Avaliação da influência dos substrato permium e da terra vegetal na produção de microverdes de rabanete




AUTORES: Guedes, S.F. (UNEMAT) ; Bezerra, T.J. (UNEMAT) ; Silva, T.T. (UNEMAT) ; Berto, E.N.S. (UNEMAT) ; Geraldi, C.A.Q. (UNEMAT) ; Oliveira, K.C.L. (UNEMAT)

RESUMO: A produção dos microverdes é um tema pouco abordado, principalmente tratando-se de comparativo de meios de plantio. Dessa forma, o objetivo foi avaliar a produção de microverdes de rabanete utilizando o substrato premium (SP) e a terra vegetal (TV). Os microverdes foram cultivados em bandejas, colhidos após sete dias e avaliado a taxa de germinação e análise físico-química. Apesar dos substratos terem boas taxas de germinação, a produção dos microverdes com tamanho comercial de venda foram de 45,21% para TV e 65,65% para SP. Foi observada diferença nas análises de matéria seca, umidade e acidez entre os diferentes substratos, com maior valor de acidez e umidade para TV. Dessa forma, conclui-se que a maior germinação com condição comercial e teor de matéria seca foi o uso do SP.

PALAVRAS CHAVES: Pequenas hortaliças; Microgreens; Raphanus sativus L

INTRODUÇÃO: O rabanete é uma da cultivar da família Brassicaceae, cuja utilização é frequente na produção de microverdes. É uma planta com o ciclo de germinação curto, podendo alternar entre 5 e 9 dias para atingir a fase de microverdes dependendo da variedade (XIAO et al., 2016). O estádio vegetativo dos microverdes marca o diferencial entre Microverdes e brotos, pois, os brotos são comumente consumidos antes do surgimento das primeiras folhas e com suas raízes. Segundo Reed et al. (2018), os Microverdes podem ser produzidos de modo hidropônico, cultivado em solo ou métodos de substituição do solo, contanto que seja favorável a alta luminosidade. Poucos estudos foram feitos a respeito dos microverdes, em sua maioria é voltado para o armazenamento e vida útil de prateleira dos mesmos, por tratar- se de um problema mais recorrente (BEZERRA et al., 2021). A produção dos microverdes, por sua vez, é um tema pouco abordado, principalmente tratando-se de comparativo de meios de plantio. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a produção de microverdes de rabanete (raphanus sativus L.) utilizando o substrato premium e a terra vegetal.

MATERIAL E MÉTODOS: 1) Aquisição dos materiais: Para avaliar as condições de germinação dos microverdes simulando condições voltadas ao pequeno produtor foi optado pelo uso de bandejas de plástico. Os substratos selecionados foram a terra vegetal (TV) e substrato premium (SP). Todos os materiais utilizados foram adquiridos no comércio local agropecuário de Nova Mutum-MT. 2) Processo de germinação com diferentes substratos: Os substratos foram dispersos no fundo das bandejas, com aproximadamente 2 cm da borda. As sementes foram higienizadas previamente e passaram pelo processo de maceração durante 2 horas. O plantio das sementes foi feito a aproximadamente 1 cm no substrato e de maneira equidistantes, para não ocorrer problemas por sobreposição. O processo de irrigação foi realizado de forma manual, sendo feita a troca de água diariamente, repondo 100 mL de água na bandeja inferior para ambos os substratos. No final de sete dias, os microverdes foram avaliados em relação as características físico-químicas de matéria seca, umidade, pH e acidez. 3) Análises físico- químicas: Foram realizadas análises físico-químicas realizadas de matéria seca e umidade (desidratação a 105 °C), pH (potenciometria), massa seca (desidratação a 105 °C) e acidez (titulometria), seguindo a metodologia proposta pelo Instituto Adolfo Lutz (2008). 4) Análise estatística: Para a comparação entre as médias das análises físico-químicas foi empregado o teste de Tukey.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A qualidade efetiva de um substrato é determinada através dos benefícios agregados no desenvolvimento da planta, como por exemplo, maiores taxas de germinação das sementes e a capacidade de desenvolver o sistema de raízes (NEGREIROS et al., 2004). Nesse sentido, os substratos são utilizados como alternativa na substituição de solos durante a produção de brotos ou microverdes, auxiliando no desenvolvimento das sementes através do fornecimento de nutrientes necessários. No experimento, para a germinação do rabanete foi utilizado o substrato terra vegetal (TV) e substrato premium (SP), e ambos apresentaram excelentes taxas de germinação (Figura 1). Apesar dos dois substratos apresentarem boas taxas de germinação, a produção dos microverdes com tamanho mínimo para venda foram inferiores a 50% para a TV e de 65% para SP. A terra vegetal utilizada possui terra vegetal virgem, torta de algodão, húmus de minhoca, calcário, esterco de aves e de gado curtido. O SP possui em sua composição esterco de aves com calcário e cascas processadas e decompostas. Segundo Minami e Netto (1997), o esterco curtido bovino é recomendado na produção de rabanete para hortas pequenas, fato que pode ter influenciado na germinação no substrato terra vegetal, onde ele faz parte de sua composição. A partir das amostras consideradas comerciais, foram realizadas análises físico-química de massa seca, umidade, acidez e pH. Os resultados estão compilados na Tabela 1. Foi observada diferença significativa nas análises de matéria seca, umidade e acidez entre os diferentes substratos utilizados, com maior valor de acidez e umidade para o substrato terra vegetal.

Figura 1: Germinação do rabanete no substrato premium e terra vegetal.



Tabela 1: Resultados das análises físico-químicas dos microverdes.



CONCLUSÕES: O substrato premium destacou-se em ralação a produção de microverdes comparado a terra vegetal, com a produção dos microverdes de tamanho mínimo para venda inferiores a 50% para a TV e de 65% para SP na fase de microverdes. Em relação as análises físico-químicas, os maiores valores de matéria seca foram do substrato premium e a maior umidade e acidez da terra vegetal, sendo encontrado um pH de aproximadamente 6,0 para os dois substratos, sem diferença significativa.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso – FAPEMAT e ao CNPq pelo suporte financeiro para realização da pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BEZERRA, T. J.; SILVA, T. T. da; LOSS, R. A.; GERALDI, C. A. Q.; GUEDES, S. F. Importance of microgreen storage conditions: Bibliometric analysis and literature review. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 3, p. e25211326584, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i3.26584.
LUTZ, I. A. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. Instituto Adolf Lutz, São Paulo,ed 4, 2008.
MINAMI, K.; NETTO, J. T. Rabanete: Cultura rápida, para temperaturas amenas e solos areno-argilosos. Piracicaba, SP, ESALQ - Divisão de biblioteca e documentação, 1997.
NEGREIROS, J. R. S.; et al. Diferentes substratos na formação de mudas de maracujazeiro-amarelo. Revista Ceres, v 294, p 243-249, 2004.
REED, E.; et al. Plant-Microbe and Abiotic Factors Influencing Salmonella Survival and Growth on Alfalfa Sprouts and Swiss Chard Microgreens. American Society for Microbiology, Applied and Environmental Microbiology. Maryland, USA, 2018.
XIAO, Z.; et al. Microgreens of brassiecaceae: mineral composition and content of 30 varieties. Journal of Food Composition and Analysis, v. 49, p. 87-93, 2016.