11º Encontro Nacional de Tecnologia Química
Realizado em Tereseina/PI, de 11 a 13 de Setembro de 2019.
ISBN 978-85-85905-26-2

TÍTULO: SOLUCIONANDO: UM JOGO DIDÁTICO PARA AVALIAÇÃO CONCEITUAL DE UMA TURMA DO PRIMEIRO PERÍODO DO CURSO DE QUÍMICA LICENCIATURA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

AUTORES: Coelho, A.C.B. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Gauto, M.I.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Silva, A.L.P. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHAO)

RESUMO: Tendo em vista a dificuldade que os alunos, geralmente, apresentam na disciplina de Química e que o uso de atividades lúdicas, como jogos por exemplo, tem contribuído com o processo de ensino e aprendizagem, foi feita uma avaliação conceitual e traçou-se o perfil de uma turma do Primeiro Período do Curso de Química Licenciatura da UEMA através das perguntas de um jogo didático criado chamado Solucionando. O trabalho aconteceu com a presença de 9 alunos voluntários e após a realização do jogo, percebeu-se que houveram mínimos erros conceituais, mas houve dificuldade em questões envolvendo cálculo de concentração. Conclui- se que esses alunos ingressaram no Ensino Superior com uma boa bagagem do Ensino Médio no assunto de Soluções, porém ainda têm uma pequena dificuldade em cálculos.

PALAVRAS CHAVES: Solução; Jogo; Ensino Superior

INTRODUÇÃO: Durante muito tempo acreditou-se que a aprendizagem dos alunos se dava por conta da repetição e que ele era a único responsável pelas suas conquistas, porém, atualmente, o seu “fracasso” também associado ao professor, já que, por sua vez, este trabalha como estimulador do conhecimento (CUNHA, 2012). Para tornar a aprendizagem mais notável são necessários métodos de ensino mais simples e modernos como o uso de atividades lúdicas uma vez que, o uso de jogos no ensino de ciências está relacionado à liberdade de ação, trabalho em grupo, cooperação e construção conjunta do conhecimento (CAVALCANTE, 2009). Entende-se que a abordagem de conceitos químicos dentro da sala de aula é bastante complexa e envolve uma série de fatores difíceis de controlar. E é exatamente essa complexidade que mostra a necessidade de ter maior cuidado na forma como esses conceitos químicos são elaborados pelos alunos (MACHADO, 1995). O jogo complementa o indivíduo em seus saberes e sua compreensão de mundo tendo função educativa e lúdica tornando-se assim, didático (CAVALCANTE, 2010). Sendo um ótimo artifício para auxiliar, principalmente, numa avaliação conceitual. Assim, é necessário fazer uma investigação conceitual sobre o conhecimento desenvolvido nos alunos verificando se ingressam no ensino superior conhecendo os conceitos corretos de solução química. O presente trabalho diz respeito a um jogo de tabuleiro que trata do assunto Soluções, um conteúdo básico abordado no Segundo Ano do EM, porém neste trabalho não foi aplicado a alunos do Ensino Médio e sim com aqueles que acabaram de ingressar no Ensino Superior, os alunos do Primeiro Período do Curso de Química Licenciatura da UEMA a fim de fazer uma avaliação conceitual e traçar um perfil daqueles que estão ingressados na área de Licenciatura.

MATERIAL E MÉTODOS: Foi feito um jogo de tabuleiro disposto de casas, pinos, uma roleta e cartas com perguntas valendo pontos e benefícios para o andamento do jogo. As perguntas das fichas do jogo foram utilizadas para fazer a avaliação conceitual dos alunos. O objetivo do jogo era chegar ao final com a maior quantidade de pontos, ou seja, maior quantidade de perguntas respondidas corretamente. O trabalho foi realizado com 9 alunos voluntários do Primeiro Período do Curso de Química Licenciatura da UEMA, os quais formaram três equipes com três alunos cada. Inicialmente foi realizado um estudo aprofundado do conteúdo para que o trabalho fosse abordado da maneira mais correta possível. Antes de ser conduzido, é importante ressaltar que foram elaborados os procedimentos legais, tais como, a assinatura do Termo de Compromisso e Consentimento Livre e Esclarecido pelos participantes da atividade, deixando explícito que os alunos menores de idade precisariam da assinatura de seu responsável legal para que assim a realização do trabalho pudesse ser concretizada. Em seguida, fora explicado as regras e o jogo foi iniciado. A atividade foi realizada em equipe e, durante seu desenvolvimento foi anotado, em um quadro de observações, as principais dificuldades, as questões que não conseguiram responder e também os conteúdos que tiveram maior dificuldade. Ao fim, depois de anotadas todas as observações necessárias, realizou-se a elucidação de todas as dúvidas que foram observadas e que os voluntários apontaram em relação ao conteúdo de soluções. Também foi entregue a eles um questionário para que eles descrevessem o que acharam dessa atividade lúdica, se aprenderam o assunto de Soluções no Ensino Médio ou em alguma disciplina do Ensino Superior, bem como se há sugestões para melhorar o jogo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O jogo foi confeccionado e passou por melhorias e modificações durante sua produção até chegar no modelo final. Os alunos voluntários assinaram devidamente o documento e não houve nenhum empecilho durante o processo do jogo. Logo que começou o jogo, percebeu-se que ao responder a pergunta “O que é um solvente?” a Equipe 1 respondeu que “é aquilo que é utilizado para ‘diluir’ um soluto” e logo foi relatado que a resposta correta não é o termo “diluir” e sim “dispersar”. Ao responder a questão “O que é uma solução insaturada?”, a equipe 2 respondeu corretamente, porém não utilizou o termo “Coeficiente de Solubilidade”, a equipe respondeu que “um soluto precisa de um volume necessário para se dissolver inteiramente, essa é uma solução na qual o soluto, se dissolve totalmente mas o volume é mais que o necessário”. Três das questões que envolviam cálculos, para determinar a concentração de uma solução, não foram respondidas. Devido a este fato, percebeu-se que há dificuldade em questões de cálculo quando se trata do assunto de Concentração de Solução, mais precisamente Concentração por Quantidade de Matéria e Título. Após a finalização do jogo, essas questões foram respondidas e explicadas aos alunos pelas pesquisadoras. As demais questões que não foram tratadas aqui, foram respondidas adequadamente pelas equipes. Em relação ao questionário feito após o jogo, obtivemos o dado de que todos os alunos viram o assunto de Soluções durante o Ensino Médio, mas de forma superficial e que na Universidade viram tal assunto em duas de suas disciplinas. Alguns sugeriram algumas mudanças a serem feitas no jogo e todos afirmaram que são a favor do uso de jogos no ensino.

CONCLUSÕES: Conclui-se que os alunos do Primeiro Período do Curso de Química Licenciatura da UEMA vieram do Ensino Médio com uma boa bagagem no que diz respeito ao assunto de Soluções, porém, apensar do assunto ter sido tratado tanto no Ensino Médio como em algumas disciplinas já no início do Ensino Superior, os alunos têm uma certa deficiência quando se trata dos cálculos para Concentração de Soluções, o que pode estar relacionado à deficiência na área de matemática pois as questões teóricas foram respondidas corretamente.

AGRADECIMENTOS: A Deus, a todos do GEPEQUIMA (Grupo de Estudos e Pesquisa em Química do Maranhão), aos voluntários dessa pesquisa e à UEMA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CUNHA, M. B. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Química nova na escola. Vol. 34, N° 2, p. 92-98, 2012.

CAVALCANTI, E. L. D. SOARES, M. H. F. B. O ludismo e avaliação da aprendizagem: possibilidades para o ensino de química. XV Encontro Nacional de Ensino de Química (XV ENEQ) – Brasília, DF, Brasil – 21 a 24 de julho de 2010.

CAVALCANTI, E.L.D.; SOARES, M. H. F. B. O uso de jogos de roles (roleplaying game) como estratégia de discussão e avaliação do conhecimento químico. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, v. 8, n. 1, p. 255-282, 2009.

MACHADO, A. H. MOURA, A. L. A. Concepções sobre o papel da linguagem no processo de elaboração conceitual em química. Química Nova na Escola, n° 2, novembro 1995.