Realizado em Goiânia/GO, de 19 a 21 de Setembro de 2016.
ISBN: 978-85-85905-20-0
TÍTULO: AVALIAÇÃO FITOQUÍMICA, FARMACOGNÓSTICA E ATIVIDADE BIOLÓGICA DO EXTRATO DE Morinda Citrifolia L. (Rubiaceae)
AUTORES: Santos, B.N. (IFG) ; Andrade, D.J. (IFG) ; Pascoal, A.M. (IFG) ; Vila Verde, G.M. (UEG) ; Leal, M.C.B.D.M. (UFG E ESTÁCIO DE SÁ)
RESUMO: A utilização de plantas medicinais como alternativa terapêutica vem
atingindo um público cada vez maior. Este crescimento requer dos
pesquisadores um maior empenho, no sentido de fornecer informações.Existem
milhares plantas medicinais que ainda são pouco conhecidas e constituem em
fascinante assunto de pesquisa. Este trabalho teve como objetivo avaliar o
extrato de Morinda Citrifolia L.(noni).O estudo farmacognóstico utilizou
parâmetros que auxiliaram nas análises de identificação, pureza e
integridade da droga vegetal, além da realização do estudo fitoquímico e
farmacológico geral na obtenção do perfil químico do extrato do noni.
Verificou-se a presença de vários compostos , tais como cumarinas, saponinas
dentre outras substâncias responsáveis pelos efeitos farmfarmacológicos
observados.
PALAVRAS CHAVES: Morinda Citrifolia L; noni; plantas medicinais
INTRODUÇÃO: Durante milênios o homem aprofundou seus conhecimentos empiricamente a fim
de melhorar sua alimentação e tratar de suas enfermidades, criando um inter-
relação entre o uso das plantas e sua evolução (MIGUEL E MIGUEL, 2000).
Provavelmente a utilização das plantas como medicamentos seja tão antiga
quanto o próprio homem. Numerosas etapas marcaram a evolução da arte de
curar, contudo torna-se difícil delimitá-las com exatidão, já que a medicina
esteve por muito tempo associada às práticas místicas (MARTINS et al, 1995).
Como por exemplo, as plantas com propriedades estupefantes foram
extrapoladas dor intensa. Após anos, eles observaram que efeitos que
poderiam ser usados como laxantes sendo usado em grande quantidade, poderia,
sendo usado em menor quantidade ser utilizado como reguladores intestinais.
Paralelamente, se faz necessário o levantamento das espécies medicinais de
cada região fitogeografias do Brasil, como primeiro passo para a adoção das
plantas medicinais nos programas de atenção à saúde, o que pode resultar em
diminuição de custos e ampliação do número de beneficiados (MATOS, 1997).Com
tanta diversidade a flora brasileira ainda é pouco estudada. Há um grande
potencial medicinal,mas também há uma carência de informação técnico
cientifico que permitam melhor exploração desses recursos terapêuticos.
Assim, torna-se imprescindível à realização de estudos voltados à
investigação não só do potencial terapêutico, mas validação da utilização
destas plantas ou drogas medicinais, do ponto de vista da constituição
material para produção de medicamentos. O noni (Morinda citrifolia
L.),família Rubiaceae, tem sido usado na medicina popular para o tratamento
de diversas doenças como artrite, diabetes, hipertensão sanguínea, dores
musculares, etc (WANG et al., 2002).
MATERIAL E MÉTODOS: 1.Material botânico: As amostras de fruto e folha de Morinda Citrifolia L.
(noni) foram coletadas em espaços naturais do município de Inhumas - Goiás.
Parte do material, ainda fresco, foi utilizado para o estudo morfoatômico e
o restante foi pulverizado e empregado na produção do extrato.
2.Estudo morfológico de folhas e frutos
2.1– Avaliação macroscópica: A caracterização morfológica foi realizada por
observação macroscópica das partes do vegetal a olho nu, observando as
características morfológicas gerais.
3. Análise de pureza: 3.1 – Determinação do teor de umidade pelo método
gravimétrico e Determinação do teor de cinzas
4. Prospecção fitoquimica: A análise qualitativa das principais classes de
metabólitos secundários, tais como antraquinonas, flavonoides, taninos,
entre outros foram verificados na droga em pó, observando as técnicas
descritas por Costa (1982), Matos (1988), Matos e Matos (1989).
5. Preparação do extrato etanólico: O material foi pulverizado, usando
etanol 96% para a obtenção do extrato etanolico bruto. Foi concentrado em
evaporador rotativo na temperatura de 40 °C. O resíduo vegetal foi extraído
por mais de duas vezes de maneira análoga à primeira. A solução resultante
foi filtrada sobre Celite.
6.Avaliação de ação antimicrobiana: Esta metodologia proporciona a avaliação
quantitativa da sensibilidade caracterizando os microorganismos testados em
sensíveis, intermediários, resistentes. Para a realização destes testes,
discos comerciais de papel filtro impregnados com quantidades especificas
dos diversos microorganismos foram aplicados sobre a superfície de uma placa
de ágar. A droga presente nos discos se difunde no meio da cultura, de modo
que a concentração do antibiótico decresce à medida que se distancia do
disco(TRABULSI e ALTERTRUM, 2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Análise de pureza: 1.1 Determinação do teor de umidade: O teor de umidade
do fruto pulverizado foi de 0,68% e da folha pulverizada foi de 2,33%, o que
indica, um valor dentro do intervalo padrão estabelecido pela Farmacopéia
Brasileira (1998) que é 8% a 14%. Este método contribui para o controle de
qualidade da droga vegetal, pois o excesso de umidade proporciona a ação
enzimática, proliferação de microrganismos que podem gerar a degradação dos
constituintes químicos micromoleculares (SIMIÕES et al., 2007).
1.2 Determinação do teor de cinzas: teor de cinzas foi de 19% para o
fruto e 3,66% para a folha, este teste de pureza visa determinar a
quantidade de matéria inorgânica não volátil presente na amostra vegetal.
2 – Prospecção fitoquimica: Tanto folha e fruto apresentaram em todas as
análises heterosídeos antraquinônicos, esteroides e triterpernoides,
heterosídeos saponínicos, cumarinas e resinas. Entretanto, a presença de
alcaloides foi observada para fruto e folha somente no ensaio do Reativo de
Bouchardat, a presença de heterosídeos flavonoides foi identificada somente
no fruto, e de taninos somente na folha, sendo que para heterosídeos
flavonoides foi realizado a Reação de Shinoda, Reação Oxalo-bórico, Reação
com H2SO4 concentrado, Reação com AlCl3 e Reação com FeCl3 observando
negativo para Reação de Shinoda. Para taninos foi realizado a Reação com
gelatina, Reação com sais metálicos e Reação com hidróxidos alcalinos
identificando positivo somente para folhas na Reação com sais metálicos.
4 – Avaliação de ação antimicrobiana dos extratos do noni: foi verificado
que houve inibição do crescimento bacteriano pelos extratos da folha e fruto
do noni frente à bactéria Escherichia coli.
CONCLUSÕES: O teor de umidade obtido no fruto e na folha pulverizada está dentro do
intervalo padrão estabelecido pela Farmacopéia Brasileira.Na folha e no fruto
detectou-se a presença de antraquinonas, esteroides e triterpernoides,
saponinas, cumarinas e resinas. A presença de flavonoides foi
identificada somente no fruto, e taninos somente na folha. Os extratos do
fruto e folha apresentaram ação antimicrobiana frente á bactéria Escherichia
coli nas concentrações avaliadas. Os resultados obtidos fazem da Morinda
Citrifolia L.(noni)uma fonte muito promissora para aplicações na industria
farmacêutica.
AGRADECIMENTOS: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS - PIBIC 2015
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CHAN-BLANCO, Y. et al. The noni fruit (Morinda citrifolia L.): A review of agricultural research, nutritional and therapeutic properties. Journal of food composition and analysis, v. 19, p. 645-654, 2006.
COSTA, A. F. Farmacognosia. v.3. 2.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982. 1035p
MARTINS ER; CASTRO DM; CASTELLANI DC; DIAS JE. 1995. Plantas medicinais. Viçosa: UFV. 220p
MATOS FJA. 1997. O formulário fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2ª ed. Fortaleza: EUFC.124p
MATOS, J.M.D., MATOS, M.E. Farmacognosia. Fortaleza: Edições UFC,1989. 246p
MATOS, J.M.D., MATOS, M.E. Farmacognosia. Fortaleza: Edições UFC 1989. 246p.
SIMÕES, M.O. et al. (org.). Famacognosia da planta ao medicamento. Florianópolis: Ed. Universidade Federal de Santa Catarina, 2007. 215p
SOUZA, Gustavo; MELLO, João; LOPES, Norberto. Farmacognosia: Coletânea científica. Edição: 2012. Ouro preto: UFOP, 2012
TRABULSI L. R. & ALTERTRUM F. Microbiologia. 4ª ed. São Paulo. Ed. Atlheneu. 2005.
WANG, M. Y. et al. Morinda citrifolia (Noni): a literature review and recent advances in Noni research. Acta Pharmacologica Sinica, v.23, p. 1127-1141, 2002.