Realizado em Tereseina/PI, de 11 a 13 de Setembro de 2019.
ISBN 978-85-85905-26-2
TÍTULO: COMPARAÇÃO ENTRE A COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DOS FLOCÕES DE MILHO E ARROZ E OS RÓTULOS CONTIDOS NAS EMBALAGENS.
AUTORES: Gonçalves, M.F.B. (UFPI) ; Silva, D.T.S. (UFPI) ; Sá, A.S.C. (UFPI) ; Pessoa, L.A.L. (UFPI) ; Batista, A.K.S. (UFPI) ; Sousa, F.R.O. (UFPI) ; Silva, D.J.S. (UFPI) ; Moreira-araújo, R.S.R. (UFPI)
RESUMO: O objetivo do estudo foi realizar a comparação entre a composição centesimal
em flocões de milho e arroz e os valores presentes nos rótulos das suas
embalagens. Foram determinados teores de carboidratos, proteínas, lipídios e
valor energético total. Para lipídios, as amostras de flocos de arroz A e B
demonstraram diferença estatisticamente significativa quando comparadas às
informações dos seus rótulos. Para os flocos de milho apenas na marca C não
houve diferença estatisticamente significativa. Quanto ao teor protéico
apenas a marca C dos flocos de arroz apresentou valor diferente ao
apresentado na rotulagem, no entanto, para os flocos de milho todas as
marcas apresentaram diferença. Concluiu-se que houve diferença estatística
tanto nas farinhas de flocos de arroz e milho.
PALAVRAS CHAVES: Milho; Arroz; Composição centesimal
INTRODUÇÃO: A rotulagem nutricional dos alimentos permite ao consumidor o acesso às
informações nutricionais e aos parâmetros indicativos de qualidade e
segurança do seu consumo. Tornou-se obrigatória no Brasil em 1999 com a
criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nos rótulos devem estar
contidas informações que estejam de acordo com as exigências feitas pela
legislação (LOBANCO, et al. 2009).
O milho em grão é rico em nutrientes, constituído de lipídios, proteínas,
fibras, cinzas e carboidratos em grande quantidade, o que lhe atribui grande
valor energético e é muito utilizado na dieta da população brasileira, em
especial na região Nordeste (FRANÇA, 2017).
O arroz é o principal alimento consumido por metade da população brasileira
e é um dos cereais mais produzidos no mundo. Sua menor parte é ingerida
através de alimentos processados, o grão tem uma alta concentração de amido
o que lhe confere alto poder energético, além de fornecer proteínas,
vitaminas e minerais. (WALTER, MARCHEZAN, AVILA, 2008).
Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo realizar
a comparação entre a composição centesimaI dos flocões de milho e arroz
analisados e seus respectivos rótulos.
MATERIAL E MÉTODOS: 2.1. Preparo da Amostra
As amostras foram obtidas no comércio local varejista de Teresina-PI,
e a amostragem foi realizada por meio do quarteamento realizado no período
de fevereiro a junho de 2019.
2.2. Análises realizadas
2.2.1 Umidade
A determinação da umidade foi obtida pelo método de secagem em estufa a
105°C (AOAC, 2005).
2.2.2 Cinzas
As cinzas foram pré-carbonizadas com auxílio de forno mufla a 550°C
(AOAC, 2005).
2.2.3 Lipídios
A determinação dos lipídios foi realizada através da extração com
solvente hexano, em extrator intermitente de Soxhlet (AOAC, 2005).
2.2.4 Proteínas
O teor de proteínas foi determinado pelo método de Kjedhal (AOAC,
2005), onde foi utilizado o fator 5,25.
2.2.5 Carboidratos
Os carboidratos foram determinados por diferença dos demais
constituintes (umidade, cinzas, lipídios e proteínas).
2.2.6 Valor energético
O valor energético dos flocões de milho e arroz foram estimados
utilizando os fatores de conversão de ATWATER: 4 kcal/g para carboidratos,
4kcal/g para proteínas e 9 kcal/g para lipídios (WATT e MERRYL, 1963).
2.2.7 Análise Estatística
Para verificar a diferença entre as médias foi utilizado o teste t de
Student, ao nível de 5% de significância e intervalo de confiança de 95%.
(ANDRADE, 2010).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O teor de lipídeos de flocos farinha de arroz da marca A foi de 0,49%, no
rótulo 0,00%, na B obteve 0,54%, no rótulo 1,00%. Já na C não houve
diferença estatisticamente significativa, obteve-se 0,90%, no rótulo
continha 1,00%.
Para proteínas obteve-se 4,26% na marca A e no rótulo 5,20%; na C determinou
4,93%, no rótulo 6,00%, não houve diferença estatisticamente significativa.
Já na marca B houve diferença estatisticamente significativa, apresentou
4,29% e 6,00% no rótulo.
A marca A não apresentou diferença estatisticamente significativa para
carboidratos, obteve-se 82,62% e no rótulo 80,00%. Na marca B, foi de
83,20%, no rótulo 78,00%. Na marca C foi 83,02% e 60% no rótulo, ambas
apresentaram diferença estatisticamente significativa.
Os valores energéticos totais das marcas A e B analisadas apresentaram
diferença estatisticamente significativas.
Em flocos de farinha de milho o teor de lipídeos na marca A foi de 1,15%,
enquanto no rótulo apresentava o teor de 2,00% e na B obteve 2,33%, no
rótulo 1,00%; ambos havendo diferença estatisticamente significativa. A
marca C não houve diferença estatisticamente significativa, obteve-se 1,22%
de lipídios, no rótulo 1,22%.
Para proteínas obteve-se 4,83% na marca A, no rótulo 8,00%; na marca B foi
3,98%, no rótulo 8,00%, já na marca C 4,17% e 6,80% no rótulo. Sendo assim
houve diferença estatisticamente significativa nas três marcas analisadas.
Em relação aos carboidratos na marca A foi 84,54% e no rótulo 76,00%, na C
foi 81,49%, no rótulo 74,00%, havendo diferença estatisticamente
significativa em ambas marcas. Já a marca B não apresentou diferença
estatisticamente significativa, obteve-se 79,47% e 78,00% no rótulo.
Os valores energéticos totais das três marcas analisadas apresentaram
diferença estatisticamente significativas.
Tabela 1
Demonstra os teores de Macronutrientes e Valor
Energético Total (VET) em três marcas de flocos
farinha de ARROZ.
Tabela 2
Teores de Macronutrientes e Valor Energético
Total (VET) em três marcas de flocos farinha de
MILHO comparando o analisado com a informação
no rótulo.
CONCLUSÕES: Concluiu-se que houve diferença estatisticamente significativa na maioria das
amostras analisadas quando comparadas aos seus respectivos rótulos tanto nas
amostras de farinha de flocos de arroz e milho, mostrando a necessidade de uma
fiscalização mais ativa desses produtos, tendo em vista que são alimentos de
alto consumo.
AGRADECIMENTOS: Ao CNPq pelo financiamento, via Edital Universal 01/2016, Processo
431314/2016-0.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANDRADE, D. F., OGLIORI, P. J., Estatística para as ciências agrárias e biológicas: com noções de experimentação. 2ª Ed. Revisada . Amp. – Florianópolis: Ed. da UFSC, 2010, 470p.
BRASIL, RDC nº 359, de 23 de Dezembro de 2003, Regulamento Técnico de porções de alimentos embalados para fins de rotulagem Nutricional.
BRASIL, RDC nº 360, de 23 de Dezembro de 2003, Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos embalados.
FRANÇA, Raquel Kelly de Sousa. Avaliação do estado de conservação das farinhas de milho (flocão). 2017.
HORWITZ, William; JR, George W. Latimer. Official Methods of Analysis. AOAC INTERNATIONAL. USA, 2006.
LOBANCO, Cássia Maria et al. Fidedignidade de rótulos de alimentos comercializados no município de São Paulo, SP. Revista de Saúde Pública, v. 43, p. 499-505, 2009.
OLIVEIRA, Luciana Elisa; DA SILVA, Cassiano Oliveira; PASCOAL, Grazieli Benedetti. Comparação entre a composição nutricional dos rótulos e as análises laboratoriais de queijos minas frescal (tradicional e light). Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v. 69, n. 4, p. 280-288, 2014.
Walter, Melissa, Marchezan, Enio, Avila, Luis Antonio de, Arroz: composição e características nutricionais. Ciência Rural [en linea] 2008, 38 (Julio-Sin mes) : [Fecha de consulta: 11 de junio de 2019] Disponible en:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=33113630049> ISSN 0103-8478
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