fato de que a utilização de produtos químicos para controlar pragas e doenças das plantas está interferindo de forma significativa na defesa natural do meio ambiente. A necessidade de utilizar esses produtos na agricultura como proteção da lavoura, contra pragas, doenças, ervas daninhas, já é aceitável, porém o que se quer chamar a atenção é para o uso indevido dos produtos químicos, que é sem dúvida inaceitável, sendo fator agravante para o processo de sustentabilidade agrícola, pelo alto poder de contaminante para o meio ambiente e o envenenamento crônico de pessoas e animais. Se assim proceder, estaremos preparando um país mais saudável para as futuras gerações, preocupado de certa forma com o desenvolvimento agrícola sustentável, acreditando que a saída para essa questão parece estar relacionada com a educação. A pesquisa foi realizada no município de Tianguá-CE, e aborda: 1) Uso indiscriminado dos agrotóxicos, sua classificação e seus efeitos para a saúde humana e para o meio ambiente, dando enfoque quanto à aplicação desde a compra do produto até o destino das embalagens vazias. 2) Descrição do desenvolvimento agrícola sustentável no Brasil, abrangendo a busca da produção de alimento. 3) Pesquisa de campo em sítios que fazem uso de agrotóxicos no município, destacando a importância de haver informações para os agricultores sobre o exercício com agrotóxicos e o caráter das lesões que estes podem causar à saúde. Após a pesquisa concluída se percebe que a conscientização dos atores envolvidos com a economia rural constitui uma barreira resistente de ser ultrapassada.
MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho que é fruto de uma pesquisa investigou como é feito o uso do agrotóxico no Município de Tianguá, que está localizado na chapada da serra da Ibiapaba, distante 314 km de Fortaleza, no semi-árido nordestino brasileiro. Sua principal atividade é a agricultura voltada para hortifrutigranjeiro. No primeiro momento fez-se um estudo bibliográfico para fundamentar a temática aqui investigada e num segundo momento uma pesquisa de campo para entender como os agricultores estão lidando com defensivos agrícolas em campos agricultáveis em Tianguá, cuja metodologia foi a seguinte: 1) Levantamento sobre os principais agrotóxicos usados na região. 2) Pesquisa de campo em sítios que fazem uso de agrotóxicos no município, através de visitas a sítios com plantios de hortaliças. O instrumento de pesquisa utilizado foi a entrevista, usando um questionário contendo quatro perguntas aos agricultores em plena atividade agrícola. 3) Esclarecimentos aos agricultores sobre o exercício com agrotóxicos e o caráter das lesões que estes podem causar à saúde. Ao chegar ao local escolhido aleatoriamente, apenas por ser espaço com plantio de hortaliças, se percebeu que a utilização de defensivos agrícolas se faz presente em quase todas as propriedades rurais do município. Escolheu duas propriedades como laboratório para esta pesquisa – sítio Pitanguinha e sítio Iboaçu – por ficar próximo a sede do município e de fácil acesso.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nos sítios, quatro perguntas foram feitas: 1ª pergunta: Como vocês adquirem os produtos? Os agricultores responderam: “Toda vez que a gente planta, vai se comprar o remédio na cidade”. Isto fica evidente que qualquer pessoa compra esse tipo de produto no comércio formal da cidade, e com essa facilidade, acidentes com agrotóxicos ocorrem, justamente, durante o manuseio, no preparo da calda e na aplicação do produto no campo. Muitas vezes, o erro é anterior a esta etapa, quando o agricultor se dirige a uma venda e, mesmo com um técnico no comércio do ramo dando informações, eles não obedecem as orientações técnicas, passando a utilizar a seu bel prazer. 2ª pergunta: O senhor recebe orientação para o manuseio desses produtos? Agricultor A: “O próprio vendedor orienta”, e agricultor B: “O doutor diz mais ou menos”. O interessante nas respostas é que eles têm informações dadas por técnicos, ao contrário, o que se pode concluir é que eles recebem orientações, mesmo básicas, muito embora não coloquem em prática quando no exercício do ofício. Isto se pode comprovar quando da pesquisa de campo no local. 3ª pergunta: Onde o senhor guarda esses produtos? Responderam: “a gente faz uma barraquinha de palha próximo a horta”. Como na primeira pergunta, os agricultores deram a mesma resposta, além de mostrarem a barraca onde se encontravam guardados as sobras de aplicações passadas. 4ª pergunta: O que o senhor faz com as embalagens vazias? Observem suas respostas: “eu queimo”, “eu jogo no mato”. Nota-se que os agricultores de Tianguá-CE destroem as embalagens de produtos químicos, queimando-as, sem nenhum cuidado. Não sabem eles que alguns tipos de plástico, ao queimarem, lançam no ar substâncias cancerígenas (as dioxinas); portanto, devem ser enterradas.
CONCLUSÕES: Proporcionar treinamento aos que manipulam agrotóxicos parece ser uma medida emergencial, pois os agricultores trabalham na lavoura desprovidos de qualquer proteção e são inteiramente alienados quanto aos riscos dessas substâncias sem o conhecimento dos perigos que estão correndo. Desta forma, admite-se que são os próprios agricultores e suas famílias as vítimas diretas do agrotóxico, e por isso, a informação poderá ajudar a minimizar esses impactos. Ao concluir, vê-se que é preciso entender que a população de Tianguá-CE deve estar informada dos perigos que os agrotóxicos podem causar a saúde.
AGRADECIMENTOS:
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