11º Encontro Nacional de Tecnologia Química
Realizado em Tereseina/PI, de 11 a 13 de Setembro de 2019.
ISBN 978-85-85905-26-2

TÍTULO: PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM PATENTES NO BRASIL SOBRE O USO DO LÍQUIDO DA CASTANHA DE CAJU NA REDUÇÃO DA CORROSÃO EM MATERIAIS CERÂMICOS

AUTORES: Leite, K.S. (UFPI) ; Matos, J.M.E. (UFPI)

RESUMO: : Nos últimos anos, ocorreram avanços significativos no estudo sobre a corrosão em materiais cerâmicos. O presente trabalho tem o intuito de realizar um levantamento sobre o que vem sendo depositado pertinente ao tema “Uso do Líquido da Castanha de Caju na Redução da Corrosão em Materiais Cerâmicos”. Para a realização desse levantamento bibliográfico foi usado como base de patentes o Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI.As buscas foram organizadas obedecendo um critério de refinamento a partir de algumas palavras-chaves escolhidas e suas combinações. Foram encontradas trinta e seis patentes para o termo LCC, sendo que, quatro delas não estavam relacionadas com o líquido da castanha do caju. Concluiu-se que o método de refinamento proposto é eficaz.

PALAVRAS CHAVES: cerâmicos; corrosão; LCC

INTRODUÇÃO: Embora o termo corrosão tenha sido geralmente associado aos metais, os materiais cerâmicos também sofrem degradação não intencional em contato com o ambiente (SUDHA et al., 2018). Nos últimos anos, ocorreram avanços significativos no estudo sobre a corrosão em materiais cerâmicos. Em SHAO et al. (2019), um estudo comparativo foi conduzido no processo de crescimento, morfologia, composição de fases e resistência à corrosão dos revestimentos cerâmicos preparados em dois diferentes eletrólitos. O líquido da castanha de caju (LCC) – cashew nut shell liquid (CNSL) – é um produto natural proveniente da casca da castanha do caju, Anacardium occidentale L., encontrado na amêndoa esponjosa da castanha. O caju originou-se no nordeste do Brasil. Atualmente, esta planta é encontrada em vários países como Índia, Moçambique, Tanzânia, Quênia, Vietnã, Indonésia e Tailândia. No Brasil, a indústria de processamento de cajus está localizada na região nordeste (BASTOS et al., 2017). Em MOHAMMED et al. (2018) as características inibidoras de corrosão da castanha-de-caju (Anacardium occidentale) foram estudadas como um inibidor ecológico de corrosão à temperatura ambiente de 25 °C, utilizando análise de perda de peso e isotermas de adsorção. O presente resumo tem o intuito de realizar um levantamento sobre o que vem sendo depositado pertinente ao tema “Uso do Líquido da Castanha de Caju na Redução da Corrosão em Materiais Cerâmicos”.

MATERIAL E MÉTODOS: Para a realização desse levantamento bibliográfico foi usado como base de patentes o Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI do Ministério da Economia, através do endereço eletrônico www.inpi.gov.br. Na página inicial, clicando em “Faça uma busca” na opção “Acesso rápido” aparecerá uma nova página com a opção “Patente” que conduzirá a uma outra página com a expressão “Pesquisa avançada”, clicando nessa opção, uma página nova com o termo Palavra-Chave trará a opção “Resumo”, onde serão escritos os termos-chaves para a execução das buscas dos depósitos. Os termos ceramic* (para o termo cerâmica e suas variações, por exemplo, cerâmicas, cerâmico, etc.), *corros* (para o termo corrosão e suas variações, por exemplo, anticorrosivo), LCC e CNSL foram escolhidos como palavras-chaves para a execução desse estudo prospectivo tecnológico em patentes. As buscas foram organizadas obedecendo um critério de refinamento a partir das palavras-chaves e suas combinações. As patentes foram contabilizadas obedecendo a seguinte sequência de pesquisa usando as palavras-chaves: primeiramente usando os termos ceramic* e *corros* separados, em seguida usando os termos ceramic* e *corros* juntos; depois, utilizou-se somente os termos LCC e CNSL separados; e, por último, as combinações LCC and *corros*, LCC and ceramic*, CNSL and *corros*, CNSL and ceramic*, LCC and ceramic* and *corros*, e, CNSL and ceramic* and *corros*. Foram construídas duas tabelas, uma contemplando as palavras-chaves e suas combinações supracitadas com suas respesctivas quantidades de patentes e datas de depósitos, e outra, destacando somente os depósitos que mais se aproximam do tema “Uso do Líquido da Castanha de Caju na Redução da Corrosão em Materiais Cerâmicos”. Nesta última, foram destacados o ano do depósito, titular, país, classificação e número das patentes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A tabela 01 registra o número de patentes, o período de depósito conforme escolha das palavras-chaves e suas combinações, cuja sequência obedeceu a ordem decrescente do número de patentes depositadas. Foram encontradas trinta e seis patentes para o termo LCC, no entanto, quatro delas não estavam relacionadas com o líquido da castanha do caju, sendo portanto, descartadas. Apareceram seis patentes para o termo CNSL, como um deles já havia sido contabilizado no termo LCC, foi então descartado, enumerado, assim, apenas cinco patentes nessa categoria. A patente mais antiga a ser depositada dentro do tema em interesse está na área da corrosão de materiais. De todas as patentes contabilizadas, nenhuma delas se reportou especificamente ao tema “Uso do Líquido da Castanha de Caju na Redução da Corrosão em Materiais Cerâmicos”. A tabela 02 destaca os depósitos que mais se aproximaram do tema objetivo supracitado. Das três patentes referidas, duas são oriundas do Brasil com titulares de Universidades (Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Ceará), e a outra da Índia tendo como depositante a empresa Indian Oil Corporation Limited. Quanto a classificação, segundo a Classificação Internacional de Patentes – IPC, as patentes de códigos C08G e C08F tratam dos compostos macromoleculares obtidos por reações outras que não envolvendo ligações insaturadas carbono-carbono e, sobre os compostos macromoleculares obtidos por reações compreendendo apenas ligações insaturadas carbono-carbono, respectivamente; enquanto que, a patente C23F está relacionada com a remoção não-mecânica de materiais metálicos das superficies.

TABELA 01

Número de patentes depositadas

TABELA 02

Classificação e origem das principais patentes

CONCLUSÕES: O método de refinamento proposto é eficaz pois dos mais de seis mil depósitos de patentes encontrados na base de dados do INPI, após as combinações propostas na metodologia, chegou-se a um valor de três patentes que se aproximam da área de interesse. O estudo de materiais cerâmicos é um dos tópicos quentes, com campo em crescimento e muito promissor para o momento, desempenhando um papel significativo na ampla gama de tecnologias. Na combinação das palavras-chaves LCC and ceramic* and *corros* e CNSL and ceramic* and *corros*, não apareceu nenhuma patente depositada.

AGRADECIMENTOS: IFPI e Pós-Graduação em Ciências e Engenharia dos Materiais da Universidade Federal do Piauí, Centro de Tecnologia – UFPI.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BASTOS, Flavio A.; TUBINO, Matthieu. The Use of the Liquid from Cashew Nut Shells as an Antioxidant in Biodiesel. J. Braz. Chem. Soc., Vol. 28, No. 5, 747-755, 2017.

INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL – INPI. Disponível em: www.inpi.gov.br/. Acesso em: 28 jul. 2019.

MOHAMMED, H.; SOBRI, S. Corrosion inhibition studies of cashew nut (Anacardium occidentale) on carbon steel in 1.0 M hydrochloric acid environment. Materials Letters, 229, 2018, 82–84.

SHAO, Qingying.; JIANG, Bailing.; HUANG, Shuo. A comparative study on the microstructure and corrosion resistance of MAO coatings prepared in alkaline and acidic electrolytes. Materials Research Express. Mater. Res. Express 6, 2019, 0865b4.

SUDHA, P.N.; SANGEETHA, K.; KUMARI, A.V.J.; VANISRI, N.; RANI, K. Corrosion of ceramic materials. In book: Fundamental Biomaterials: Ceramics, Edition: First edition, Publisher: Elsevier, Editors: Sabu Thomas, Preetha Balakrishnan, M.S. Sreekala, February 2018. Cap.9, pp.223–250.