Realizado em Vitória/ES, de 09 a 11 de Setembro de 2015.
ISBN: ISBN 978-85-85905-13-2
TÍTULO: CARGAS SUPERFICIAIS DO SOLO DA BAIXADA MARANHENSE APÓS A ANTROPIZAÇÃO: ESTUDO DE CASO DA CIDADE DE CAJAPIÓ
AUTORES: Santos Coutinho, C. (CESI/UEMA) ; Silva dos Santos, J.J. (CESI/UEMA) ; Rodrigues Passos, T. (CESI/UEMA) ; Araújo Cardins, W. (CESI/UEMA) ; Mesquita Nascimento, J. (CESI/UEMA) ; Barbosa Rocha, R. (CESI/UEMA) ; Diniz de Oliveira, J. (CESI/UEMA)
RESUMO: A análise do balanço das cargas elétricas no solo é de fundamental
importância para a compreensão de fenômenos físico-químicos, uma vez que,
diversas reações eletroquímicas são capazes de induzir a nutrição e a
fertilidade de plantas que ocorrem na superfície dos constituintes das
frações mineral e orgânica. Em relação a isso, o ponto de carga zero é uma
caracterização de grande relevância para indicar o valor que o pH é neutro
na superfície do material. Portanto, este trabalho tem como objetivo
comparar o PCZ das áreas de ambientes naturais e antropizados do município
de Cajapió e identificar, sobretudo, suas variações. Os resultados obtidos
indicaram variações significativas no ponto de carga zero entre as áreas
antropizada e não antropizada.
PALAVRAS CHAVES: ponto de carga zero; baixada maranhense; antropização
INTRODUÇÃO: O PCZ pode representar o menor potencial de solubilização de minerais e o pH
de máxima aglomeração de partículas. Isso indica que como o plantio direto é
caracterizado por maior adição de ânions orgânicos e inorgânicos (TAVARES,
2008) que consequentemente podem aumentar, devido à troca de ligantes, a
carga líquida superficial e o aumento da capacidade do solo em reter
cátions. Dessa forma, esses ânions orgânicos são importantes no solo pelo
fato de haver um grande envolvimento no ciclo do carbono e como fontes de
energia para microorganismos. Nesse contexto, o município de Cajapió-Ma,
pertencente ao bioma da Amazônia, apresenta uma área de 908,729 km², na
qual, essa área, pelas características fisiográficas representadas por solo
argiloso, áreas inundadas em determinada época do ano e retenção de água,
pode haver predominância de plintossolos. Além disso, esta área mostra-se
como um ecossistema complexo, o que a torna especialmente susceptível aos
efeitos da acidificação. Logo, o objetivo do estudo é comparar o PCZ de
solos naturais e antropizados e avaliar influência da antropização na
variação do PCZ.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram empregadas amostras de solos provenientes do Banco de Dados do Projeto
Fauna de Califorídeos e Sarcofagídeos na zona fitogeográfica do estado do
Maranhão, desenvolvido pelo grupo de pesquisa do laboratório de zoologia
prof. Clésio Fonseca,do Centro de Estudos Superiores de Imperatriz,
Universidade Estadual do Maranhão, em parceria com o laboratório de
invertebrados do Instituto de Ciências Biológicas- ICB da Universidade
Federal do Pará- UFPA. O estudo teve como universo amostral 6 áreas de
ambientes de campos alagados da baixada maranhense, sendo 3 áreas com
visíveis impactos antrópicos e 3 áreas naturais(em bom estado de
conservação). As áreas apresentam uma distância mínima de 2 km uma da outra.
A escolha das áreas antropizadas foi baseada na presença de impactos
antrópicos decorrentes de desmatamento para plantação de pastagem e pela
presença de gado e bubalinos.A coleta e preservação das amostras foram
feitas segundo método proposto pela EMBRAPA, 1979. A metodologia empregada
neste estudo para a determinação do PCZ foi descrita por Regalbuto e Robles
(2004). As analises foram feitas em triplicata.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A figura 01 apresenta o ponto de carga zero das áreas natural e antropizadas
do município Cajapió-Ma, baixada maranhense. De acordo com a figura 1 os
valores do PCZ para área antropizadas foram 3,3; 2,8; 2,0 inferiores aos
observados para área natural (não antropizadas) 4,6; 5,1; 4,0. O pH do PCZ
da área antropizada foram inferiores ao pH observados para a solução do solo
4,6; 5,3 e 5,5 para as áreas 01, 04 e 05 respectivamente, indicando que a
superfície do solo é carregada negativamente. Isso indica que o solo da área
antropizada possui uma capacidade de troca catiônica, com sítios ativos
possíveis de realizarem trocas e retenção de metais. Já o pH do PCZ na área
natural (não antropizada) somente a área 03 o pH da solução foi superior ao
pH da solução do solo 4,6. Conferindo ao solo uma superfície carregada
positivamente com capacidade de adsorver ânions para balancear as cargas
positivas, as outras áreas apresentaram o mesmo comportamento observado para
a área antropizada com pH da solução do solo igual a 4,7 e 4,6
respectivamente para as áreas 02 e 06. Dados as análises dos solos, na
figura 02 mostraram que o PCZ entre as áreas antropizadas e não antropizadas
obtiveram seu Coeficiente de Variação no valor de 2,74. Enquanto que, em
analogia às médias de PCZ alcançado para as divergentes localidades entre as
áreas antropizadas e naturais, o Coeficiente de Variação resultou em 3,32.
Em consequência, o PCZ sofreu efeito significativo em função dos diferentes
tipos de áreas e em função das diferentes localizações.
figura 1. PONTO DE CARGA ZERO (PCZ)
Figura 2. Médias do PCZ
CONCLUSÕES: Os solos estudados no município de Cajapió-Ma mostraram diferenças
significativas de acordo com as diferentes localizações e os diferentes tipos
de áreas. Os resultados obtidos indicaram que antropização alterou o PCZ com
maior diferença para área 03, A alteração observada influencia a dinâmica de
liberação, perda e absorção de nutrientes.
AGRADECIMENTOS: UEMA E FAPEMA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REGALBUTO,J. R.;ROBLES, J. The engineering of Pt/Carbon Catalyst Preparation, University of Illionis: Chicago, 2004;
TAVARES, S. R. L.Curso de recuperação de áreas degradadas: a visão da Ciência do Solo no contexto do diagnóstico, manejo, indicadores de monitoramento e estratégias de recuperação -- Dados eletrônicos. --Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2008.228 p.: il. - (Documentos / Embrapa Solos, ISSN 1517-2627; 103);