TÍTULO:A HISTÓRIA DA CIÊNCIA COMO EIXO INTERDISCIPLINAR NA EDUCAÇÃO

AUTORES:ARAÚJO, ROBSON JORGE DE.-UFMG-CSA

RESUMO: O objetivo deste trabalho é apresentar uma pesquisa sobre a inserção da história da
ciência em aulas de química e discutir a história das ciências como eixo condutor da
interdisciplinaridade.

PALAVRAS CHAVES:história, interdisciplinaridade, educação.

INTRODUÇÃO:A química geralmente é apresentada de forma árida, descontextualizada e afastada de
nossa vida cotidiana. Porém, nesses últimos anos, percebi o quanto e como as aulas
de química eram bem recebidas com o uso de textos de história da química na
introdução de cada tema do programa. A partir daí, acreditei na possibilidade de
visualizar o ensino da química em outras áreas, dando assim um entendimento maior a
fatos e fenômenos que ocorreram e ocorrem na história da humanidade. Apesar desse
investimento ter ocorrido esporadicamente, o que eu ganhava no trabalho como
professor era difícil de dimensionar e por isso resolvi realizar essa pesquisa para
melhor comunicar minha experiência profissional.

MATERIAL E MÉTODOS:O trabalho foi realizado em cinco etapas e está inserido em uma proposta filosófica
que define o aluno como sujeito crítico e autônomo e o saber como algo que é
construído a partir de uma postura interdisciplinar. Na primeira, no início do ano
letivo, foi aplicado um questionário aos alunos (anexo I). O objetivo do
questionário foi traçar um perfil do aluno, seus recursos, sua afinidade pela
ciência e seu conhecimento de história da química. Em um segundo momento o
questionário e seus resultados foram analisados. A partir desses dados elaborei
gráficos que indicam o tipo de aluno que trabalhava (anexo II). Na terceira etapa,
durante o andamento do curso regular, duas aulas especiais foram programadas com
ênfase na história da química. Elas ocorreram normalmente, sem prévio aviso ou
preparação dos alunos para a ocasião. O trabalho foi feito com alunos da terceira
série do ensino médio. Os capítulos escolhidos foram a eletroquímica e a química
orgânica. Posteriormente, na quarta etapa, foi aplicado aos alunos um questionário
(anexo V) avaliando o conteúdo de história da química e o grau de envolvimento com a
estratégia adotada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:Na análise dos resultados encontrei mudanças significativas nas respostas dos
alunos. Nas primeiras tentativas de abordar a história da química como eixo
condutor da aula houve resistências. Mas, ao final desse curto trabalho, a maioria
dos alunos reconheceu a complexidade do conhecimento e a influência do contexto
histórico-filosófico, econômico e cultural na produção do conhecimento científico.
Entendo que essa abordagem, utilizando a história das ciências, contribui para o
desenvolvimento da crítica da atividade científica e conseqüentemente, da ciência.
Devemos também estimular a revalorização do pensamento histórico na prática
pedagógica das ciências. Revelar ao aluno a história científica não somente de
forma ilustrativa, mas para além das chamadas “experiências cruciais”, que são
utilizadas como únicas referências históricas na apresentação das ciências.



CONCLUSÕES: Ao utilizar a história da química como estratégia didática encontrei muitas
dificuldades na abordagem do conhecimento científico. Ao relacionar a química com
fatos políticos, econômicos, sociais, morais e tecnológicos,através de sua história,
possibilitamos uma visão mais completa de nossa cultura e nossos valores, se opondo
à tradicional visão de algo pronto e acabado.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:MATHEWS, M. R. History, philosophy and science education: the present reapproachment. Science and education, 1 (1), 11-47, 1992.
SAVIANI, N. Saber escolar, currículo e didática. Campinas: Autores associados, 1994.
MARTINS, Roberto de Andrade. Sobre o papel da história da ciência no ensino. Boletim da SBHC (9): 3-5, 1990.