11º Encontro Nacional de Tecnologia Química
Realizado em Tereseina/PI, de 11 a 13 de Setembro de 2019.
ISBN 978-85-85905-26-2

TÍTULO: ESTUDO FITOQUÍMICO DA ESPÉCIE Solanun paniculatum L.

AUTORES: Silva, J.P.R. (UESPI) ; Uchôa, V.T. (UESPI) ; Lopes, T.O. (UESPI) ; Filho, F.A.S. (UESPI) ; Fagundes, A.C.A.R. (UESPI)

RESUMO: As plantas medicinais são fundamentais fontes no desenvolvimento de fitoterápicos, contribuindo para a investigação de princípios ativos com atividades biológicas. A espécie Solanun paniculatum L. é popularmente conhecida no Brasil como jurubeba, podendo variam de região para região. Na área medicinal suas folhas, frutos e flores apresentam diversos compostos orgânicos como alcaloides, esteroides dentre outros. As folhas e raízes foram coletadas na cidade de Caxingó-PI, ambas as partes foram secas e trituradas extraidas á frio com hexano e etanol, os extratos foram submetidos a prospecção fitoquímica identificando a presença de taninos, esteroides, flavonoides e ausência de saponinas e alcaloides. Esses compostos podem ser utilizados como fitoterápicos no tratamento de algumas doenças.

PALAVRAS CHAVES: Solanum paniculatum; Fitoterápicos; Constituintes Químicos

INTRODUÇÃO: O emprego da natureza como fonte curativa constitui-se uma prática antiga, que acompanha o desenvolvimento da civilização humana, sendo de imprescindível importância na área da saúde. As plantas medicinais contribuem de forma significativa como fitoterápicos e em estudos para a análise de possíveis novos fármacos, o que corrobora no potencial de descobertas de princípios ativos para criação de medicamentos os quais podem ser a cura de patologias (BRASIL, 2015). Há espécies de plantas já registradas, com comprovações de suas funcionalidades e analise por instituições regulamentadoras que fomentam a esperança no tratamento de várias doenças. Utiliza-se, ainda, testes toxicológicos os quais são essenciais para comprovar benefícios e malefícios da aplicabilidade das plantas medicinais. (FERNANDES, 2016). Dentre as espécies da família Solanaceae destaca-se Solanum paniculatum L., popularmente conhecida como “jurubeba”, fazendo parte do extrato arbustivo arbóreo da Caatinga figurando como uma das principais espécies. Contudo, fazem-se necessárias mais estudos para análise dos princípios ativos da planta e também para verificação de alguma atividade. A presença comum da planta no norte do estado do Piauí, bem como, relatos de seu uso como droga vegetal na ação cicatrizante por populares, somada a falta de relatos científicos sobre a composição química de seus metabólitos e de ação cicatrizante, estimulou o interesse dos estudos fitoquímicos dessa espécie. (TERÇO; LIMA, 2016). A problemática do trabalho consistiu em fazer reconhecimento através da técnica de prospecção fitoquímica para verificar as principais classes dos princípios ativos da S. paniculatum, afim de utilizá-la posteriormente como um fitoterápico potencial para cura de patologias ou amenização de agravos à saúde.

MATERIAL E MÉTODOS: O material vegetal coletado constituído das raízes da espécie S. paniculatum no município de Caxingó Estado do Piauí com o auxílio de um botânico, no ato da coleta será feita a exsicata da amostra vegetal, esta amostra é então enviada ao Herbário Graziela Barroso da Universidade Federal do Piauí (UFPI), para a identificação do material vegetal. O material vegetal foi separado em folhas e raízes, ambas as partes foram secas e trituradas e submetidos a uma extração exaustiva a frio com hexano e posteriormente com etanol. As soluções obtidas foram destiladas sob pressão reduzida a temperatura média de 40 °C para os extratos hexânicos e 60°C para os extratos etanoicos, foram obtidos os extratos hexânico (EHFS) de massa 21,119g e etanólicos (EEFS) de massa 48,394g das folhas e o extrato etanólico de massa 18,328g dos caules (EECS) de S. paniculatum. Para realização dos testes, as amostras alcoólicas e hexânicas foram disponibilizadas em tubos de ensaio totalizando 03 amostras da S. paniculatum. A triagem fitoquímica das plantas foi realizada pela metodologia da prospecção preliminar, realizada de acordo com Matos (2009), e os resultados obtidos baseiaram-se nas reações qualitativas de precipitação e coloração, além de suas propriedades físicas- químicas dos constituintes químicos que compõem a planta. Para a caracterização fitoquímica da planta foram realizados testes clássicos de identificação para os principais grupos de princípios ativos (Harbone, 1998; Mello et al., 2000; Falkenberg et al., 2007): 1) flavonoides (reação de Shinoda,) 2) saponinas e índice de espuma; 3) taninos (reação com cloreto férrico e acetato de chumbo); 4)alcaloides (solúveis em meio ácido e meio básico: reações de Dragendorff, Bertrand, Valser-Mayer e Bouchardat).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para determinação e identificação dos compostos químicos constituintes da S. paniculatum, foram realizados testes para verificar a presença dos seguintes compostos: taninos, esteroides e triterpenos, flavonoides, saponinas e alcaloides. No teste para Taninos observou-se uma variação de cor a tonalidade verde nos tubos de EECS e EEFS, indica a presença de taninos condensados e tonalidade alaranjado na amostra EEHS. As amostras de EECS e EECS foram caracterizadas com a presença de taninos condensados. Na identificação para Esteróides e Triterpenos o teste de Lieberman-Burchard, a amostra de EECS apresentou coloração esverdeada indicativo da presença de esteroides livres, enquanto as amostras de EEHS e EEFS apresentaram variação de vermelho característica de triterpenos pentaciclicos livres. Para a Identificação Flavonoides A reação deu-se como finalizada quando encerrou a efervescência. O aparecimento da coloração de diversos tons vermelho nas amostras de EEFS E EHFS, indicou a presença de Flavonoides e na amostra de EECS apresentou coloração verde lodo o que indica a ausência de Flavonoides. A identificação das saponinas e alcaloides entra em confronto a literatura, pois não foram identificados nos testes realizados neste trabalho.

Quadro 01: Constituintes da S. paniculatum.

Fonte: pesquisa 2019

CONCLUSÕES: Diante dos resultados obtidos por meio deste trabalho, pela prospecção fitoquímica das amostras da S. paniculatum, pode-se concluir que por ser um método quantitativo, alguns resultados se mostram alheios a composição química referenciada principalmente na identificação de alcaloides e saponinas que no presente estudo não foram identificados, o que abre caminho para um estudo mais aprofundado e detalhado dos extratos através da utilização de técnicas mais avançadas que possibilitem um melhor entendimento da sua composição, para possíveis aplicações biológicas e farmacológicas.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Política Nacional de medicina e Prática complementares. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
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MATIAS, L.J.; MERCADANTE-SIMÕES, M.O.; ROYO, V.A.; RIBEIRO, L.M.; SANTOS, A.C.; FONSECA, J.M.S. Structure and histochemistry of medicinal species of Solanum. Revista Brasileira de Farmacognosia, Curitiba, v. 26, n. 2, p. 147-160, 2016
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