Realizado em Tereseina/PI, de 11 a 13 de Setembro de 2019.
ISBN 978-85-85905-26-2
TÍTULO: Ferritas no desenvolvimento de novos materiais. Uma prospecção tecnológica
AUTORES: Carvalho Lopes, W. (IFPI) ; Alves da Silva, D. (UFPI) ; Carvalho Leite, R. (IFPI)
RESUMO: As ferritas tem se destacado como uma nova classe de materiais para uso
tecnológico. Este trabalho teve como objetivo a realização de uma prospecção
tecnológica sobre o uso de ferritas no desenvolvimento de novos materiais. O
trabalho é baseado em uma pesquisa bibliográfica que foi realizada em julho
de 2019 utilizando os pedidos de patente depositados no Banco de dados do
Instituto Nacional de Propriedade Industrial do Brasil (INPI) no período de
1992 a 2019. Os resultados mostraram uma evolução no número de patentes
depositadas entre os anos de 2000 e 2007 e um crescimento significativo a
partir de 2015, sendo as empresas estrangeiras as maiores detentoras de
patentes, enquanto que apenas universidades e instituições de pesquisas
brasileiras depositaram patentes no período da pesquisa.
PALAVRAS CHAVES: ferrita; patente; prospecção tecnológica
INTRODUÇÃO: Nanopartículas magnéticas NPMs desenvolvidas a partir de ferritas possui
ampla possibilidade de aplicações e aperfeiçoamentos para utilização na
sociedade moderna (KACHI; AL-SHAMMARI; ZAINAL, 2019), (NGUYEN et al., 2019),
(LI et al., 2019), (KAVITHA; KURIAN, 2019) (BANERJEE et al., 2018). Na área
de biotecnologia em razão de suas propriedades magnéticas tem sido
empregada em aplicações biotecnológica devido a suas propriedades
magnéticas exóticas, como: biofluidos magnéticos formados por NPMs
utilizados para a separação magnética de bactérias no sangue (TSUI et al.,
2013); entrega controlada de fármaco (FERNÁNDEZ-PACHECO et al., 2007);
nanosondas magnéticas para orientação de anticorpos (LIN et al., 2009),
permitindo a visualização por imagem de ressonância magnética (VIOLA et al.,
2015). Recentemente, membrana magnética incorporada com nanopartículas de
ferrita de cobalto para remoção de íons de cromo via eletrodiálise (HOSSEINI
et al., 2019); remoção eficiente de íons de chumbo da água por nanosorventes
magnéticos baseados em nanopartículas de ferrita de manganês cobertas com
finas camadas de biopolímeros modificados (PEREZ et al., 2019); fibras
magnéticas altamente cristalinas de ferrita de cobalto para aplicação como
sensores de gás (DURGA PRASAD; HEMALATHA, 2019) e (TAN et al., 2016);
nanocatalisador SrO/CoFe2O4 recuperável magneticamente para produção de
biodiesel a partir da transesterificação de óleo de babaçu (FALCÃO et al.,
2018).
Considerando as diversas vantagens apresentadas pelas ferritas, este
trabalho teve como objetivo principal realizar uma prospecção tecnológica
sobre o uso de ferritas no desenvolvimento de novos materiais para uso em
diferentes aplicações, realizando busca em depósito de pedidos de patentes
nacional.
MATERIAL E MÉTODOS: Esta prospecção tecnológica foi realizada em julho de 2019 tendo como base
os pedidos de patente depositados no Banco de dados do Instituto Nacional de
Propriedade Industrial do Brasil (INPI) no período de 1992 a 2019. O foco da
pesquisa foi encontrar patentes em que o material principal era a utilização
de ferritas para uso em diferentes áreas da ciência. A palavra chave
utilizada foi “ferrita”. Inicialmente a busca foi feita utilizando a
palavra chave por títulos e depois por resumo. Na busca por títulos foram
encontradas um total de 33 patentes, enquanto que fazendo a busca apenas por
resumos, encontramos 395. Com objetivo de filtrar a busca, utilizamos a
palavra chave nos títulos e resumos, encontrando um total de 21 patentes.
Foram utilizados como critérios de inclusão: patentes que tratam das
ferritas como componente principal para o desenvolvimento tecnológico e
especificamente componentes para circuitos eletrônico, dispositivos com
elevados campos magnéticos para melhorar a eficiência de motores,
descontaminação magnética e métodos de fabricação de ferritas.
Usando o critério de inclusão, apenas 03 patentes fugiram do foco da
pesquisa. As 18 patentes encontradas foram computadas individualmente a fim
de caracterizar o avanço tecnológico dessas patentes considerando o ano de
depósito, Classificação Internacional de Patentes (CIP) e depositantes. A
CIP tem como objetivos auxiliar na busca e recuperação de documentos de
patente, organizar documentos de patente, a fim de facilitar o acesso às
informações tecnológicas e legais contidas nesses documentos, servindo de
base para investigar o estado da técnica em determinados campos (RUSSO;
SILVA; LEITE, 2018).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir dos resultados das buscas no banco de dados do INPI, podemos
verificar pelo número de patentes, que a aplicabilidade das ferritas no
desenvolvimento tecnológico é um assunto que está sendo estudado atualmente.
De acordo com a figura 01 (A), percebemos uma evolução no número de patentes
depositadas entre os anos de 2000 – 2007 e um crescimento significativo a
partir de 2015.
A patente mais recente com título “Um novo compósito SrFe12O19 (SFO)
e ferrita de bismuto BiFeO3 (BFO) com coeficiente de temperatura da
frequência ressonante (TF) próximo de zero na região de micro-ondas” foi
depositada em 2017 e publicada em janeiro de 2019 pela Universidade Federal
do Ceará.
Quanto aos depositantes, a figura 01 (B) mostra que as patentes depositadas
pelas empresas representam mais de setenta por cento, enquanto que apenas 02
patentes foram depositadas por universidades (UFC e UFMG ) e 02 por
instituição de pesquisa (CNPq). Observando a figura 02 (A), podemos perceber
que as empresas com maior número de patentes são japonesas seguidas das
francesas. Dentre as empresa destacamos a japonesa Hitachi Metals, LTD e a
Ugimag S.A. da frança, ambas com 03 patentes depositadas. Em terceiro
aparecem às empresas norte americanas, alemãs e sul coreanas cada uma com 02
patentes depositadas.
De acordo com a CIP, a figura 02 (B) mostra que dentre as patentes
analisadas, 09 estão alocadas na subclasse C04B que abrange produtos
modelados de cerâmica caracterizados por sua composição; composições de
cerâmica; processamento de pós de compostos inorgânicos, preparatório para
manufatura de produtos cerâmicos baseado em óxidos; baseado em ferritas e
óxidos de terra rara.
Figura 01
A) depósitos de patentes no período 1992 a 2019,
B) principais categorias dos detentores de
patentes
Figura 02
A) Países de origem das empresas com patentes. B)
Distribuição por CIP dos depósitos encontrados na
base
CONCLUSÕES: Este trabalho teve como objetivo principal realizar uma prospecção tecnológica
na base de patente nacional (INPI). Os resultados mostram que as ferritas são
elementos de estudo para os mais diferentes objetivos de aplicações
tecnológicas atualmente. Dentre as invenções destacamos a criação de novos
compósitos usado com segurança para o bom funcionamento de componentes em
circuitos de micro-ondas, além de outros componentes eletrônicos de grande
importância para a microeletrônica. O estudo mostrou que no Brasil apenas as
instituições de pesquisas e as universidades depositaram patentes.
AGRADECIMENTOS: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí - Campus Oeiras/
Universidade Federal do Piauí - UFPI
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BANERJEE, A. et al. Self-assembly of multiferroic core-shell composites using DNA functionalized nanoparticles. Journal of Magnetism and Magnetic Materials, v. 460, p. 424–431, 2018.
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