Realizado em Vitória/ES, de 09 a 11 de Setembro de 2015.
ISBN: ISBN 978-85-85905-13-2
TÍTULO: A utilização de um bioplástico como alternativa diferenciada ao ensino da química.
AUTORES: Oliveira, L.H.I.C. (INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS - IFAL) ; Silva, V.N.T. (INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS - IFAL)
RESUMO: O presente trabalho, tem como objetivo apresentar um minicurso extensionista
realizado no Instituto Federal de Alagoas - Campus Maceió, o qual procurou
aumentar os conhecimentos dos alunos em áreas como química orgânica, TBLA (
técnicas básicas de laboratório) e noções de química ambiental. Tal curso
utilizou-se de uma abordagem diferenciada e contextualizada, usando um
bioplástico como ferramenta elucidativa. O procedimento se mostrou bastante
eficaz para o melhor aprendizado dos alunos, já que ao unir teoria com a
prática, percebeu-se que a dificuldade apresentada pelos alunos foi
minimizada.
PALAVRAS CHAVES: Bioplástico; Ensino; Sustentabilidade
INTRODUÇÃO: No cenário atual é quase que impossível não perceber o quanto o plástico
está presente em nossa vida, porém tal plástico utilizado em escala
industrial não é ecológico e sua matéria-prima não é renovável o que nos
leva a pensar em seus danos causados ao meio ambiente. Assim, a busca por
novas alternativas que substituam o uso do plástico convencional vem cada
dia mais se intensificando. O bioplástico surgiu como uma alternativa
diferenciada e ecologicamente correta para substituir o uso exacerbado de
plásticos derivados do petróleo, os quais são formados através de resinas
originadas de hidrocarbonetos como o petróleo, formando assim um polímero, o
qual pode ser definido como um grupo que composto de grandes cadeias
moleculares. Já o plástico biodegradável ou bioplástico, é composto de
matéria-prima biodegradável, renovável e ecológica que através de testes
mostrou-se decompor rapidamente, comparado aos plásticos convencionais. Como
o bioplástico ainda faz parte de um processo experimental e de pesquisa, o
mesmo mostrou-se como um grande auxílio para aprendizagem, pois o mesmo é
uma alternativa para resolver um problema atual e ainda apresenta um caráter
ecológico, além de ser uma grande oportunidade aos estudantes da área
tecnológica de química de se aprofundarem mais no assunto e enriquecerem seu
conhecimento laboratorial, teórico e ecológico (FARIAS, et al., 2009). Esse
trabalho visa relatar uma experiência realizada no IFAL (Instituto Federal
de Alagoas – Campus Maceió) tendo em vista o caráter de aprendizado de
disciplinas como química geral, química orgânica e TBLA (Técnicas básicas de
laboratório) de uma forma completa, desse modo diminuindo as dificuldades
dos alunos e aumentando seu potencial disciplinar.
MATERIAL E MÉTODOS: As aulas foram ministradas nos laboratórios de bioprocessos e microbiologia
do bloco de química do Instituto Federal de Alagoas. Tais aulas foram
realizadas juntamente com 11 alunos do curso técnico integrado de química do
presente instituto o qual se interessaram em ampliar o conhecimento acerca
das práticas laboratoriais e os processos agregados a fabricação do
bioplástico. Durante as aulas foi percebível as dificuldades dos alunos em
relação ao preparo de soluções bem como o uso de equipamentos
microbiológicos e dúvidas em relação a TBLA (técnicas básicas de
laboratório). Mesmo os participantes tendo noções laboratoriais se fez
necessário a abordagem teórica, a qual consistiu numa aula abordando
conceitos básicos de TBLA, preparo de soluções e a introdução aos polímeros
biodegradáveis visando mostrar as suas diferenças em relação aos produzidos
em larga escala. Posteriormente a aula teórica introdutória foi dado início
as aulas práticas em laboratório. Inicialmente os alunos foram divididos em
grupos, os mesmos deram início a prática de fabricação do bioplástico
utilizando os conhecimentos adquiridos em aulas anteriores. Os alunos
utilizaram o amido extraído da batata doce como matéria prima e glicerina,
ácido cítrico (extraído do limão) e hidróxido de sódio (NaOH). O
procedimento consistia num aquecimento constante e agitação magnética (sendo
tal aquecimento exercido por uma chapa aquecedora) no qual colocou-se um
béquer, onde posteriormente a uma temperatura de 250ºC, os reagentes foram
sendo adicionados juntamente da matéria-prima, o amido. Ocorreu então a
formação de uma mistura pastosa que ao passar pelo processo de secagem
formou-se um polímero biodegradável. Ao final de cada aula, cada etapa do
processo foi revisada, a fim de retirar quaisquer dúvidas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A princípio notou-se que os alunos apresentavam dificuldades em relação ao
preparo de soluções e algumas outras técnicas laboratoriais, todavia os
mesmos mostraram muita curiosidade além de muito interesse em aprender todo
o procedimento e os conteúdos a cerca dos processos atrelados a fabricação
do bioplástico. Com a estratégia didática de ensino misto unindo a prática
com a teoria, obteve-se um maior aproveitamento dos assuntos abordados,
ao final do curso 90 % dos alunos decidiram dar continuidade a pesquisas
relacionadas a produção de polímeros biodegradáveis bem como a procura de
novas matérias-primas e a possível produção em uma maior escala. Outros
números a serem apresentados são o índice de aproveitamento dos alunos que
avaliaram a abordagem e o conteúdo do curso oferecido, tais alunos o
avaliaram com nota de 9.5, mostrando assim um rendimento e nota totalmente
satisfatório. Foi percebido também que as dificuldades dos alunos tinham em
sua grande maioria ao iniciar o curso se deu pela deficiência ou carência de
professores nessas áreas como também a falta de uma didática mais dinâmica
com o assunto abordado bem como problemas técnicos nos laboratórios. Desse
modo o ensino misto de teoria com prática associados, mostrou-se bastante
eficaz no aprendizado dos alunos no ponto de vista acadêmico e
profissional, aprimorando assim a formação educacional dos alunos.
Aquecimento e formação da pasta, realizado pelos
alunos.
CONCLUSÕES: Com a finalização do curso foi notório a quantidade de alunos que continuaram
a pesquisar novas abordagens relacionadas aos bioplásticos, e até utilizaram o
tema aprendido como meio de pesquisa abordado em seu estágio obrigatório para
a conclusão de curso. Pode-se notar também que os erros em relação ao preparo
de soluções, o qual muito se notou, e o uso de vidrarias, sendo este último
ligado a matéria de TBLA (técnicas básicas de laboratório) haviam sido
solucionados, atingindo o objetivo de aprendizagem extra curricular. Tal
modalidade de ensino se mostrou eficiente e viável em aprendizagem.
AGRADECIMENTOS: Primeiramente aos meus pais e a Deus que me ajudaram até aqui e também ao
Instituto Federal de Alagoas que me disponibilizou todo o aparato necessário.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FARIAS, C. S. et al. A importância das atividades experimentais no Ensino de Química. 1º Congresso Paranaense de Educação Em Química. Universidade Estadual de Londrina, 2009.
FERREIRA, L. H. et al. Ensino Experimental de Química: Uma Abordagem Investigativa Contextualizada. Revista Química Nova na Escola, nº 2, p. 101-106, 2010.
LÔBO, S. F. O trabalho experimental no ensino de Química. Revista Química Nova, v. 35, nº 2, 2012