Realizado em Vitória/ES, de 09 a 11 de Setembro de 2015.
ISBN: ISBN 978-85-85905-13-2
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DE ALCALINIDADE E pH DE SABONETES COMERCIAIS EM BARRA PARA CONTROLE DE QUALIDADE
AUTORES: Feitosa, A. (IFAL) ; Lima, I. (IFAL) ; Silva, A. (IFAL) ; Souza, A. (IFAL)
RESUMO: O controle de qualidade de cosméticos é regulamentado pela ANVISA onde por
meio de normas e da Vigilância Sanitária consegue verificar a qualidade do
produto produzido na indústria. As análises físico-químicas realizadas nesta
pesquisa visaram determinar alguns parâmetros pré-estabelecidos pelas normas
técnicas de qualidade destinados à assepsia do corpo humano. Esta pesquisa
teve como objetivo analisar o pH e a alcalinidade de sabonetes comerciais de
14 marcar diferentes a fim de comparar com o limite estabelecido pela ANVISA,
como também, pelos dermatologistas que indicam sabonetes de pH neutro. Apenas
8 tipos de sabonetes estavam com pH segundo a faixa permitida e apenas 1
apresentou alta porcentagem de soda livre em sua composição.
PALAVRAS CHAVES: sabonetes ; pH e alcalinidade ; controle de qualidade
INTRODUÇÃO: No Brasil, a Anvisa tem o papel institucional de promover e proteger a saúde
da população, estabelecendo diretrizes no controle sanitário da produção.
Assim, a legislação brasileira estabelece padrões de qualidade para produtos
cosméticos e institui, entre outras normas, as Boas Práticas de Fabricação
(ANVISA, 2008).
Os ensaios de controle de qualidade em sabonetes e outros tipos de
cosméticos têm por objetivo, verificar a qualidade química e física dos
produtos destinados à assepsia do corpo humano, seguindo as orientações da
ANVISA (FREIRE, et al).
Por isso, a epiderme, principal camada da nossa pele é recoberta por uma
fina camada de gordura que impermeabiliza o tecido contra a entrada de água
e mantém seu pH entre 3.5 e 5, protegendo-a do ataque de micro-organismos,
por este motivo, sabonetes que possuem pH muito alcalino tendem a causar
irritações nas mucosas pois além de retirarem essa gordura protetora causa
ressecamento (GALEMBECK, 2007). Mas segundo a ANVISA o pH de sabonetes em
barra deve ficar na faixa entre 9 e 10,4.
Segundo Draelos (1999) tem-se tentando ajustar o pH dos sabonetes a fim de
diminuir a irritação cutânea. Por este motivo vem surgindo nos últimos anos
sabonetes com pH próximos ao da pele tentando assim eliminar esse problema
dermatológico.
Porém, vale ressaltar que nem todos os sabonetes em barra comercializados
possuem um pH adequado para a pele, alguns até mesmo apresentam escalas de
basicidade tão elevadas que é possível compara-los ao sabões utilizados na
limpeza de roupas e utensílios domésticos. Por isso este trabalho visa
analisar o pH e a alcalinidade de 14 marcas de sabonetes comerciais vendidos
em um supermercado de Maceió, a fim de, saber quais possuem ou se aproximam
de um pH neutro.
MATERIAL E MÉTODOS: A principio, os sabonetes a serem analisados e de marcas diferenciadas,
foram recolhidos em um supermercado localizado no bairro de Maceió e levados
até o laboratório de físico-química do Instituto Federal de Alagoas, no qual
foi realizado o processo de análise hidrogêniônica e de alcalinidade dos
cosméticos.
Na etapa de conhecimento e catalogação dos sabonetes, esses foram enumerados
de um a quatorze, sendo que todos eles pesavam 90g cada barra, para que
assim em seguida passasem por uma análise de pH segundo os métodos descritos
no Guia de Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos desenvolvido pela
ANVISA (2008).
Para execução do método de análise hidrogenionica, foi necessário a pesagem
de 1g de cada sabonete para cada 100 mL de água destilada. A solução foi
levada a fervura em um béquer de 150 mL até completa dissolução da amostra.
Este procedimento foi realizado para todos os sabonetes, e após a
temperatura atingir 30ºC, foi levada ao phmetrô onde verificou-se o pH da
solução (tabela 1) (PRATES, 2006).
Já para a análise de alcalinidade pesou-se cerca de 2g da amostra em um
béquer de 200 mL em seguida neutralizou 50mL de etanol com Hidróxido de
Sódio 0,1N usando duas gotas de fenolftaleína como indicador. Essa solução
foi levada a chapa aquecedora para fervura. As amostras foram diluídas em
50mL da solução de etanol adicionou-se três gotas de fenolftaleína, como as
soluções não apresentaram mudança de cor, titulou-se com Hidróxido de Sódio
0,1N. os resultados de alcalinidade deste parâmetro são expressos em % de
p/p de soda livre.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As análises de pH e alcalinidades dos sabonetes revelaram uma imensa margem de
erro em comparação ao determinado pela ANVISA, pois a faixa de pH não deveria
ultrapassar 10,4, e apenas oito tipos estavam de acordo com as normas de
controle de qualidade. As análises de alcalinidade apresentaram números baixos
como indica o controle de qualidade da ANVISA, a amostra 13 apresentou o menor
índice de soda livre 0.0398% presente no cosmético, e a amostra 1 apresentou
um número elevado, cerca de 3,4627%. Os resultados estão descritos na tabela
1.
CONCLUSÕES: As análises apresentaram resultados significativos e muitas das marcas
mostraram estar de acordo com o regulamento do controle de qualidade da
ANVISA, porém, nenhum sabonete apresentou pH neutro como é indicado pelos
dermatologistas a fim de evitar problemas dermatológicos, mas o índice de
alcalinidade foi baixo podendo assim resultar em menos danos à pele. Apenas
uma das marcas apresentou alta porcentagem de soda livre em sua composição.
Portanto o controle de qualidade em produtos de higiene devem possuir um
controle ainda maior.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal de Alagoas por disponibilizar o uso dos
laborátorios para a execução desta pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANVISA Guia de controle de qualidade de produtos cosméticos - Uma abordagem sobre os ensaios físicos e químicos. Brasília, p. 18 - 121, 2008.
DRAELOS, Z.D. Cosméticos em dermatologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1999. p.219-222.
FREIRE, V. de A. et al. Análise físico-química de sabonetes em barra de baixo custo comercial. Encontro Nacional de Educação, Ciência e Tecnologia/UEPB. Campina Grande, p 1-10.
GALEMBECK, F. CORDA. Cosméticos: a química da beleza. 2007.
GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS. 2ª edição. Brasília: Anvisa, 2008. 120 p. Disponível em:< http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/f0cb2f00486411e18e5f8f2bd5b3ccf0/guia_cos metico.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 12 jul. 2015.
PEYREFITTE, G.; MARTINI, M.C.; CHIVOT, M. Estética-cosmética: cosmetologia,biologia geral, biologia da pele. São Paulo: Organização Andrei, 1998. p.88-90.
MARQUES, A.A. Avaliação comparativa das propriedades físico-químicas de sabonetes sólidos de baixo e de alto custo. 2014. 45 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Química Industrial) – Centro de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual da Paraíba, 2014.
PRATES, M.M.Determinação de propriedades físico-químicas de sabões comerciais em barra para controle de qualidade. 2006. 206 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Química) – Centro de Ciências Físicas e Matemática, Departamente de Química, Universidade Federal de Santa Catarina, 2006.