9º Encontro Nacional de Tecnologia Química
Realizado em Goiânia/GO, de 19 a 21 de Setembro de 2016.
ISBN: 978-85-85905-20-0

TÍTULO: Inovação e Patentes Verdes: práticas para o desenvolvimento sustentável

AUTORES: Silva, L.F.A. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - IFG) ; Silva, G.P.A. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - IFG) ; Gomes, V.M. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - IFG) ; da Silva, M.C. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - IFG) ; Costa, R.E. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - UFG) ; Alves, A.J. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - IFG) ; Profeta, F.A. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - IFG) ; Calixto, W.P. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - IFG)

RESUMO: Este trabalho apresenta informações relativas à inter-relação entre inovação, sustentabilidade e patentes verdes, tendo em vista as demandas sociais, ambientais e econômicas. A metodologia utilizará como ferramenta a pesquisa bibliográfica e dados disponibilizados por órgãos públicos e instituições privadas. Os resultados da pesquisa deverão propiciar a construção da visão geral do cenário brasileiro referente ao depósito de patentes verdes, inovação e sustentabilidade, o que deverá contribuir na disseminação do conhecimento à comunidade científica, governamental e sociedade em geral.

PALAVRAS CHAVES: Inovação; Patentes Verdes; Sustentabilidade

INTRODUÇÃO: A sociedade tem acompanhado a crise ambiental, resultante do acelerado crescimento tecnológico e industrial. O esgotamento dos recursos naturais é preocupação mundial, estimulando a criação de políticas públicas de fomento ao desenvolvimento sustentável (DE MELO et al, p. 553, 2014). Surgiu então a inter- relação entre as questões de desenvolvimento econômico, tecnológico e ambiental, considerando a avaliação do crescimento econômico e o aumento descontrolado do consumo de diversos produtos e sua relação com a degradação ambiental. O conceito de Tecnologias Ambientalmente Amigáveis na Convenção do Clima durante a Conferência das Nações Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento. Começou-se, portanto, a entender a propriedade industrial como fator de influência sobre investimentos em novas tecnologias, além de estimular o desenvolvimento econômico da nação, bem como a maximização de oportunidades de desenvolvimento sustentável, por meio de incentivo ao depósito e aplicação de tecnologias verdes no mercado em favor da sociedade (DOS REIS, P. C., et al, 2013). As hipóteses são formuladas tendo em vista os seguintes questionamentos: i) a ausência de interesse das empresas em participar de políticas de incentivo à pesquisa e desenvolvimento como fator de distanciamento do ambiente acadêmico das empresas, dificulta a produção de tecnologias em larga escala, e consequente inserção destas no mercado com valores módicos para o cumprimento da função social da propriedade; ii) problemas de sintonia entre as políticas ambientais e mercadológicas podem prejudicar os pedidos de patentes de tecnologias sustentáveis no mercado e iii) dificuldade na exploração das tecnologias verdes por meio de licenciamentos.

MATERIAL E MÉTODOS: No desenvolvimento da pesquisa realiza-se o levantamento bibliográfico com base em artigos científicos oriundos do escritório brasileiro de propriedade intelectual, Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI. A pesquisa é fundamentada em conhecimentos e documentos publicados. Hipóteses foram definidas para fundamentar a presente investigação sobre o interesse do setor empresarial nas políticas de incentivo à pesquisa e inovação; a produção de tecnologias e inserção destas no mercado; políticas ambientais e mercadológicas; pedidos de patentes de tecnologias sustentáveis no mercado e exploração das tecnologias verdes. Para obter respostas consistentes, o trabalho de investigação baseia-se em busca de dados e informações, demonstração destes por meio de gráficos e comparações, criação de roteiro para entrevista e formulários de coleta de dados fornecidos pelos Núcleos de Inovação Tecnológica, empresas e pesquisadores com patentes verdes depositadas no INPI. A segmentação, o tratamento e o cruzamento dos dados e informações obtidas embasam a elaboração de resultados com tabelas explicitando referências nacionais e internacionais como indicadores de cenários. As informações obtidas servem de forma qualitativa e quantitativa para verificar pontos em comum e de divergências de dados, além de permitir análises socioeconômicas e de previsão, por meio de cálculos que apresentarão cenários futuros sobre a relação entre propriedade intelectual, PIB (Produto Interno Bruto) e sustentabilidade do país.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Como resultados e respostas às hipóteses formuladas tem-se que a patente permite maior eficiência no desenvolvimento da inovação, possibilitando melhor emprego dos recursos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, além da proteção aos recursos investidos por meio da exploração temporária em caráter de monopólio, tornando o setor de PD&I economicamente atrativo (DANTAS, T. K. S., et. al., 2013). A pesquisa sinalizou discrepâncias no que tange à maturidade tecnológica. Pode-se afirmar que a Europa vivencia o estágio do uso comercial da tecnologia. Enquanto no Brasil, verificou-se que os maiores requerentes de patentes sobre energia renovável são os próprios inventores, indicando o estágio de desenvolvimento da tecnologia básica (DE MELO et al, p. 553, 2014). A pesquisa sinalizou discrepâncias no que tange à maturidade tecnológica, com base nos principais requerentes perante os escritórios. Pode-se afirmar que a Europa (Fig.1) vivencia o estágio do uso comercial da tecnologia. Enquanto no Brasil (Fig.2), os maiores requerentes de patentes sobre energia renovável são os próprios inventores, indicando o estágio de desenvolvimento da tecnologia básica [1]. Como resposta, deve-se criar cultura de parcerias entre setor produtivo, social e acadêmico é prioridade, visto que a inovação é um dos fatores determinantes para a competitividade e o desenvolvimento econômico e socioambiental da nação. Para isto, a pesquisa somente será convertida em inovação quando houver sinergia entre os setores patentário, acadêmico, produtivo e governamental. Por fim, tem-se como resultado a oportunidade de continuação à pesquisa com enfoque nas análises de previsão, por meio de cálculos que apresentarão cenários futuros sobre a relação entre propriedade intelectual, PIB e sustentabilidade do país.

Figura 1

Distribuição de patentes verdes por requerente na Europa.

Figura 2

Distribuição de patentes por requerente no Brasil

CONCLUSÕES: O desenvolvimento tecnológico não pode ser empreendido de forma individual, mas articulando-se a fatores de inovação, sustentabilidade e propriedade intelectual. O programa de patentes verdes representa avanço em diversas perspectivas, transformando o conhecimento em ciência, e esta em tecnologia, ferramenta valiosa no processo de desenvolvimento sustentável. O ambiente acadêmico brasileiro tem incorporando a preocupação com a inovação tecnológica em prol do meio ambiente e sociedade com finalidade de atingir o equilíbrio entre entre as necessidades do setor acadêmico, produtivo e social.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem à Fundação de Amparo e Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG pelo apoio na forma de bolsas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: DE MELO, A. A.; CZARNOBAY, V. Prospecção Tecnológica das Energias Renováveis no Brasil: Panorama Atual e Perspectivas após Resolução Normativa 482 e Programa de Patentes Verdes. Cadernos de Prospecção, v. 6, n. 4, p. 553, 2014.

SANTOS, D. A., et al. “Inovações patenteadas no âmbito das tecnologias limpas: estudo de casos depositados no Programa de Piloto de Patentes verdes do INPI”. Blucher Chemical Engineering Proceedings, v. 1, n. 2, p. 7410-7416, 2015.

DOS REIS, P. C., et al. “Programa das Patentes Verdes no Brasil: Aliança Verde entre o Desenvolvimento Tecnológico, Crescimento Econômico e a Degradação Ambiental”, 2013.

DE OLIVEIRA, F. A., et. al. “Sustentabilidade, Inovação e Patente Verde”. Anais do Simpósio Internacional de Inovação Tecnológica-SIMTEC, v. 1, n. 1, 2013.

DANTAS, T. K. S., et. al. “O impacto da lei de inovação na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias: análise dos dados de prospecção”. Anais do Simpósio Internacional de Inovação Tecnológica-SIMTEC, v. 1, n. 1, 2013.