11º Encontro Nacional de Tecnologia Química
Realizado em Tereseina/PI, de 11 a 13 de Setembro de 2019.
ISBN 978-85-85905-26-2

TÍTULO: METODOS DE PREPARAÇÃO DE NANOFITAS DE GRAFENO: UMA PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA

AUTORES: Sousa Miranda, D. (IFPI/UFPI) ; Costa Girão, E. (UFPI)

RESUMO: Dopagens, em nanofitas de grafeno formando materiais híbridos de Carbono com Boro e/ou Nitrogênio mostram-se como uma outra forma de se modificar as propriedades eletrônicas de nanoestruturas de carbono. Este estudo teve como objetivo principal realizar uma prospecção tecnológica sobre os métodos de preparação de nanofitas de grafeno, realizando busca nos depósitos de pedidos de patentes nacional. A prospecção foi realizada no Banco de dados do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Observou-se ainda que número de patentes depositadas entre 2009 e 2019 foi bastante pequeno. Quanto a origem dos depositantes as universidades são as maiores detentoras de pedidos de patentes. As patentes encontradas fazem parte do mesmo grupo na classificação internacional de patentes, C01B

PALAVRAS CHAVES: Grafeno ; Nanofitas; Preparação

INTRODUÇÃO: O grafeno possui propriedades excepcionais por ser um material fino e rígido, sendo um excelente condutor de calor e eletricidade. Apesar do grafeno apresentar excelentes propriedades, uma limitação do uso do grafeno em nanoeletrônica é a ausência de uma faixa proibida de energias (ou bandgap, do inglês), o que impede um processo de desligamento do fluxo de corrente eletrônica no sistema, limitando suas aplicações em eletrônica digital. Por outro lado, nanofitas tendo grafeno como base apresentam um bandgap que podem ser ajustados em função da largura, comprimento e estruturas de borda. Dopagens, em sistemas de carbono e a formação de materiais híbridos de Carbono com Boro e/ou Nitrogênio mostram-se como uma outra forma de se modificar as propriedades eletrônicas e de transporte de nanoestruturas de carbono, possibilitando a abertura de um bandgap. Folhas atômicas contendo ligações hibridizadas envolvendo os elementos B, N e C em amplas faixas de composição resultam em novos materiais com propriedades complementares às do grafeno, resultando numa rica variedade de estruturas, propriedades e aplicações eletrônicas. Considerando as diversas vantagens apresentadas pelas nanofitas de grafeno, este trabalho teve como objetivo principal realizar uma prospecção tecnológica sobre o métodos de preparação das nanofitas realizando busca no depósito de pedido de patente nacionai (INPI).

MATERIAL E MÉTODOS: Esta prospecção tecnológica foi realizada tendo como base os pedidos de patente depositados no Banco de dados do Instituto Nacional de Propriedade Industrial do Brasil (INPI). O foco da pesquisa foi métodos de preparação das nanofitas de grafeno. As palavras-chave utilizadas foram: Nanofitas (nanoribbons), grafeno (graphene), preparação (preparation), processo (process). Como campos de pesquisa foram utilizados “título” ou “resumo”. As limitações referentes ao período de sigilo foram respeitadas. O levantamento foi realizado em julho de 2019.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir da análise inicial das palavras-chave e suas combinações foi observado que os resultados mais relacionados ao tema eram encontrados quando utilizavam as palavras-chave “nanofitas e grafeno” (nanoribbons) and (graphene) e quando utilizavam outras combinações os resultados exibiam patentes que envolviam o uso da nanofitas de grafeno em diferentes formas de aplicação ou patentes já selecionada pelo critério de busca já mencionado. Na base de dados nacional (INPI) foi encontrada 03 patentes. Das patentes encontradas duas são depositantes de universidades e uma de empresa. Quanto aos depositantes das patentes foi visto que o setor universitário é o que predomina com o maior número de patentes (Figura 1). As informações contidas nos documentos de patente apresentam descrições técnicas de tecnologias e proporciona avaliar o impacto de novas forças tecnológicas influenciadoras do mercado nas direções do desenvolvimento tecnológico e reconhecer padrões de atividades que podem ter consequências para as relações de mercado no desenvolvimento de pesquisas com universidades que podem ser observadas na (tabela 1).

figura 1

Depósitos de patentes no período 2009 a 2019, considerando as bases INPI. Fonte: Autoria própria,

CONCLUSÕES: Apesar da produção científica em ascensão, o Brasil ainda precisa avançar no que diz respeito à produção de patentes na área de processo e síntese de nanofitas de grafeno.. A maioria das patentes sobre processos de sínteses de nanofitas de grafeno são de universidades e empresas internacionais, indicando que no Brasil os investimentos na área ainda é bastante pequeno. Investimentos para obtenção de tecnologias aplicadas a eletrônica digital deve impulsionar o mercado neste setor, tecnologias nessa área em países desenvolvidos representam uma parcela significativa do produto interno bruto.

AGRADECIMENTOS: Agradeço a Universidade Federal do Piauí e ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí.

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