Realizado em Goiânia/GO, de 04 a 06 de Setembro de 2017.
ISBN: 978-85-85905-20-0
TÍTULO: ANALISE DO DESAGUAMENTO DE LODO COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE SÓLIDOS
AUTORES: Ramos, F.T. (FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ (FAACZ)) ; Devens, A.C. (FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ (FAACZ)) ; Alves, V.M.B. (SAAE ARACRUZ) ; Halasz, M.R.T. (FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ (FAACZ))
RESUMO: Dentre as técnicas utilizadas para o tratamento de lodo de decantadores de ETAs, a aplicação de polímeros
tem apresentado resultados promissores. Dentro desse contexto, o objetivo geral desse trabalho é avaliar
quais a concentração e tipo de polímero ideal para desaguamento de lodo proveniente da ETA da sede do
município de Aracruz através de testes laboratoriais por meio da aplicação do polímero no lodo e
centrifugação do mesmo. Foram considerados no projeto: A concentração de sólidos totais do lodo, a
concentração do polímero aplicado e a forma de coleta do lodo.
PALAVRAS CHAVES: Lodo; Polímero; Desaguamento
INTRODUÇÃO: O Brasil apresentou uma crescente urbanização e industrialização a partir dos anos 1970. Com isso, a
geração de resíduos e de consumo de água potável nos grandes centros crescer de forma acelerada. A
qualidade da água que se encontrava na natureza antes deste período é completamente diferente da
encontrada atualmente, pois a falta de planejamento em manejar tanto à água quanto os rejeitos produzidos
pela população, ocasionou uma mudança drástica das águas dos mananciais localizados perto dos grandes
centros urbanos (Santos, B., 2012). O principal destes resíduos é o lodo.
O lodo possui duas fases: a sólida e a líquida, sendo a líquida dividida em água livre, água intersticial, água
vicinal e água de hidratação, sendo elas caracterizadas pela forma que se encontram no lodo (Tartari, R.,
2008).
O lodo possui uma composição diferenciada devido à qualidade da água bruta e dos produtos químicos
utilizados no tratamento (coagulante, alcalinizante, adsorventes). A água de hidratação presa nos flocos
torna o lodo volumoso e gelatinoso o que dificulta o desaguamento. O lodo proveniente de ETA tem como
característica ser tixotrópico, ou seja, é um composto que se apresenta na forma de gel, mas ao ser exposto
à uma força de cisalhamento, torna-se um fluido, o que dificulta o desaguamento. Por isso a importância de
realizar-se primariamente um condicionamento químico (Abe, Y. T., 2004).
MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente foi necessário pesar uma amostra de 100ml de lodo, filtra-la e colocar o papel de filtro para
secar em estufa por 5 horas em uma temperatura de 95-102°C, a seguir pesar o filtrado seco para determinar
os sólidos totais.
Com o objetivo de padronizar a solução de floculante para uma concentração de 0,2%.
Utilizou-se no estudo 3 concentrações diferentes de polímero: 1g, 3g e 5g de polímero/kg de sólidos.
Para determinação dos testes era necessário medir 100 mL de lodo e acrescentar as quantidade de polímero
referentes as concentrações acima referenciadas de acordo com a quantidade de sólidos. A seguir era
necessário levar a solução ao agitador magnético por 5 minutos. Transferia-se uma amostra da solução para
um tubo de ensaio, anotava-se a altura inicial da solução e leva-lo à centrifuga por 10 min. Ao finalizar a
centrifugação anotar a altura de sólidos no tubo de ensaio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram realizados testes em lodo oriundo de 3 tipos de locais, um lodo compactado retirado do fundo do
decantador (com alta concentração de sólidos totais(ST)),outro retirado do topo do decantador, e por fim
uma amostra de lodo retirada com a abertura da válvula de descarga do decantador.
Para análise qual polímero e qual a concentração é mais eficiente no desaguamento do lodo, precisamos
observar a altura do lodo no tubo de ensaio. Quanto maior a altura, mais eficiente foi o desaguamento, pois
mais lodo foi coagulado.
Para o lodo de alta concentração de ST foram utilizados 2 polímeros catiônicos , o comportamento dos
polímeros foram parecidos, obtendo o melhor resultado na concentração de 1 g de polímero/Kg de ST como
demonstrado no gráfico 1 da figura 1. Para o lodo do topo do decantador, foram utilizados 3 polímeros
catiônicos com o melhor resultado sendo apresentado pelo polímero FO 4440 SH na concentração de 5 g de
polímero /kg de lodo como demonstrado no gráfico 2 da figura 1. Para o lodo retirado na descarga do
decantador foram utilizados 3 polímeros catiônicos, o comportamento dos polímeros foram neste lodo a
melhor concentração de dosagem de polímero foi 1 g de polímero/Kg de ST como demonstra o gráfico 3 da
figura 2 .
Figura 1
Gráfico 1: Altura de lodo X Concentração de polímero e Gráfico 2:
Altura de lodo X Concentração de polímero.
Figura 2
Gráfico 3: Altura de lodo X Concentração de polímero
CONCLUSÕES: Para o lodo compactado retirado do fundo do decantador com alto teor de sólidos totais, podemos verificar
que os polímeros se comportaram de forma similar, tendo como melhor concentração a de 1g de polímero/ Kg
de ST.
O lodo retirado do topo do decantador obteve como melhor polímero o FO 4440 SH na concentração de 5 g
de polímero/ Kg de ST
O lodo retirado na válvula de descarga do decantador mostrou que a melhor concentração foi de 1 g de
polímero/ Kg de ST e todos os polímeros agiram de forma similar.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos a CNPq pela bolsa de IC, ao Técnico em Química Cláudio Santi, por toda ajuda fornecida à
execução dos testes em laboratório.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Tartari, R. Incorporação de lodo gerado na estação de tratamento de água Tamanduá, como aditivo em massas para cerâmica vermelha, Toledo, Universidade Estadual do Oeste do Paraná. 2008. (Mestrado em Monitoramento e Controle Ambinetal).
Abe, Y.T. Origem e Caracterização de lodo de Estação de Tratamento de Água, Biblioteca Didática de Tecnologias Ambientais, 2004
Santos, B. Avaliação da aplicação do sistema de leito de drenagem como tratamento de lodo da estação de tratamento de água Bom Jardim em Uberlândia – MG, Uberlândia, 2012.