TÍTULO: UM BREVE DIAGNÓSTICO SOBRE A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE QUÍMICA NA REGIÃO NORTE

AUTORES: FARIAS, S.A. (UFSCAR) ; FERREIRA, L.H. (UFSCAR)

RESUMO: O presente trabalho versa sobre a formação do professor de Química na Região Norte. A investigação buscou verificar as demandas atuais de formação inicial frente às necessidades e dificuldades encontradas. Adotou-se a pesquisa qualitativa mediante levantamento bibliográfico. Dados estatísticos, demográficos e outros foram coletados nos sites do IBGE e INEP. Verificou-se que o número total de vagas oferecidas para cursos de formação inicial é de 832, em toda região, que possui 14.623.316 habitantes. Dois dos sete estados não possuem cursos de Licenciatura em Química em IES públicas.

PALAVRAS CHAVES: ensino médio, licenciatura, química

INTRODUÇÃO: A Região Norte é formada por sete Estados e é a região que tem a maior extensão territorial do Brasil. Na perspectiva de desenvolvimento de políticas públicas, a educação é um dos setores que exerce papel fundamental para o desenvolvimento da região. A Região Norte possuía em 2007, segundo o IBGE, 14.623.316 habitantes. Deste total, 755.773 são alunos no Ensino Médio, segundo o último censo sobre Educação Básica de 2006, realizado pelo INEP.
No Brasil, o preparo do docente, em nível superior, para atuar no Ensino Médio, teve seu início na década de 30, com a criação dos cursos de licenciatura, na Faculdade de Filosofia e Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, USP (EVANGELISTA, 2001). Na Região Norte a formação do professor de Química teve seu início em 1963, na Universidade Federal do Amazonas, UFAM (INEP, 2008). Porém, segundo ROSA e TOSTA (2005) a disciplina já fazia parte do currículo do Ensino Médio, antigo 2º grau, desde 1931. Este trabalho visa verificar as demandas atuais de formação, do referido profissional, frente às necessidades e dificuldades encontradas na formação de docentes para o Ensino Médio no país.


MATERIAL E MÉTODOS: Adotou-se a pesquisa qualitativa mediante levantamento bibliográfico. Diante da proposta de fazer um diagnóstico da formação inicial, por meio do número de vagas autorizadas nas IES públicas para os cursos de Licenciatura em Química na Região Norte, foram coletados dados no site do INEP, com a finalidade de analisar a inter-relação entre o número de professores atuantes e matrículas no Ensino Médio. Buscou-se também, dados referentes aos Censos dos Profissionais do Magistério. Para uma compreensão abrangente do fenômeno estudado, foram ainda considerados os dados do censo demográfico no site do IBGE.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir dos dados da tabela 1, pode-se inferir que o estado que apresenta a menor relação aluno/professor atuante é o de Roraima, com 176 alunos por professor. Porém esta relação não expressa a distribuição do profissional em todo o estado. Ainda com base nestes dados, é possível concluir que os estados que possuem as maiores relações aluno/professor, são os de Amapá e Pará, com 610 e 518 alunos por professor respectivamente. Relacionando o número de professores atuantes com o que possui formação específica, os Estados do Acre e Tocantins apresentaram os índices mais baixos, 3% e 6% respectivamente. O Estado do Pará apresenta maior número de professores de Química com formação específica. No entanto, considerando que este é o estado que apresenta o maior número de professores atuantes, deve-se considerar que, em termos relativos, a situação do Estado de Roraima é significativamente melhor, uma vez que este último possui 41% dos professores em exercício licenciados em Química, contra 18% para o Estado do Pará.
Na Região Norte são oferecidas 832 vagas para cursos de Licenciatura em Química, conforme dados da tabela 2. Porém dois estados, Amapá e Tocantins, ainda não possuem o referido curso. Pode-se observar que a maioria dos cursos foi criada recentemente, especialmente a partir do ano de 2001 e que em dois casos, ainda não foram formados professores. Um destes estados – Acre – apresenta a pior relação (3%) entre número de professores com formação específica e número total de professores. No entanto, este quadro deve começar a sofrer mudanças a partir do momento em que as primeiras turmas se formarem.






CONCLUSÕES: Na região Norte a formação do professor iniciou tardiamente em relação ao restante do país. Dois estados ainda não possuem cursos de formação de professor de Química em IES pública. Embora os índices de professor de Química com formação específica sejam muito baixos e a relação aluno/professor bastante alta, vislumbra-se uma melhoria destes índices em toda a Região Norte, pois existe uma oferta crescente de vagas na área. Entretanto, políticas educacionais, sobretudo aquelas voltadas a valorização da carreira docente na Educação Básica, deveriam ser efetivamente implantadas para todo o país.

AGRADECIMENTOS: À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas, FAPEAM; Secretaria de Estado de Ciências e Tecnologia do Amazonas, SECT; Governo do Estado do Amazonas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: EVANGELISTA, O. Formar mestre na universidade: a experiência paulista nos anos 30. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.27, n.2, p.247-259, jul./dez. 2001.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/>. Acesso em: 04 de maio de 2008.
INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Sinopse da Estatística da Educação Básica 2006. Disponível em: < http://www. inep.gov.br/basica/censo/Escolar/Sinopse/sinopse.asp>. Acesso em: 08 de maio de 2008.
INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Disponível em: <http://www.educaçãosuperior.inep.gov.br>. Acesso em: 04 de maio de 2008.
INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo dos Profissionais do Magistério da Educação Básica 2003. Disponível em: < http://www.inep.gov.br/basica/levantamentos/outroslevantamentos/profissionais_magis/default.htm>. Acesso em: 08 de maio de 2008.
ROSA, M. I. P.; TOSTA, A. H. O lugar da química na escola: movimentos constitutivos da disciplina no cotidiano escolar. Ciência e Educação, v. 11, no. 2, p.253-262, 2005.