Realizado em Tereseina/PI, de 11 a 13 de Setembro de 2019.
ISBN 978-85-85905-26-2
TÍTULO: AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE SABONETES SÓLIDOS
AUTORES: Abreu, A.L.D. (UEMA) ; Batista, E.F.S. (UEMA) ; Coelho, A.C.B. (UEMA) ; Gauto, M.I.R. (UEMA) ; Prazeres da Silva, I. (UEMA)
RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo analisar físico-quimicamente seis
amostras de sabonetes sólidos, comercializados em um supermercado de São
Luís
– MA e comparar os resultados obtidos com parâmetros estabelecidos pela
ANVISA, a fim de verificar a possibilidade de consumo por humanos. Analisou-
se
pH e alcalinidade livre. As análises foram realizadas em triplicatas e os
resultados obtidos apresentados por médias e desvios padrões. Os valores de
pH
e de alcalinidade livre encontrados satisfazem os padrões estabelecidos pela
ANVISA, exceto para à amostra A6. Concluiu-se que os resultados encontrados
revelaram que 83,33% das amostras analisadas apresentaram pH e alcalinidade
livre em conformidade com o estabelecido pela legislação vigente.
PALAVRAS CHAVES: Cosméticos; Higiene; Controle de Qualidade
INTRODUÇÃO: Os sabões/sabonetes são obtidos por
saponificação de gorduras animais e vegetais com álcalis, apresentando pH
alcalino. A adequação do sabão acabado (produto final) em relação aos
diferentes meios de aplicação e o aprimoramento de suas propriedades
dependem do controle dos parâmetros de qualidade durante o processo de
fabricação do sabão. Dentre essas propriedades destacam- se o pH e a
alcalinidade livre.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, estabelece que um
sabonete deva apresentar um pH de 9,0 a 10,4 e um máximo de 0,5% de
alcalinidade livre (BRASIL, 2008). O pH é um dos principais mecanismos de
proteção da pele, devendo-se à produção de ácido láctico e conferindo à
superfície cutânea aquilo que se convencionou designar por “manto ácido
cutâneo”, e é constantemente desafiado por agressores externos como a
poluição, mudanças de temperatura e os produtos químicos (EUCERIN, 2016). A
alcalinidade é a capacidade que a massa de sabão base contendo um álcali
forte tem de reagir com o material graxo e neutralizá-lo até um pH definido
(ADELINO et al, 2018). A alcalinidade presente no sabão saponifica sujidades
oleosas, porém sua ação é restrita, pois, os sabões não atuam em todo o tipo
de sujeira devido não possuir um efeito solvente que o auxilie na
solubilidade de materiais graxos (ADELINO, 2018). Diante do exposto, o
objetivo deste trabalho foi analisar a qualidade físico-química de seis
amostras de sabonetes sólidos, revendidos em um supermercado de São Luís-MA,
através da análise dos parâmetros pH e Alcalinidade livre. Através da
descrição, observa-se o quão é importante o controle de qualidade de
produtos acabados, tais como, sabonetes.
MATERIAL E MÉTODOS: O material amostrado para análise foi adquirido em um supermercado da cidade
de São Luís-MA, de maneira aleatória e sem identificação de formulação. Para
análises das amostras fez-se uso de métodos instrumental potenciométrico e
titulométrico de acordo com o guia de Estabilidade de produtos cosméticos
sugerido pela ANVISA (BRASIL, 2010).
3.1 - pH.
A medida do pH foi realizada através do método
potenciométrico, utilizando-se pHagâmetro portátil com compensação
automática de temperatura, marca Exact Instrument, previamente calibrado com
as soluções tampões pH 4,0, 7,0 e 10,0. Preparou-se uma solução a 1,0 %, de
cada sabonete amostrado usando-se água destilada como solvente e procedeu-se
a medida do pH em triplicata para cada amostra.
3.2 – Alcalinidade livre.
A alcalinidade livre dos corpos de prova foi
determinada pelo método de Alcalimetria. Após o resfriamento, pesou-se 10 g
da amostra contida no copo descartável de 25 mL e 40 g de álcool etílico
neutralizado num béquer de capacidade 100 mL. A mistura foi aquecida em
chapa elétrica até a completa dissolução do sabonete no álcool, em seguida
foram adicionadas 3 gotas do indicador fenolftaleína e titulada com solução
aquosa de ácido clorídrico de concentração 0,1 Mol.L-1 devidamente
padronizada. A alcalinidade livre do sabonete foi calculada com auxílio da
seguinte equação:
AL = V gasto . C real . 40 / P amostra . 10
onde, Vgasto, é o volume do titulante gasto durante a análise titulométrica,
Creal, é a concentração real da solução titulante e Pamostra, é a massa da
amostra analisada e 40 é o peso molecular do NaOH.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na Tabela 1, são apresentados os valores médios dos pH e das alcalinidades
livres das amostras dos sabonetes analisados, assim como os seus respectivos
desvios padrões. Os resultados encontrados revelaram que 83,33% das amostras
analisadas apresentaram pH e alcalinidade livre em conformidade com o
estabelecido pela legislação vigente, independentemente da formulação
química e que somente 16,67% das amostras analisadas divergiram do
estabelecido pela ANVISA, para os parâmetros de qualidade verificados (pH =
7,3 e alcalinidade livre = 1,93 % de NaOH). Os baixos valores calculados de
desvio padrão comprovam a precisão dos resultados.
Tabela 1: Valores de pH e Alcalinidade presentes nas amostras dos sabonetes
sólidos analisados.
Fonte: AUTORAL (2019).
CONCLUSÕES: A avaliação de possíveis alterações na qualidade físico-
química dos sabonetes analisados, baseou-se no comparativo das médias obtidas
a partir dos dados quantitativos dos resultados das análises realizadas em
triplicata nas amostras coletadas com os valores máximos permitidos pela
ANVISA.
Os resultados obtidos revelam que as amostras A1, A2,
A3, A4 e A5 atendem aos limites físico-químico (pH e alcalinidade livre)
especificados pela ANVISA, portanto, próprias para o consumo humano e que a
amostra A6 por apresentar pH e alcalinidade livre insatisfatório, conforme o
Ministério da Saúde, sugere condições impróprias para o consumo humano.
AGRADECIMENTOS: À Deus.
À Universidade Estadual do Maranhão, pelo apoio logístico.
Ao professor Italo Prazeres da Silva pelas contribuições.
Ao GEPEQUIMA.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1 –ADELINO, A.J. EXPERIENCIA SOBRE A ANÁLISE DE ALCALINIDADE LIVRE NO SABÃO. Universidade Pedagógica Nampula; 2018.
2 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS / AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. 2ª edição, revista – Brasília: ANVISA, 2008. 120 p.
3 - BRASIL. Ministério da Saúde. Anvisa. GUIA DE ESTABILIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS. 1. ed., v. 3, Brasília: ANVISA,2004.
4– EUCERIN, M. ÁCIDO CUTÂNEO. Disponível em: <https://www.eucerin.pt/sobre-apele/conhecimentos- basicos-da-pele/skins-ph> Acesso em: 01/08/2019.
5 - MEIRA, M. Avaliação Comparativa das Normas Regulatórias dos Estudos de Estabilidade Aplicados a Sabonetes Sólidos no Brasil, Estados unidos e União Europeia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Rio Grande do Sul. p. 7 – 9 e p. 29 – 41, 2010.