Realizado em Goiânia/GO, de 04 a 06 de Setembro de 2017.
ISBN: 978-85-85905-20-0
TÍTULO: REMOÇÃO DE METAIS PESADOS UTILIZANDO A CASCA DE PEQUI POR (Caryocar brasiliense Camb.) MODIFICADA COM ÁCIDO CÍTRICO.
AUTORES: Alves de Faria Braga, E. (IFG) ; Danilo de Jesus Pinto, D. (IFG) ; Neves de Brito, S. (IFG) ; Novaes Santos, P. (IFG) ; Souza Nóbrega Ferreira, L. (IFG)
RESUMO: A casca de pequi possui uma quantidade de grupos carboxílicos que a qualifica
como um biossorvente promissor, além disso, a casca de pequi possui em sua
composição uma grande quantidade de carbonilas e hidroxilas, que auxiliam para
uma melhor adsorção, já que o cromo se liga a esses compostos orgânicos. A
intenção de modificar a casca de pequi com ácido cítrico é fazer com que a
superfície da casca se torne mais porosa e que o meio químico seja alterado
para influenciar positivamente na adsorção.
PALAVRAS CHAVES: Biossorventes; metais; adsorção
INTRODUÇÃO: O pequi (Caryocar spp.) pertence à família das Caryocaraceae, é um fruto
oleaginoso de coloração amarelo muito apreciado na região do Cerrado, tendo
por isso grande valor econômico. A casca do fruto de pequi é um promissor
biossorvente de metais pesados e corantes devido as suas características,
tais como, alto conteúdo de taninos e pectinas como fibra alimentar
(OLIVEIRA, et al 2008). Santos et al. (2014), caracterizaram a superfície da
biomassa da casca de pequi segundo a quantidade de grupos ácidos e básicos
utilizando a metodologia proposta por Boehm (1994). Pelos trabalhos já
apresentados observa-se a oportunidade promissora da utilização da casca de
pequi como biossorvente de remoção de metais e corantes. Porém, ainda carece
de estudos para implantar e implementar esta alternativa em tratamento de
efluentes. Neste sentido, esta proposta de projeto visa avaliar
detalhadamente as características químicas e tecnológicas da casca de pequi
no tratamento de efluentes industriais.
MATERIAL E MÉTODOS: Coleta e preparo dos materiais biossorventes: Aproximadamente 20 kg da casca
de pequi foram coletadas em feiras livres em Aparecida de Goiânia nos meses
de outubro e novembro. Em seguida fez-se a sanitização, onde foi utilizado
aproximadamente 30 litros de água e 45mL de água sanitária e colocou-se
casca do pequi de molho durante 15 minutos. Depois da sanitização realizou-
se a seleção e limpeza. Descartou-se a casca de pequi estragada e com
auxílio de uma faca inox, produziu lascas com espessura de aproximadamente
5mm. Após a redução de tamanho, encaminhou-se a casca de pequi para um
desidratador a 60°C durante 18 horas. Posteriormente as cascas secas foram
trituradas no moinho de facas e em seguida parte da casca triturada foi
modificada com ácido cítrico com pH=3,00.
Preparação da modificação da casca de pequi com ácido cítrico: Para
modificar a casca de pequi utilizou-se 2,5 g de ácido cítrico para um balão
volumétrico de 500mL. Em seguida adicionou-se 15g da casca de pequi in
natura e agitou-se por 24 horas e fez a secagem.
Caracterização dos biossorvente: Para fazer a caracterização da casca
utilizou-se o processo de determinação de grupos ácidos e básicos pelo
método de Bohem (1994); determinação do ponto de carga zero (PCZ);
espectroscopia da região de infravermelho e microscopia eletrônica de
varredura (MEV).
Avaliação da capacidade de remoção dos metais Cr (IV): A avaliação da
capacidade de remoção do metal Cr(VI) foi obtida pela diferença de
concentração do íon metálico medida por espectroscopia de absorção atômica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através da espectroscopia da região do infravermelho, Figura 1, é possível
constatar a quantidade de compostos orgânicos, como carbonilas (C=O) e
hidroxilas (OH) que estão presentes na casca de pequi, que podem favorecer a
adsorção. Através dos estudos do potencial de carga zero (PCZ) concluiu-se que
o pH constante e ótimo para adsorção é de 5,6. A adsorção do Cr(IV) com a
casca de pequi in natura foi satisfatória 53,03%, porém a porcentagem de
remoção do cromo com a casca modificada não foi eficiente como esperado,
30,05%.
CONCLUSÕES: Através do infravermelho pode-se constatar que a casca de pequi é um ótimo
adsorvente, pois contém grande quantidade de carbonilas e hidroxilas em sua
composição. A adsorção com casca de pequi modificado com ácido cítrico não foi
tão eficiente devido à esterilização. Ao invés de aumentar as ligações com as
carbonilas e hidroxilas, o que aconteceu foi que houve ligação entre elas,
diminuindo assim, a possibilidade de adsorver.
AGRADECIMENTOS: CNPq
NUQMMA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BOEHM, H.P. Some aspects of the surface chemistry of carbon blacks and other carbons. Carbon, v. 32 n.5 , p. 759-769, 1994
OLIVEIRA, M. E. B.; GUERA, N. B.; BARROS, L. M.; ALVES, R. E. Aspectos Agronômicos e de Qualidade do Pequi. Fortaleza, Ceará. EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 2008.
SANTOS, J. J. S.; CARDINS, W. A.; CHAVES, M. D.; OLIVEIRA, D. M. N.; SILVA, D. P. B.; SILVA, B. S.; OLIVEIRA, J. D.; NASCIMENTO, J. M. Caracterização da superfície da biomassa casca de pequi (Caryocar brasiliense Camb.) segundo a metodologia de Boehm. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA, n. 54, Química e Sociedade: Motores da Sustentabilidade, Natal, 2014.