Realizado em Vitória/ES, de 09 a 11 de Setembro de 2015.
ISBN: ISBN 978-85-85905-13-2
TÍTULO: O uso de um bioplástico biodegradável feito a partir do amido como alternativa sustentável ao plástico convencional
AUTORES: Silva, L.V.A.T. (INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS -CAMPUS MACEIÓ) ; Silva, V.N.T. (INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS -CAMPUS MACEIÓ) ; Santos, J.V.I. (INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS -CAMPUS MACEIÓ)
RESUMO: Atualmente, o uso de materiais poliméricos feitos a partir de hidrocarbonetos vem
se intensificando, tal fato ocorre devido a grande durabilidade e versatilidade
apresentadas por esses produtos. O impacto gerado por esses materiais no meio
ambiente tem se tornando inquietante, justamente pelo fato de apresentarem
resistência a degradação no solo. Assim, a procura por novas alternativas
ecológicas e biodegradáveis torna-se necessário. Este trabalho visa apresentar um
plástico biodegradável feito a partir de matérias-primas renováveis, dispensando
o uso de derivados do petróleo, o qual foi feito usando um microssistema
industrial.
PALAVRAS CHAVES: Bioplástico; Amido; Sustentabilidade
INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, o aquecimento global e o efeito estufa vem se agravando, o
uso de materiais não renováveis e ecologicamente incorretos contribuem para
ambos processos, pois tais materiais, como os plásticos feito a partir de
petróleo, contribuem para a emissão de gás carbônico na sua produção e
apresentam grande resistência a degradação ao solo, passando assim, vários anos
para sua degradação completa. Portanto, a necessidade de produtos
biodegradáveis e sustentáveis ao meio ambiente vem aumentando, já que tais
produtos apresentam um tempo de biodegradação curto e são mais amigáveis ao
meio ambiente (YU et al., 1996). À vista disso, a procura por matérias-primas
renováveis tem se tornado cada vez mais constante. O amido, por ser um
carboidrato abundante em vegetais como batata, milho e mandioca, revela-se uma
matéria-prima acessível e de baixo custo. Tal polissacarídeo é constituído
basicamente por duas moléculas: amilose, que apresenta cadeia linear e
amilopectina, a qual é formada por cadeias ramificadas e por sua vez se
apresenta em maiores quantidades que a amilose (TESTER et al., 2004). Assim, o
presente trabalho tem como objetivo produzir um bioplástico através de um
microssistema industrial, feito a partir do amido, utilizando de materiais de
baixo custo e acessíveis.
MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente, obteve-se de algumas batatas inglesas compradas em mercados da
região, as quais foram descascadas e trituradas em um liquidificador com 500 mL
de água destilada. Deixou-se a mistura triturada em um béquer (1 L) para que
ocorresse o processo de decantação, processo esse que separou o amido das
demais proteínas da batata. Após alguns minutos, observou-se que o amido se
encontrava no fundo do béquer, retirou-se o amido e pesou-se em balança
analítica, a fim de saber a massa de amido obtida. Obteve-se 52 g de amido, o
qual utilizou-se apenas 13 g. Em um béquer (300 mL) adicionou-se as 13 gramas
de amido e diluiu-se em 250 mL de água destilada, sendo este colocado em uma
chapa de aquecimento com agitador magnético a uma temperatura de 250ºC, o qual
permaneceu até todos os processos serem concluídos. Posteriormente adicionou-
se 10 mL de glicerina, 5 mL de HCl a 1 mol/L e 10 mL de hidróxido de sódio a 1
mol/L. Após alguns minutos, com a temperatura da mistura em 80ºC, observou-se
um certo aumento da viscosidade. Nesse ponto, com o auxílio de luvas
apropriadas para altas temperaturas, retirou-se o béquer do aquecimento e
despejou-se o gel em uma cerâmica, o qual ficou em um ambiente arejado por
aproximadamente 48 h. Após a secagem, o bioplástico foi retirado e armazenado
em uma pasta livre de poeira.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O bioplástico que foi obtido no fim dos processos, mostrou-se satisfatório
quanto a ser produzido por materiais de baixo custo e de fácil acesso. Além de
ser um material totalmente biodegradável e sustentável ao meio ambiente, não
utilizando de materiais derivados do petróleo ou de outros hidrocarbonetos. O
ácido utilizado, HCl, foi o responsável por quebrar as ramificações da
amilopectina fazendo-a ficar mais semelhante com a amilose, permitindo assim
que as moléculas durante o processo de secagem fique com uma estrutura mais
organizada. A base usada, NaOH, foi bastante útil para a correção do pH do
meio, que se encontrava ácido. A glicerina mostrou-se muito necessária, pois
serviu ao bioplástico como um plastificante, impedindo assim que o mesmo fique
com sua estrutura cristalina e frágil (MORO et al., 2013). A estratégia de usar
uma cerâmica se mostrou como uma forma eficaz e barateada de fazer a secagem do
biopolímero, pois como a mesma não possui bordas, auxilia na saída de água.
CONCLUSÕES: O biopolímero obtido mostrou um resultado satisfatório, já que se comprovou
através de testes de degradação com fungos, que o mesmo é totalmente
biodegradável e ecologicamente correto, ajudando assim na preservação do meio
ambiente. O baixo custo na sua produção auxilia que esse bioplástico seja
produzido em diversos âmbitos, e até mesmo pela comunidade, visto que o mesmo é
feito com materiais acessíveis e de baixo custo. Assim, a utilização do plástico
biodegradável como alternativa sustentável, mostrou-se bastante benéfico, já que
o mesmo apresentou propriedades biodegradativas.
AGRADECIMENTOS: Primeiramente a Deus, a proex e IFAL pelo apoio e financiamento fornecidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: TESTER, R. F.; KARKALAS, J.; QI, X. Starch—composition, fine structure and architecture. Journal of Cereal Science, v.39, n.2, p. 151-165, Mar. 2004.
YU, J.; GAO, J.; LIN, T. Biodegradable thermoplastic starch. Journal of Applied Polymer Science, v.62, n.9, p. 1491-1494, Nov. 1996.
MORO, T. M. A.; ORTIZ, J. A. R.; ASCHERI, J. L. R.; CARVALHO, C. W. P. Efeito plastificante do glicerol nas propriedades físicas de bioplásticos de amidos e maracujá. VII Workshop de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio; 10 a 13 de junho de 2013; p. 146-148, 2013.