TÍTULO: Avaliação do Ensino de Química nas Escolas Públicas e Privadas

AUTORES: BANDEIRA,R.M. (UESPI) ;BATISTA,N.C. (UESPI)

RESUMO: Melhorar a educação é hoje o discurso mais freqüente de professores, isto é, a separação da formação profissional específica da formação em conteúdos. Este trabalho busca norteiar a deficiência do ensino de química por alunos de escolas públicas e privadas através da análise dos escores obtidos no vestibular da Universidade Estadual do Piauí – UESPI nos anos de 1999, 2000 e de 2002 a 2008. Entre os resultados encontrados observou-se que dos egressos de escolas privadas aos cursos de Biologia e Química, 71,8% só conseguiram atingir até 40% da prova química. Tudo isso, tem mostrado que a deficiência do ensino de química é muito grande e que tanto alunos de escolas públicas quanto das privadas setem muita dificuldade com a disciplina de química.



PALAVRAS CHAVES: educação, química e escores

INTRODUÇÃO: No Brasil, encara-se a educação1 como um problema de construção civil: as autoridades competem para saber quem mandou erguer a escola mais vistosa(VEJA, 2004).
Segundo Maldaner2, “melhorar a educação é o discurso que mais se ouve em todos os fóruns de discussão em que se reflete sobre a qualidade de vida das pessoas nos próximos anos”.
No entanto, a prática atual de formação inicial mais freqüente de professores, isto é, a separação da formação profissional específica da formação em conteúdos, cria uma sensação de vazio de saber na mente do professor, pois é diferente saber os conteúdos de química, por exemplo, em um contexto de química, de sabê-los, em um contexto de medição pedagógica dentro do conhecimento químico (MALDANER, 2000).
As salas de aula são inegavelmente espaços de choque cultural. Dentre os vários fulcros geradores de conflitos3 destaca-se o choque da cultura primeira dos estudantes com a cultura cientifica que é imposta nos currículos. Os alunos devem assimilar um conjunto de conhecimentos, atitudes, procedimentos e formas de raciocínio que muitas vezes lhes são completamente estranhos, e isso pode gerar tensões (Química Nova na Escola, 1999).
O aprendizado de Química exige o comprometimento com a cidadania, com a ética e com a mudança na postura do professor em relação à sua prática didático-pedagógica, que deve ser voltada para o ensino ligado diretamente ao cotidiano do estudante, abordando a essência de cada aula de maneira simples para encorajar os alunos ( BERNARDELLI, 2004).


MATERIAL E MÉTODOS: Para que pudesse ser realizada a pesquisa, foram solicitados os escores obtidos pelos alunos egressos de escolas públicas e privadas na prova específica química concorrente aos vestibulares de regime regular para os cursos de medicina, fisioterapia, psicologia, química e biologia de 2003 a 2008.
Fez-se também, uso de escores obtidos por alunos em mesma situação e para os mesmos cursos listados acima, publicados em uma pesquisa de iniciação cientifica, realizada pela aluna Maura Célia Cunha e Silva do curso de química da Universidade Estadual do Piauí – UESPI nos anos de 1999, 2001 e 2002.
Os dados dos escores foram fornecidos pelo Núcleo de Concursos e Promoções de Eventos – NUCEPE, fundação que realiza os vestibulares da UESPI.
Os escores obtidos á pesquisa apresentavam-se em cada curso dividido em: escola privada e escola pública. Todos os dados recebidos dos escores de escolas públicas quanto os de escolas privadas, subdividiam-se ainda em índices variáveis de acertos de 0% a 20%, 20% a 40%, 40% a 60%, 60% a 80% e 80% a 100%.
Buscando melhor analisar os escores obtidos, fez-se a porcentagem dos concorrentes para cada um dos índices de acertos citados acima.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: É obvio que o governo brasileiro tem se esforçado no sentido de implementar políticas publicas para uma educação que seja de qualidade e de acesso a todos, com o objetivo de qualificarem profissionais a um mercado de trabalho.
No entanto, em pesquisa ao desempenho de alunos vindos de escolas publicas e privadas, através de escores entre os anos de 1999 a 2008, a observação que se destaca, pauta em um ensino de química de escolas púbicas, inferior ao de escolas privadas. Resultados estes, devem que devem ser vistos como desafio aos governantes que poderão assim instituir políticas de melhoria ao ensino de química em escolas publicas.
Os resultados mostram que existe um crescimento percentual médio de aproximadamente 4,8% no numero de inscritos ao vestibular UESPI vindos de escolas publicas nos últimos 6 (seis) vestibulares para os cursos citados na tabela 01. Este dado pode nos sugerir que pelo menos “políticas publicas de tentativas” de ingresso por parte dos governantes estão sendo criadas para os muitos alunos de escolas publicas que se apresentam cada vez mais participativos nos processos seletivos do vestibular UESPI regime regular.

Tabela 01. Índices de inscrições aos cursos de Medicina, Fisioterapia, Psicologia, Química e Biologia entre os anos de 2003 a 2008
Ano % de inscritos E. Privada % de inscritos E. Pública
2008 50,25% 49,75%
2007 55,67% 44,33%
2006 61,88% 38,12%
2005 68,14% 31,86%
2004 72,55% 27,45%
2003 74,38% 25,62%


Como pode ser observado na tabela 01, o percentual de alunos inscritos de escolas publicas no ano de 2003 foram de 25,62%, para os cursos listados na tabela, e 49,75% no ano de 2008, ou seja, em 5 (cinco) anos houve crescimento de 24,13% de inscrição de alunos de escolas publicas ao vestibular regime regular UESPI.

CONCLUSÕES: A deficiência do ensino de química, na perspectiva discutida, apresenta-se como algo não apenas delimitado ao ensino público. Alunos egressos de escolas privadas, também mostraram sua incapacidade diante da prova especifica química junto ao vestibular da Universidade Estadual do Piauí nos últimos anos. Toda essa face de problemas tem nos possibilitado concluir que a contribuição de nossos professores tanto da rede pública quanto da privada, tem encontrado dificuldades para focar o interesse dos alunos vinculando-os á sua realidade.



AGRADECIMENTOS: Ao professor Nouga Cardoso Batista, pelo apoio e paciência

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1- Revista veja, edição 2004 – ano- 40 – n°15; 18 de abril de 2007; edição abril).
2- MALDANER, ......
3- Química Nova na Escola, Táticas de Resistência e Aulas de Química; N°1, Novembro de 1999).
4- BERNARDELLI, M. S. Encantar para ensinar – um procedimento alternativo para o ensino de química. In: CONVENÇÃO BRASIL AMÉRICA, CONGRESSO BRASILEIRO E ENCONTRO PARANAENSE DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. 1., 4., 9., Foz do Iguaçu. Anais... Centro Reichiano, 2004. CD-ROM. [ISBN – 85-87691-12-0] -----------------------------