Realizado em Vitória/ES, de 09 a 11 de Setembro de 2015.
ISBN: ISBN 978-85-85905-13-2
TÍTULO: APLICAÇÃO DE PIGMENTOS NATURAIS EXTRAÍDOS DAS ESPÉCIES ESPIRRADEIRA (Nerium Oleander L ) E IPÊ ROXO (Tabebuia Avellanedae) PARA O ENSINO DE QUÍMICA.
AUTORES: Miranda, N.R. (UEMA) ; Oliveira, J.D. (UEMA) ; Miranda, L.R. (UFT) ; Cardins, W.A. (UEMA) ; Santos, W.P. (UEMA) ; Pereira, R.S. (UEMA)
RESUMO: Os flavanóides são os principais agentes cromóforos contidos nas flores.
Estes compostos encontram-se subdivididos em grupos de substâncias, sendo
que, cada composto apresenta uma coloração especifica. No presente trabalho,
foi analisado o comportamento dos extratos de flores das espécies Nerium
oleander L. e Tabebuia avellanedae. Os extratos foram obtidos utilizando a
metodologia de COUTO et al modificada, sendo utilizados como indicadores em
titulação ácido-base. Os espectros de absorção na região do visível foram
obtidos a partir da determinação dos comprimentos de onda do máximo de
absorção. Os resultados indicam que os extratos apresenta potencialidade
didática para conceitos básicos de equilíbrio com o uso para o curso de
Química e em escolas.
PALAVRAS CHAVES: Ensino de Química; Indicador natural; Equilíbrio ácido-base.
INTRODUÇÃO: As espécies vegetais, uma vez que não podem se locomover utiliza-se de
artifícios para atrair animais para efetuarem funções tais como a
polinização (COUTO et al. 1998)a coloração de algumas plantas atraem insetos
devido a presença de pigmentos que absorvem radiação luminosa do
ultravioleta e do visível .A definição de cor é o resultado da interação do
nosso sistema visual. O presente trabalho visa propor experimentos simples e
de baixo custo para o ensino de Química, com o uso de extratos de flores das
espécies Nerium Oleander L. e Tabebuia Avellanedae encontrada em Imperatriz-
Ma. Os extratos de flores utilizados podem ser aplicados desde conceitos
básicos de equilíbrio químico para estudantes de ensino médio, de papéis
indicadores de substâncias ácido-base, em titulação para cursos de química
geral,estando de acordo com a nova LDB que prioriza o uso de recursos
alternativos do cotidiano a prática docente.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram preparadas soluções de NaOH, HCl, CH3COOH, CH3COONa, NH4OH e NH4Cl à
0, 1 normal e padronizada. Utilizou-se azul de metileno a 1%, solução
diluída de lugol. Coleta e preparação dos extratos etanólicos das espécies
espirradeira (Nerium Oleander L.) e ipê roxo (Tabebuia Avellanedae). Para
obtenção do extrato da espécie Nerium Oleander L (espirradeira) utilizou–se
150g de pétalas das flores recém colhidas. Eliminou-se o solvente por
evaporação, utilizando o evaporador rotativo a 40°C, quando o extrato
reduziu para metade do seu volume inicial, foi mantido na geladeira a uma
temperatura de 4°C. A metodologia utilizada para a preparação de papéis
indicadores, é viável porque é de fácil manipulação e baixo custo. As
soluções de HCl, CH3COOH, NH4OH e NaOH foram preparadas e padronizadas,
sendo utilizadas nas titulações ácido-base, usando-se o pHmetro e os
extratos como indicadores ácido-base.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os extratos de flores das espécies Nerium Oleander L(espirradeira) e
Tabebuia Avellanedae (ipê roxo), foram adicionados aos tampões, em que as
colorações podem ser observadas nas figuras 1 e 2. Em meio ácido a Nerium
Oleander L(espirradeira) obteve coloração róseo e aumentando o pH até 6
ocorre um clareamento na coloração róseo. A partir do pH igual a 7, a
coloração passa ser amarelo, e aumentado o pH ocorre à intensificação da
tonalidade amarelo. O fenômeno de absorção de radiação por uma substância
pode também, ser demonstrado pela utilização dos extratos. A modificação de
cor pode ser associada à forma dos espectros dos extratos das flores, aqui
utilizados, em meio ácido e básico, com a modificação dos máximos de
absorção (COUTO et al, 1997). O comportamento dos extratos de flores das
espécies Nerium Oleander L(espirradeira) e Tabebuia Avellanedae (ipê roxo),
tanto em meio ácido quanto em meio básico, demonstra a modificação de
coloração associada à forma dos espectros, ou seja, dos máximos de absorção.
Os espectros de absorção em meio ácido e em meio básico são apresentados nos
gráficos de 01 a 04. A facilidade de preparo de papel indicador, a partir
dos extratos e flores, aliado ao baixo custo envolvido, estimulou a
investigação da viabilidade do uso de papel de filtro. A utilização de papel
de filtro umedecida com a espécie Tabebuia Avellanedae é viável apenas para
distinção de soluções ácidas ou básicas.
Gráfico 01 e 02
Absorbância de extratos alcoólicos de flores da
espécie Tabebuia Avellanedae em meio ácido e base.
Gráfico 03 e 04
Absorbância de extratos alcoólicos de flores da
espécie Nerium Oleander L. em meio ácido e base
CONCLUSÕES: De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que os extratos obtidos
das flores das espécies Nerium oleander L. e Tabebuia Avellanedae apresentam
potencialidades didáticas para demonstração do comportamento de substâncias
naturais, como indicadores em titulações para os sistemas ácidos forte-base
fortes, ácido forte-base fraca, ácido fraco-base forte e ácido fraco-base
fraco, já os métodos utilizados possuem aplicabilidade didática para o ensino
de química, pois apresentou colorações distintas para a identificação do do pH
através das colorações nos papéis indicadores.
AGRADECIMENTOS: CESI-UEMA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CALAFATTI, S. A. et al. Pigmentos naturais como indicadores ácido-base: um experimento interdisciplinar. In: REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 40, 1988, São Paulo. Resumos... São Paulo: SBPC, 1998.
COUTO, A . B.; RAMOS, L. A .; CAVALHEIRO, E. T. G.; Aplicação de pigmentos de flores no ensino de química. In: Química Nova (Brasil), v.21. 1997.
JUNIOR, Germano Woehl; BISPO, Lucas Manoel. Corantes Naturais Extraídos de Plantas para Utilização como Indicadores de pH. Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade. Universidade de São Paulo, 2010.
MEDITSCH, J.O., BARROS, E.C. Corantes do hibisco como indicador ácido-base. An. Assoc. Bras. Quím. V.29, 1978.
SOARES, M. H. F. B.; Antunes, P. A.; Cavalheiro, E. T. G. Identificação de pigmentos naturais de espécies vegetais utilizando-se cronograma em papel. In: Quim. Nova, 2001, 24, 408.