11º Encontro Nacional de Tecnologia Química
Realizado em Tereseina/PI, de 11 a 13 de Setembro de 2019.
ISBN 978-85-85905-26-2

TÍTULO: CONJUNTURA DAS PATENTES DE TIJOLOS SOLO-CIMENTO NO BRASIL

AUTORES: Carvalho Jr, A.A. (PPGCM/UFPI) ; Matos, J.M.E. (PPGCM/UFPI)

RESUMO: Nos últimos anos o cotidiano das pessoas tornou-se extremamente competitivo, impondo um comportamento social cada vez mais inovador. Frente a esse cenário, houve a necessidade de se institucionalizar a segurança jurídica necessária aos novos produtos e processos nas mais variadas áreas do conhecimento, nesse sentido, esse trabalho visou identificar e analisar a evolução dos depósitos de patentes já conferidas pelo INPI no Brasil, quanto à aplicação da tecnologia solo-cimento na produção de tijolos para a construção civil. Metodologicamente, as consultas foram realizadas no modo padrão junto à base de dados do INPI, que após averiguações, confirma-se um interesse pelos produtos associado à tecnologia solo-cimento, quanto a: formulações, formatos e equipamentos para produção em série.

PALAVRAS CHAVES: Patentes; Solo-cimento; Tijolos

INTRODUÇÃO: Historicamente, as edificações aos quais as gerações protegeram-se das intempéries da vida cotidiana, passaram por várias mudanças evolutivas no decorrer do tempo, mas para que essas transformações fossem possíveis, foi preciso sair do velho tijolo de barro secado ao sol para estruturas forjadas em aço e cimento. E paralelo a esses eventos, surgiu à necessidade de organizar os conhecimentos que foram surgindo, bem como estabelecer normas e regulamento para os vários campos do desenvolvimento científico e tecnológico. Nesse contexto, as inovações tecnológicas necessitaram de garantias jurídicas contra a exploração econômica por imitações, surgindo assim os instrumentos de proteção de soluções, dos quais as patentes fazem parte (FERREIRA et al, p. 211, 2009). Face ao exposto, esse trabalho objetivou identificar e analisar a evolução dos depósitos de patentes já conferidas pela autarquia concedente de patentes no Brasil, o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), especificamente quanto à tecnologia solo-cimento aplicada a tijolos, pois atualmente os estudos da tecnologia solo-cimento tem se revigorado com novas perspectivas de aplicação, principalmente através da corrente que defende construções mais sustentáveis e ecologicamente corretas, dentro da construção civil e dos órgãos de normatização.

MATERIAL E MÉTODOS: Como fora mencionado, a fonte de dados desse trabalho foi à base de dados do INPI, a qual foi consultada sem restrição de tempo, como prevê a pesquisa básica do sistema do INPI, colocando as palavras “solo-cimento e tijolos” na linha “Contenha todas as opções” e refinando a busca nos resumos das patentes depositadas. A consulta foi realizada no dia 09 de julho de 2019.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O resultado da consulta retornou 30 depósitos de patentes já publicadas, mas 4 foram excluídas dos dados desse trabalho por estarem fora do escopo desejado, restando um total de 26 como resultado final. Para um melhor entendimento, categorizamos as patentes nos segmentos: compósitos com fibras, compósitos com resíduos, compósitos com rejeitos, composição líquida aplicada a produtos solo-cimento, formas de tijolos e máquinas para produção de tijolos solo- cimento. O Gráfico 01 relaciona a quantidade de processos, ano de publicação e as classificações identificadas, que foram: B28B, C04B, E04B e E04C, destacadas por cores nesse trabalho. Para a temporização padrão da pesquisa junto ao INPI, constata-se que ocorrera em média uma patente publicada por ano até 2016 e dois picos nos últimos dois anos, que totalizam 6 processos publicados, indicando uma crescimento de pedido nessa área do conhecimento, embora não possamos garantir que esse comportamento venha a se manter. Os percentuais por segmento do Gráfico 02, permite afirmar que quase metade das patentes é oriunda de propostas sobre o formato dos tijolos solo-cimento. E tirando o segmento da composição líquida, o restante está divido entre patentes de máquinas para produção de tijolos com 26,9% e 26,8% concentrado em formulações de compósitos para produção desse tijolo ecológico. Nos documentos de patentes que constavam apenas inventores e depositantes, foram aqui denominados de autores e a Gráfico 03 confirma que a maior produção de patentes para tijolos de sol-cimento são originários desses autores independentes. As universidades vêm em segundo na produção de patentes dessa área com 19,2% dos processos publicados, logo esses dois depositantes somam mais de 85% da produção de patentes da tecnologia solo-cimento.









CONCLUSÕES: Não há parâmetros que permita afirmar se o número médio de patentes publicadas num dado período de tempo, para uma área específica, é satisfatório ou não. Mas se há patentes depositadas e publicadas, é um indicador relevante e permite conjecturar que a tecnologia solo-cimento continua a agregar interessados em seu desenvolvimento e aplicação, as quais se distribuem no tripé: compósitos, formatos e máquinas. A inovação está acontecendo, pois o produto com algumas formulações, produzindo tijolos em formatos específicos, está chegando ao mercado através de pequenas empresas.

AGRADECIMENTOS: A UFPI/PPGCM e ao IFPI/Campus Teresina Zona Sul.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FERREIRA, A. A. et al. Gestão e Produção, São Carlos, v. 16, n. 2, p. 209-221, abr.-jun, 2009.